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Esportes Aquáticos

Vaidosa "ao máximo", nadadora adapta prótese para usar com salto

16 ago 2013 - 10h15
(atualizado às 17h22)
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Camille Rodrigues corre com as unhas, compridas e pintadas de vermelho, pelos longos cabelos negros, ainda molhados, minutos após deixar a piscina do Parc Jean-Drapeau, em Montreal. Integrante da delegação brasileira que disputa o Mundial Paralímpico de Natação, a nadadora impressiona também pela beleza, fruto de uma vaidade assumida que leva ao nível máximo, a ponto de adaptar sua prótese da perna direita para poder usar salto.

<p>Camille nega que seja alvo de muitas cantadas</p>
Camille nega que seja alvo de muitas cantadas
Foto: Facebook / Reprodução

“É de cada um. Eu tento ser vaidosa ao máximo, cuidar do meu cabelo, apesar de que fica muito cloro”, diz a brasileira. As mãos vistosas então correm a prótese da perna direita, amputada em consequência de uma má formação congênita. A parte plástica é toda decorada, muito colorida e por sugestão de um dos patrocinadores Camille não usa mais próteses que simulam a cor de sua pele, morena.

“Você se caracterizar como perna mecânica é muito mais estiloso do que você tentar esconder ela”, afirma a atleta, que é capaz até de andar de salto com uma delas, graças a uma adaptação feita especialmente para isso. Com 64 kg e 1,65 m, ela consegue ficar até 10 cm mais alta – além de mais vistosa, se for possível. O apetrecho, diz Camille, tem regulação ajustável e não incomoda: “você não bambeia em nenhum segundo”.

“Essa é uma prótese diferente. A parte do joelho é diferente, e ela tem regulação para até 10 cm. Você regula atrás, o salto vai aumentando o quanto você quer e aí dá para usar normalmente”, explica. “A prótese é toda feita para isso”, diz a atleta, que aos 20 anos é uma das promessas brasileiras do esporte adaptado, com expectativa de bom desempenho nos Jogos Paralímpicos do Rio, em 2016.

<p>Nadadora ainda não conseguiu resultados destaques</p>
Nadadora ainda não conseguiu resultados destaques
Foto: Facebook / Reprodução

Camille compete em três provas em Montreal, ainda sem se destacar a nível internacional: foi à final dos 100 m livre S9 e dos 50 m livre S9; voltará às piscinas no domingo, para os 100 m costas. Está ganhando experiência. No resto do tempo, afirma, não é alvo de muitas cantadas. “Todo mundo recebe, vale a gente recusar ou aceitar. Mas não acontece muito”, despista.

O repórter viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro

Fonte: Terra
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