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Fabíola Molina é pega no exame antidoping e está fora do Mundial

21 jun 2011 - 18h53
(atualizado às 20h36)
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A Confederação Brasileira de Desportes Aquáticos (CBDA) anunciou nesta terça-feira que a nadadora Fabíola Molina foi pega no exame antidoping. Com isso, a atleta perde o índice para Londres 2012 e está fora do Mundial de Xangai, já que foi suspensa por dois meses.

A análise confirmou o uso da substância Metilhexanamina, em controle realizado no dia 22 de abril. Para a punição, foi levado em consideração o histórico de Fabíola e o fato de ela não ter feito o uso do estimulante para aumento de performance.

A decisão foi encaminhada para a Federação Internacional de Natação (Fina), que dará o veredicto final. Fabíola Molina, 36 anos, é uma das mais destacadas nadadoras brasileiras, tendo conquistado cinco medalhas em Jogos Pan-Americanos: quatro de prata e uma de ouro.

Fabíola Molina alegou ter ingerido o suplemento sem saber da presença da metilhexanamina. A substância, segundo ela, é proveniente de uma amostra grátis enviada pelo laboratório americano no qual a nadadora compra seus produtos.

"Gostaria de, primeiramente, destacar que a presença de uma substância proibida no corpo de um atleta não deve ser sinônimo de doping. Por mais estranho que essa afirmação possa parecer, o meu caso resultou do meu descuido em uma prova que era apenas seletiva e não uma competição. No meu caso, devido à comprovada falta de intenção de melhora de performance, fui punida por dois meses, onde poderia ir de um mês a dois anos", disse Molina através de um comunicado.

Ainda por meio da carta, Molina disse que relatou a ingestão do produto "1.M.R" no momento do exame. O médico responsável alertou-a da ilegalidade de um dos componentes.

A nadadora disse que deseja voltar a competir nos Jogos Mundiais Militares, a partir de 17 de julho, no Rio de Janeiro. Fabíola Molina também afirmou que espera que seu problema sirva de exemplo para os demais atletas, "experientes ou não", sobretudo no cuidado com a ingestão de qualquer medicamento ou substância.

Confira abaixo a íntegra a carta de Fabíola Molina

É com bastante tristeza no coração, mas com paz de espirito que venho escrever a vocês esse comunicado.

Aprendi e venho aprendendo muitas lições na vida e principalmente dentro do esporte que faço parte há 26 anos. Aprendi a lutar pelos meus objetivos, a treinar com disciplina, a comemorar vitórias, a respeitar o adversário, a vencer e a perder. Também a perseverar, a enfrentar dificuldades, a aceitar mudanças, a vencer paradigmas. As vezes somos elevados a um status de ídolos, mas somos humanos. Somos exemplo e inspiração, porém também somos frágeis e suscetíveis a erros. Mas durante essa jornada, tenho a certeza que sempre caminhei buscando fazer o melhor com o dom do esporte e da vida que Deus me deu.

Nos 20 anos que estou presente na Seleção Brasileira tive o privilégio e alegria de estar em duas Olimpiadas, quatro Jogos Pan-Americanos, 11 Campeonatos Mundiais, ser 95 vezes Campeã Brasileira, ter conquistado 49 medalhas em Copas do Mundo, Recordista Brasileira e Sul-Americana, onde fui testada inúmeras vezes em controle anti doping.

Em face ao exame antidoping a que fui submetida no dia 22 de abril de 2011 na seletiva para o Mundial de Xangai, tenho os seguintes esclarecimentos a dar:

Gostaria de primeiramente destacar que a presença de substância proibida no corpo de um atleta não deve ser sinônimo de doping. Por mais estranho que essa afirmação possa parecer, o meu caso resultou do meu descuido em uma prova que era apenas seletiva e não uma competição. Cada substância tem uma gravidade e um tempo de pena diferentes. No meu caso, devido a comprovada falta de intenção de melhora de performance, apenas tive uma punição de dois meses, onde as punições podem chegar de 1 mes a 2 anos para essa substância.

