Supersticiosa, musa italiana oculta planos olímpicos e elogia Cielo
17 abr2012 - 09h11
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Flavio C. D'Almeida
Musa da natação, a italiana Federica Pellegrini vai para sua terceira Olimpíada com o desafio de obter o melhor resultado da carreira. Detentora do recorde mundial nos 200 m e nos 400 m livre, Pellegrini, 23 anos, chega a Londres no que talvez seja o auge de sua forma, mas com grande responsabilidade perante a ríspida imprensa italiana.
Em entrevista ao Terra, a nadadora preferiu esconder seu planejamento de medalhas para os Jogos, pois acredita que isto poderia trazer azar. "Não gosto de falar sobre isso por superstição. Na minha cabeça tenho tudo, até os tempos, mas não digo nunca."
A carreira olímpica da italiana começou cedo. Nos Jogos de Atenas, em 2004, com 16 anos recém-completados, conquistou a medalha de prata nos 200 m livre. Quatro anos depois, em Pequim, foi ouro na mesma prova. Em Londres é a favorita ao topo do pódio nos 200 m, mas não será surpresa se a musa for campeã também nos 400 m livre.
Federica, que estampa com frequência capas de revistas esportivas e de outros gêneros como moda, estilo e beleza, admitiu sofrer pressão da imprensa italiana, mas parece não ligar muito. "Sim, as fofocas tentam me abater, mas eu nado braçada após braçada para deslizar sobre tudo isso."
Sobre os atletas brasileiros, Pellegrini mostrou bastante admiração: "não tenho amizade particular com os atletas brasileiros, mas gosto muito da força e do caráter positivo que mostram em todas as ocasiões".
Em relação a Cesar Cielo, que também tentará o bicampeonato olímpico em Londres, Federica ressaltou o respeito conquistado pelo brasileiro na Itália. "Acho o Cesar um atleta formidável. Depois das medalhas de Pequim 2008, soube se tornar conhecido e apreciado também na Itália, graças ao recorde nos 100 m livre, registrado em Roma durante o Mundial de 2009."
Prata em Atenas
"Foi uma emoção fortíssima, até porque foi inesperado. Com 16 anos você não imagina o que pode significar vencer uma medalha e ser catapultada a um mundo de holofotes e notoriedade esportiva."
Principais adversárias em Londres
"Primeiro de tudo tenho que manter tranquila a Federica. Depois penso nas adversárias, mas sem temor."
Roma fora dos Jogos de 2020
"Eu esperava muito desta candidatura. Creio que ter a sorte de poder viver uma Olimpíada em casa seja absolutamente a melhor coisa para um atleta."
Status de musa
"Fico honrada de ser um exemplo para muitos e carrego uma grande responsabilidade nas minhas costas. Procuro sempre, entretanto, manter-me a mesma: uma garota de 23 anos chamada Federica."
Londres 2012 no Terra
O Terra, maior empresa de internet da América Latina, transmitirá ao vivo e em alta definição (HD) todas as modalidades dos Jogos Olímpicos de Londres, que serão realizados entre os dias 27 de julho e 12 de agosto de 2012. Com reportagens especiais e acompanhamento do dia a dia dos atletas, a cobertura contará com textos, vídeos, fotos, debates, participação do internauta e repercussão nas redes sociais.
Detentoras do melhor resultado brasileiro no nado sincronizado olímpico, as gêmeas Carolina e Isabela de Moraes, 32 anos, vivem fora do Brasil desde que se aposentaram do esporte. Entrevistadas pelo Terra, as irmãs contaram sobre seus trabalhos com apresentações aquáticas, gastronomia e joalheria, a vida no exterior, a carreira no nado e sobre a expectativa com os Jogos Olímpicos de Londres. Veja as fotos
Foto: Getty Images
Carolina e Isabela conquistaram o melhor resultado brasileiro do nado sincronizado ao alcançarem a final olímpica dos Jogos de Sydney, em 2000. Quatro anos depois, em Atenas, elas repetiram o resultado. Nas duas ocasiões, terminaram na 12ª posição
Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação
Isabela mora em Las Vegas há seis anos, onde trabalha em uma padaria nos finais de semana
Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação
Ela cursou gastronomia nos Estados Unidos e se formou neste ano
Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação
Os famosos pães de Isabela. "Ela faz o melhor pão do mundo", diz a irmã, Carolina
Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação
Carolina começou o curso de joalheria quando morava em Las Vegas e deu continuidade ao se mudar para o Japão
Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação
Joias com pingentes em forma de coração e baleia beluga feitas por Carolina e dadas de presente à irmã. "Eu que me dou bem! Eu faço pães pra ela e ela me faz joias!", diz Isabela
Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação
Em 2005, as irmãs participaram da apresentação de abertura do Mundial de Esportes Aquáticos de Montreal, no Canadá, feita pelo Cirque du Soleil
Foto: Getty Images
No ano seguinte, elas entraram na companhia Dragone, que organiza o espetáculo Le Rêve - The Dream, em Las Vegas, nos Estados Unidos. Carolina saiu em 2010 e Isabela está lá até hoje
Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação
Na show aquático, Isabela realiza duas apresentações por noite, em cinco dias na semana. "Envolve nado também. Tem um número que é tipo um tango na água. É o número mais marcante, envolve dança e um pouco de percussão"
Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação
Carolina acompanha seu marido, Andy, nas turnês do Cirque du Soleil - ele trabalha na parte técnica do espetáculo Kooza. Por isso, ela não tem residência fixa. O casal passou o último ano no Japão, fica nos EUA até novembro de 2012 e depois vai para Europa
Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação
Mesmo longe uma da outra, as irmãs se comunicam frequentemente, mas admitem que a presença física faz falta. "A gente se fala a cada cinco minutos, e as duas deixam o Skype ligado o dia inteiro, estamos em contato constante. Mas a gente morre de saudade uma da outra", diz Carolina
Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação
Para amenizar a saudade, elas já têm planos de se reaproximarem. "No futuro queremos pelo menos morar na mesma cidade", diz Isabela
Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação
Carolina e Isabela se apresentam nos Jogos Pan-Americanos de 2003, em Santo Domingo, na República Dominicana. No dueto, elas conquistaram a medalha de bronze - mesmo resultado da edição de Winnipeg 1999 da competição continental
Foto: Getty Images
As irmãs concordam que só não tiveram um melhor resultado olímpico porque foram injustiçadas pelos árbitros. "Em Atenas competimos bem, mas o resultado foi injusto. Era para termos ficado mais bem classificadas", diz Carolina