Fina pedirá urgência na avaliação do caso de Cielo
O nadador Cesar Cielo está convocado para o Mundial de Xangai, na China, que será realizado entre os dias 16 e 31 deste mês, mas ainda corre o risco de não disputar a competição. O brasileiro, que foi pego no doping, ainda terá o caso estudado pela Fina (Federação Internacional de Natação). A organização mundial pedirá urgência na avaliação.
A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) apenas advertiu Cielo, Nicholas Santos, Henrique Barbosa e Vinicius Waked, que foram pegos no exame antidoping com a substância ilegal furosemida.
A Fina irá avaliar o quadro e, caso concorde com a punição aplicada pela CBDA, Cielo poderá participar do Mundial de Xangai. No entanto, se o órgão discordar, o caso do brasileiro será encaminhado e julgado pela Corte de Arbitragem do Esporte (CAS).
Neste caso, a entidade internacional pressionará o CAS para que encontre uma solução o mais rápido possível para que não haja problemas posteriores ao Mundial.
Apesar de a competição ter início no dia 16, as provas de natação serão realizadas apenas a partir do dia 24 de julho em Xangai. Vale lembrar que Cielo é campeão mundial dos 50 m e 100 m livre.
"Se decidirmos apelar da decisão da confederação brasileira, isso deve ser feito com urgência junto ao CAS porque o Mundial logo começa. Se nós concordarmos com a decisão tomada no Brasil, aí a questão é outra", disse Comel Maculescu, diretor executivo da Fina, ao SwimNews.
Henrique Barbosa e Nicholas Santos foram dispensados do Mundial de Xangai. Os nadadores perderam os índices classificatórios para a competição, que foram conquistados durante o Troféu Maria Lenk.
Entenda o caso
O velocista Cesar Cielo teve resultado adverso para a substância proibida furosemida em um exame antidoping feito no Troféu Maria Lenk, realizado em maio, no Rio de Janeiro. Além dele, campeão olímpico e mundial, outros três nadadores brasileiros também foram flagrados: Nicholas Santos, Vinícius Waked e Henrique Barbosa.
De acordo com nota da CBDA, divulgada em 1º de julho, os envolvidos declinaram do direito de realização da amostra B e definiram com precisão como o diurético entrou no organismo, o que comprovou que não houve aumento dos seus desempenhos, fato que não ocorreu nesta competição.
Desta forma, a entidade optou apenas por uma advertência aos quatro atletas uma vez que não foi identificada culpa ou negligência por parte deles no episódio. O próprio Cielo, em nota oficial divulgada posteriormente, disse que "em nenhum momento fui imprudente ou negligente ou usei de imperícia". Por essa razão, o brasileiro poderá disputar o Mundial de Esportes Aquáticos, de 16 a 31 de julho, em Xangai.
Dos quatro nadadores flagrados no exame, apenas Henrique Barbosa não faz parte do P.R.O 2016 (Projeto Rumo ao Ouro), idealizado por Cielo com vistas a Olimpíada do Rio de Janeiro. O nadador é um também dos destaques do Flamengo.
No Troféu Maria Lenk, competição na qual os atletas foram flagrados, Cielo foi surpreendido pelo compatriota Bruno Fratus na prova dos 100 m nado livre, uma de suas especialidades, ficando em segundo. No entanto, levou ouro nos 50 m livre, 50 m borboleta e nos revezamentos 4x50 m livre, 4x100 m livre e revezamento 4x100 m medley. Todos os resultados dele e dos outros nadadores flagrados na competição foram cancelados.
Menos conhecido entre os quatro nadadores, Waked, 23 anos, já havia sido suspenso por dois meses ainda neste ano por uso da substância isometepteno. Na época, ele se defendeu alegando que utilizou um remédio para dor de cabeça.
Gazeta Esportiva
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