"Auto-pênalti" e mais 9 erros graves que revoltaram os times
Depois de uma Copa do Mundo recheada de lances polêmicos e erros de arbitragem, o Brasil segue sendo palco de fatos controversos envolvendo os homens do apito. Desta vez, porém, em seu campeonato nacional. Não é incomum que uma competição tão longa como a Série A do Campeonato Brasileiro protagonize falhas de juízes, porém, as polêmicas têm tomado cada vez mais conta do noticiário esportivo nas últimas rodadas e provocaram até uma ameaça de greve da associação de árbitros.
Os juízes podem até estar corretos em algumas defesas, mas alguns erros ficarão marcados na história deste Campeonato Brasileiro, como o pênalti a favor do São Paulo contra o Flamengo em que Kaká estava a léguas da grande área. De qualquer forma, a rodada deste fim de semana vai colocar ainda mais em evidência as arbitragens diante da confusão Fifa x CBF em relação à regra na bola na mão. Neste caso, quem está pagando o pato são os árbitros.
Relembre 10 erros deste campeonato
Vôlei e Muay Thai no Heriberto Hülse
Primeira rodada, primeira polêmica. Em duelo entre Criciúma e Palmeiras realizado no Estádio Heriberto Hülse, em Santa Catarina, o time da casa teve ignorado um pênalti claríssimo a seu favor ainda no primeiro tempo. No mesmo lance, Tiago Alves acertou uma voadora no tronco de Silvinho e tocou a bola com a mão dentro da área. O árbitro André Luiz de Freitas Castro deixou a jogada seguir, e o Palmeiras venceu o confronto por 2 a 1. No desembarque do time alviverde em São Paulo, o zagueiro admitiu ter cometido um “pênalti duplo”.
Falha feminina e polêmica
O primeiro erro de arbitragem a ganhar grande repercussão nesta temporada aconteceu no clássico entre Atlético-MG e Cruzeiro, no Estádio Independência, válido pela quinta rodada do Brasileiro. O time alvinegro vencia por 2 a 1 quando, aos 41min do segundo tempo, a bela bandeirinha Fernanda Colombo Uliana assinalou impedimento absurdo de Alisson, que estava em posição legal e sairia cara a cara com Victor. Depois do jogo, um diretor do Cruzeiro não poupou nas críticas à assistente, que já havia se envolvido em polêmica com Muricy Ramalho na Copa do Brasil.
(Crédito da foto: EFE)
Pare de comemorar, Diogo
O Palmeiras viajou a Caxias do Sul para realizar, contra o Grêmio, o seu último jogo no Campeonato Brasileiro antes da parada para a Copa do Mundo. O time alviverde sequer imaginava que passaria por uma crise como a que vive atualmente e poderia até encostar no G-4. A partida terminou empatada por 0 a 0, mas a equipe paulista foi prejudicada pela arbitragem. No segundo tempo, Diogo anotou gol de cabeça em posição legal, mas o homem do apito assinalou impedimento. Como o apito soou um pouco atrasado, o atacante palmeirense já estava no meio da comemoração quando percebeu que o lance havia sido invalidado.
Eis que existe o auto-pênalti
Este lance é simbólico. Criciúma e Fluminense se enfrentaram em jogo muito movimentado pela primeira rodada do Brasileiro após a Copa do Mundo, e o jogo teve uma marcação bizarra e decisiva da arbitragem ainda no primeiro tempo. O placar apontava 0 a 0 quando Paulo Baier arrancou dentro da área e, marcado por Henrique, caiu pedindo pênalti. O árbitro Rodrigo Batista Raposo apontou a marca da cal, mas, pelos replays, não é possível visualizar nenhum contato do defensor carioca no experiente meia. Muito pelo contrário: dá para ver Paulo Baier tropeçando na própria perna antes de despencar. O duelo terminou com triunfo do Criciúma por 3 a 2.
