A nadadora norte-americana Diana Nyad, de 61 anos, abandonou na terça-feira sua tentativa de se tornar a primeira pessoa a nadar de Cuba à Flórida fora de uma jaula antitubarões na metade do trajeto, informou a CNN.
A emissora, que tinha um produtor em um dos barcos que acompanhavam Nyad, disse que ela vomitou ao ser trazida para a embarcação, à 0h45 de terça-feira (1h45 de Brasília).
A atleta já havia passado 29 horas nadando, de um total estimado de 60 horas, para a travessia de 166 quilômetros até Key West, uma ilha da Flórida. "Não estou triste. Foi a coisa absolutamente certa", disse ela à CNN.
Nyad estava protegida pela companhia de caiaques, que emitiam um sinal eletrônico afastando os tubarões. Ela havia caído na água na Marina Hemingway, na periferia oeste de Havana, às 19h45 de domingo (20h45 de Brasília), sob aplausos de pessoas que torciam por ela.
Em mensagem enviada na segunda-feira pelo Twitter, o produtor de TV Matt Sloane, da CNN, disse que Nyad sentia dor no ombro e "um pouco de asma", mas avançava satisfatoriamente.
Nyad, que foi criada no sul da Flórida, já havia tentado fazer essa travessia em 1978, aos 28 anos, mas desistiu por causa do vento e das ondas fortes.
O Mundial de Esportes Aquáticos de Xangai acabou, mas vários de seus resultados ainda vão dar muito o que falar no mundo da natação. Entre favoritismos confirmados, vitórias surpreendentes e fiascos retumbantes, a maioria dos atletas saiu da competição com sua reputação alterada - para a melhor ou para a pior. Confira agora os 10 destaques e as 10 decepções do Mundial
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Ryan Lochte (EUA) Em Xangai, não teve (quase) para ninguém. Quando Lochte entrou na piscina, saiu dela com a medalha de ouro - a exceção foi o revezamento 4x100 m livre, logo no 1º dia, quando os australianos surpreenderam. O americano saiu definitivamente da sombra de Michael Phelps, derrotou o rival duas vezes e levou para casa os 200 m livre, os 200 m costas, os 200 m e 400 m medley, além de liderar a vitória do time americano no revezamento 4x200 m livre
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Sun Yang (China)Se depender da gritaria dos chineses a cada vez que seu nome era anunciado no telão, o grande astro do Mundial de Xangai é Sun Yang. O jovem de 19 anos foi dominante nas distâncias longas: campeão nos 800 m e nos 1.500 m livre, derrubando um recorde mundial de dez anos nesta última prova. Também foi prata nos 400 m livre e o melhor nadador da China no revezamento 4x200 m livre, ajudando o país a levar o bronze
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Cesar Cielo (Brasil)O caso de doping que atingiu o principal nadador do Brasil a menos de um mês do início do Mundial foi um golpe duríssimo, como o próprio atleta admitiu posteriormente. Liberado para nadar apenas três dias antes do torneio, Cielo nem de longe levou para as piscinas o abalo emocional que sofreu fora dela. Venceu os 50 m borboleta e defendeu fácil o título dos 50 m livre - de negativo, só a ausência no pódio dos 100 m livre
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Federica Pellegrini (Itália)A musa italiana tinha dois objetivos bem definidos no Mundial: defender seus títulos nos 200 m e 400 m livre. Sem passar sufoco, conseguiu. Absoluta nas provas de média distância, ela ainda chamou a atenção pela irreverência na hora de subir ao pódio. Poderia nadar também os 100 m livre, mas acabou desistindo - no dia anterior, havia anunciado o fim do namoro com o também nadador Luca Marin
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Rebecca Soni (EUA) Campeã olímpica dos 200 m peito em Pequim 2008 e vencedora dos 100 m peito no Mundial de Roma 2009, Soni faturou ambas as provas com extrema facilidade no Mundial de Xangai. A americana só não completou a trinca de ouros nos eventos de nado peito porque foi superada por Jessica Hardy e Yuliya Efimova nos 50 m, ficando com o bronze. Além disso, foi fundamental para a vitória dos Estados Unidos no revezamento 4x100 m medley
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Michael Phelps (EUA)Um desempenho de quatro ouros, duas pratas e um bronze provavelmente colocaria qualquer nadador no topo da lista, mas não é suficiente para o maior de todos os tempos. Ofuscado por Ryan Lochte, o astro amargou duas derrotas para o compatriota e só venceu ouros individuais em provas sem a concorrência do maior rival (100 m e 200 m borboleta). Ainda assim, o número de medalhas e o assédio do público bastam para colocar Phelps entre os destaques de Xangai
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James Magnussen (Austrália)Desconhecido até o meio do ano passado, o australiano desponta como um dos principais velocistas do planeta para as próximas temporadas. Em Xangai, o atleta de 20 anos alavancou o revezamento 4x100 m livre australiano rumo a um surpreendente ouro e ainda foi campeão mundial na prova individual dos 100 m livre, desbancando ninguém menos que Cesar Cielo
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Melissa Franklin (EUA)Com apenas 16 anos, a promessa americana sai de Xangai com nada menos que cinco medalhas: foram dois ouros e um bronze conquistados com o revezamento feminino dos Estados Unidos, um bronze nos 50 m costas e um ouro com folga nos 200 m costas. Em seu primeiro Mundial de piscina longa, "Missy" ganhou muito mais do que experiência