1. O evento era uma das seletivas para o Mundial de Xangai e só estava me valendo como treinamento, uma vez que o único objetivo das provas era a obtenção de índice, o qual eu já havia feito antes, no Pan Pacifico. (o evento não valia medalha).

2. Recebi de amostra grátis, de um site americano onde compro meus suplementos, um sache que continha cafeína e outras substâncias, o qual li rapidamente a embalagem. Por ser uma amostra grátis, não fiz uma consulta prévia sobre o produto, como estou acostumada a fazer com todos os produtos que compro. E não me atentei às especificidades das substâncias porque achava que o produto era inofensivo.

3. Como estou acostumada a usar um suplemento de cafeína antes de competir, pensei em usar esse sache amostra grátis no lugar do suplemento que eu tomo. (aproveitando que era uma competicão treino)

4. Esse sache do produto chamado 1.M.R continha uma substância chamada Metilhexanamina. Essa substância é testada apenas em competição e é classificada como estimulante especificado. Ela é considerada de menos importancia, tanto que ela só foi elevada à nível de substancia proibida em competição a partir de 2010 e é tolerada para uso em treinamento.

5. No momento do exame, relatei os suplementos que tinha tomado, inclusive o sache que havia recebido. Quando o relatei, o médico responsável me alertou para o componente nocivo do produto para a minha surpresa.

6. Em reunião no dia 20 de junho de 2011 na CBDA foi realizado um painel para análise do caso e ficou decidido uma pena de 2 meses a partir da última prova que nadei (08 maio a 08 de julho) que será encaminhada a Fina para aprovação. Decisão essa que não me permitirá nadar o Mundial de Xangai, já que o prazo de inscrição é até o dia 01 de julho.

Reconheço que por um descuido ingeri essa substancia que não é permitida em competição, e que não tive a intenção de obter ganho de performance (e nem houve).

Eu sempre valorizei a ação da agência anti doping porque acredito que o esporte deve ser o mais justo possível, e o "fair play" deve prevalecer nas competições, para que os atletas se sintam protegidos de performances alcançadas de forma ilícita. Frente a essa situação que vivi, fico tranquila que nenhuma atleta tenha sido prejudicada, pois ninguém perdeu medalha ou vaga na Seleção.

Que essa experiência por mim vivida sirva de exemplo para todos os atletas, os que estão começando ou os já experientes, para que tenham excessivo cuidado quando tomar ou ingerir qualquer suplemento/medicamento. Que seja sempre feita uma consulta com o médico do clube ou da Confederação, de produtos comprados, indicados ou ganhos.

Não confiem nas propagandas das embalagens que falem em energia, foco, potência, força sem antes ler cuidadosamente todas as informações e checar todos as substâncias. Já existe um dispositivo para alguns telefones celulares para baixar a lista das substância proibidas e um acesso mais rápido e fácil em caso de dúvida de algum produto.

Amo a natação e vou continuar me dedicando, me esforçando e correndo atrás dos meus objetivos, acreditando que as dificuldades nos fortalecem e nos fazem crescer. Tenho várias competições importantes pela frente, como os Jogos Mundiais Militares dia 17 de julho no Rio de Janeiro, o Troféu José Finkel e os Jogos Pan-Americanos.

Agradeço a minha família, marido, amigos, ao Minas Tênis Clube e todas as pessoas que me apoiaram durante minha carreira e estão me ajudando a ser forte e tranquila nesse momento. Obrigada pelo carinho, compreensão, companheirismo e amor que venho recebendo. E agradeço a Deus por se fazer tão presente nesse momento, e por estar sempre comigo.

Fabíola Molina perdeu índice para os Jogos Olímpicos de Londres e está fora do Mundial
Fabíola Molina perdeu índice para os Jogos Olímpicos de Londres e está fora do Mundial
Foto: Sátiro Sodré/CBDA / Divulgação
Fonte: Lancepress!
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