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Esportes Aquáticos

Chamada de "m..." por técnica, atleta precisou de 1 ano de psicólogo

26 set 2012 - 09h33
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A carta assinada por 15 ex-integrantes da seleção espanhola de nado sincronizada e aberta ao público nesta terça-feira denunciando maus tratos cometidos pela treinadora Anna Tarrés continua a gerar polêmica. Em entrevista à emissora espanhola La Xarxa, Eva Romo, ex-integrante da equipe, disse que precisou de "um ano de psicólogo" por causa dos insultos proferidos pela antiga técnica.

Romo citou, por exemplo, que já foi chamada de "m..." por Tarrés, em insultos que a deixaram "psicologicamente abalada", conforme definiu. Ela disse que demorou tanto tempo para tornar as denúncias públicas porque apenas agora se sente "com mais força" para falar. Já veterana, ela lembrou que não quer que crianças como as suas duas filhas "passem por algo assim", trabalhando com "uma treinadora que não é pessoa".

A carta assinada pelas ex-atletas criou polêmica na Espanha. Segundo o texto, a comandante "não tinha limites" e acreditava que "os fins sempre justificavam os meios". Frases como "fora da água, gorda" e "se você come tudo o que se move, não venha treinar" teriam sido ditas por Tarrés, conhecida como "Guardiola da natação sincronizada" e recentemente demitida.

Sob o comando de Tarrés, a seleção espanhola de nado sincronizado faturou 25 medalhas em campeonatos mundiais, além de quatro condecorações olímpicas. Romo não negou a capacidade de Tarrés e disse que, "deixando à parte a ética e a moral", ela "é uma pessoa muito inteligente, e uma boa treinadora que consegue seus objetivos".

Apesar das fortes críticas recebidas por Tarrés, nem todas as ex-atletas atacam a treinadora. Andrea Fuentes, uma das principais nadadoras da equipe, negou que a antiga comandante fosse uma ditadora. "Não éramos ovelhas que recebiam ordens de uma ditadora. Escolhemos esse caminho, íamos aos treinamentos e vivíamos momentos bons e ruins, como qualquer outro esportista", declarou.

Na noite desta terça-feira, uma reportagem publicada pelo site do jornal espanhol El País ressalta ainda que "só três das 15" profissionais que assinaram a carta de denúncia trabalharam com Tarrés.

Presidente da federação espanhola da modalidade, Fernando Carpena anunciou a dispensa de Tarrés no último dia 6 de setembro. Ele se recusava a divulgar os motivos que o levaram a tomar a decisão - os quais vieram à tona nesta semana. A técnica era responsável por dirigir o projeto do nado sincronizado espanhol desde sua fundação, em 1992.

Demitida, técnica Anna Tarrés (à dir.) foi chamada de "ditadora" por ex-atletas espanholas do nado sincronizado
Demitida, técnica Anna Tarrés (à dir.) foi chamada de "ditadora" por ex-atletas espanholas do nado sincronizado
Foto: Reuters
Fonte: Terra
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