(Crédito da foto: Fernando Ribeiro/Futurapress)
O escanteio da discórdia
O Bahia não vencia uma partida pelo Campeonato Brasileiro há dez rodadas. Precisava, então, urgentemente de um triunfo sobre o bom Goiás dentro de casa pelo 14º giro da competição nacional. E ele veio. Mas de forma polêmica. O único gol da partida foi anotado por Fahel, de cabeça, após cobrança de escanteio no primeiro tempo. Porém, o escanteio não existiu. O baiano Roniery sofreu falta na lateral do campo, e a bola bateu nele mesmo antes de sair pela linha de fundo. Ao invés de tiro de meta, a arbitragem apontou o tiro de canto, e este erro originou a vitória tricolor na Fonte Nova.
0 a 0 ou 2 a 0?
O líder Cruzeiro teve uma excelente sequência interrompida em Santa Catarina na 14ª rodada do Campeonato Brasileiro: empatou com o Criciúma por 0 a 0 no Estádio Heriberto Hülse, mas muitos torcedores consideram que, não fossem dois graves erros da arbitragem, aquele jogo poderia terminar com triunfo celeste por 2 a 0. Jailson Macedo de Freitas anulou dois gols legítimos da equipe mineira no Sul do País (um após apitar falta de Ricardo Goulart em Fábio Ferreira e outro ao assinalar impedimento de Willian). Os cruzeirenses se revoltaram e chegaram a mandar uma reclamação formal à CBF.
(Crédito da foto: Eduardo Valente/Agência Lance)
Gol impedido (só que não)
A arbitragem de Corinthians 1 x 1 Fluminense, em Itaquera, pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro, foi uma das mais controversas da competição até aqui. O erro mais absurdo aconteceu contra o Fluminense. No segundo tempo, Henrique aproveitou cobrança de falta da intermediária e, livre à frente de Cássio, só finalizou para o fundo do gol. O tento, contudo, foi anulado por Paulo Henrique de Godoi Bezerra, que não observou que o zagueiro tricolor estava quase dois metros atrás do último defensor corintiano e apitou impedimento. E os próprios alvinegros saíram do jogo descontentes com a arbitragem. O lance reivindicado pelos mandantes foi um suposto pênalti não marcado em Luciano nos instantes finais.
Dois impedimentos não são necessários
O jogo envolvendo as duas equipes mais populares do País não poderia escapar ileso dos erros de arbitragem. O Flamengo venceu o Corinthians por 1 a 0 no Maracanã, pela 21ª rodada, mas o gol do triunfo rubro-negro teve dois impedimentos ignorados pela arbitragem comandada por Sandro Meira Ricci, que representou o Brasil na Copa do Mundo. Eduardo da Silva e Wallace (autor do gol) ficaram em posição ilegal em sequência no lance que originou o tento flamenguista, mas a bandeira não foi erguida. O time da casa ainda teve um pênalti polêmico anotado a seu favor após mão na bola de Fagner, mas não conseguiu ampliar a vitória.
(Crédito da foto: Alexandre Loureiro/Getty Images)
Um gol irregular e um pênalti ignorado
Uma rodada depois de ver a arbitragem errar a seu favor, o Flamengo voltou a ser beneficiado por falhas dos homens do apito no Campeonato Brasileiro. Em duelo disputado contra o Palmeiras, no Pacaembu, pelo 22º giro da competição nacional, o time rubro-negro anotou um gol irregular com Alecsandro (antes de dar a assistência, Eduardo da Silva colocou a mão na bola) e ainda viu Anderson Daronco não apitar pênalti de João Paulo em cima de Henrique. No fim, a partida terminou com empate por 2 a 2 e ainda teve Valdivia expulso por agredir Amaral.
Não importa onde: mão na bola é pênalti
O último grande erro de arbitragem do Campeonato Brasileiro aconteceu nesta quarta-feira, mas desta vez prejudicou o Flamengo. O time carioca voltou à capital paulista – agora para enfrentar o São Paulo – e viu o árbitro André Luiz de Freitas Castro ter atuação desastrosa no Morumbi. Primeiro, ele apitou pênalti discutível de Márcio Araújo em Alexandre Pato. Depois, observou o toque de mão na bola de Samir, mas ignorou que ele estava a quase um metro da grande área e assinalou outra penalidade para o São Paulo. Não bastasse isto, o juiz ainda marcou impedimento inexistente de Canteros em lance que poderia original mais um gol ao Flamengo. No fim, o jogo terminou com empate por 2 a 2.
(Crédito da foto: Friedmann Vogel/Getty Images)