Em "clima de sauna", nadadores começam a encher Centro Aquático

Celso Paiva

Direto de Londres

A uma semana do início dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, o Centro Aquático, uma das vedetes da competição, já recebe nadadores de várias partes do mundo para conhecer de perto o local. Com a piscina cheia de atletas de países como Peru, Paraguai, Bélgica, Armênia e Ucrânia, o que mais chamou atenção foi a temperatura alta no interior, que contrasta com o frio do lado de fora, em um verdadeiro choque térmico para quem fica nas arquibancadas e no ambiente da piscina.

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"Com certeza esta não é a temperatura normal daqui do Centro Aquático. Está muito abafado e isso é ruim, já que a gente vem do frio do lado de fora e entra aqui com muito calor. Mas creio que nos próximos dias eles vão ajustar esta temperatura aqui de dentro", disse o brasileiro Angelo Camarossano, que treina os nadadores paraguaios nos Jogos de Londres.

A mesma constatação fez o também brasileiro Reinaldo de Souza Dias, que comanda a equipe de natação do Peru. "Está quente, o sistema de refrigeração não deve estar ligado. Em compensação, pelo visto, o sistema de calefação está a todo vapor". Apesar de sofrer um pouco com a temperatura alta, Reinaldo afirma que em termos de piscina está tudo certo. "A piscina é espetacular, com isso não temos problemas. Hoje é raro uma competição deste nível ter uma piscina ruim. As empresas já sabem como fazer tudo direito".

De acordo com os responsáveis pela arena esportiva, a temperatura deve ter ficado mais alta por conta de ajustes que os funcionários estavam fazendo no sistema de refrigeração. O local ainda tem trabalhadores fazendo reparos na área de tribuna de imprensa e em parte da arquibancada.

Apesar de estar cheia, a piscina ainda não recebe as equipes que são potências no esporte, como é o caso dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha e da Austrália. A delegação brasileira também optou por treinar fora do Centro Aquático ¿ fazendo a aclimatação no Crystal Palace - para não ter que dividir o espaço com outras equipes.

Sem tantos recursos como as equipes fortes citadas acima, Angelo e Reinaldo optaram por chegar cedo para ambientar o mais rápido possível os seus comandados. "A minha equipe é formada por três nadadores jovens, com no máximo 20 anos. É importante que eles venham antes, porque aí já se ambientam com o Centro Aquático, perdem um pouco do nervosismo. Também conhecem a Vila, visitam ali a zona das lojinhas, acabam com o clima de euforia de estar em uma Olimpíada", disse Reinaldo Dias.

"No Paraguai não temos piscina de 50 metros e nem uma estrutura básica para fazer o treinamento para a Olimpíada. É importante que a gente venha para cá para ter uma adaptação igual a dos rivais", completou Angelo.

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