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Therese Alshammar (Suécia)Prestes a completar 34 anos, a veterana sueca mostrou que ainda tem muito gás ao se tornar a mulher mais velha a conquistar um ouro em um Mundial de piscina longa, com uma emocionante vitória nos 50 m livre. Além disso, levou para casa a medalha de prata nos 50 m borboleta
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Annamay Pierse (Canadá)Recordista mundial dos 200 m peito, a canadense, 27 anos, foi outra a sair de Xangai sem medalhas. Na distância favorita, além de não conseguir melhorar o desempenho de Roma - quando levou a prata - ficou em último lugar na final e viu a americana Rebecca Soni levar o ouro sem concorrência
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Jeanette Ottesen (Dinamarca)Ninguém apontava a dinamarquesa de 23 anos como favorita no Mundial de Xangai, mas Ottesen surpreendeu o mundo ao levar o ouro em uma das provas mais disputadas do evento - os 100 m livre, empatada com a bielorrussa Aliaksandra Herasimenia. Antes disso, o melhor resultado dela havia sido um ouro nos 100 m borboleta no Europeu de piscina curta de 2008
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Britta Steffen (Alemanha)A alemã chegou a Xangai como campeã e recordista mundial dos 50 m e 100 m livre. Um período sem nadar no ano passado por problemas de saúde, porém, parece ter sido fatal para a musa. Uma das favoritas ao ouro, ela passou raspando na eliminatória dos 100 m livre, com o 16º tempo; depois do susto, preferiu desistir do Mundial e não defendeu seus títulos. Segundo o técnico, a decisão foi tomada para "protegê-la"
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Frédérick Bousquet (França)Grande adversário de Cielo nos 50 m livre, o francês resolveu dar uma "ajudinha" para o brasileiro defender seu título mundial ao ficar de fora de maneira totalmente inesperada logo na eliminatória da prova. Bousquet teria escorregado no momento da saída, o que explica seu 21º tempo na sessão. Nos 100 m livre, chegou em quarto, e saiu sem medalha do Mundial
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Thiago Pereira (Brasil)Depois do quarto lugar na Olimpíada de 2008 e no Munidal de 2009 nos 200 m medley, Xangai era o momento de o nadador carioca finalmente arrancar uma medalha nos principais torneios. Em sua prova favorita, porém, decepcionou: estava em terceiro até a última virada, mas perdeu muita força e chegou só em sexto. Passou mal e não nadou mais no Mundial, desfalcando o Brasil no revezamento 4x100 m medley
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Kosuke Kitajima (Japão)Após ficar de fora do Mundial de Roma, o astro japonês das provas de nado peito chegou a Xangai com fome de vitórias e pinta de favorito. Porém, foi superado tanto nos 100 m - quando ficou até fora do pódio, em quarto lugar - quanto nos 200 m. Nesta última prova, Kitajima liderou até os momentos finais, apenas para perder fôlego e ver o húngaro Daniel Gyurta ultrapassá-lo
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Nathan Adrian (EUA)O velocista americano era aposta certa para o pódio nos 100 m livre (prova na qual venceu Cielo no Pan-Pacífico de 2010), e nome muito forte também nos 50 m livre. Terminou, porém, sem medalhas individuais: foi apenas o sexto nos 100 m, e quarto nos 50 m. Ao menos nos revezamentos, ajudou o time dos Estados Unidos a conseguir um bronze e um ouro
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Kaio Márcio (Brasil)Esperança de pódio para o Brasil nas provas de nado borboleta, o paraibano fez bem menos do que seu quarto lugar nos 200 m do Mundial de Roma. Em Xangai, ficou apenas com o 25º lugar dos 100 m borboleta e caiu fora logo na eliminatória; na prova favorita, os 200 m, avançou à semifinal, mas novamente ficou fora da decisão ao fazer o décimo tempo
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Chloe Sutton (EUA)A ex-maratonista aquática era apontada como candidata ao ouro nas provas longas no Mundial de Xangai. O desempenho, porém, foi sem medalhas e muito abaixo do esperado. Nos 800 m livre, a fundista de 19 anos obteve sua melhor colocação, um quarto lugar. Já nos 400 m e 1.500 m livre, a decepção foi ainda maior: com o nono tempo nas semifinais, Sutton ficou fora até da decisão
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Sarah Sjöström (Suécia)Campeã mundial dos 100 m borboleta em Roma, a sueca de 17 anos chegou a Xangai como uma das grandes favoritas em suas três provas individuais. Porém, ficou no "quase" em todos os eventos, amargando por três vezes a quarta colocação: nos 50 m borboleta, 100 m borboleta e 200 m livre. Nesta última prova, ainda deu susto ao passar mal após a final
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Paul Biedermann (Alemanha)Duas medalhas de bronze individuais podem não ser um desempenho decepcionante para muitos atletas, mas o alemão chegou a Xangai como campeão e recordista mundial nos 200 m e 400 m livre. Os "supermaiôs" usados no Mundial de Roma, parecem ter feito falta a Biedermann, que perdeu os 200 m para Ryan Lochte e os 400 m para o sul-coreano Park Tae-Hwan
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