Com coração dividido, "Flaquissa" enfrenta 4h de ônibus até Engenhão
O Quissamã, clube que estreia na primeira divisão do Campeonato Carioca, faz na tarde deste sábado, diante do Flamengo, no Engenhão, o jogo mais importante da história do clube, e cerca de 200 moradores da cidade homônima situada no norte fluminense fizeram questão de testemunhar esse momento, enfrentando quatro horas de ônibus até a capital. Para boa parte deles, não haverá resultado frustrante. Muitos têm o coração dividido, e dizem integrar a “Flaquissa”. Alguns, no entanto, não têm dúvidas em apontar uma preferência pelo Quissamã no confronto de hoje.
É o caso de Alexandre Carneiro, 15 anos, que deixava bem claro, com sua camisa metade com as cores do Flamengo e a outra parte com o azul e branco do Quissamã, que tem duas paixões futebolísticas. Ele vibra com o fato de que não deixará o Engenhão chateado com o resultado, mas admite uma preferência pelo Quissamã, apenas no jogo de hoje.
“É o jogo mais importante da história do clube. Para o Flamengo, é uma pré-temporada. Mas quem ganhar, está bom. Se empatar, melhor ainda”, afirmou, na entrada do Engenhão.
Quatro ônibus levaram a torcida “Camisa 12”, que apoia o clube da cidade cuja população não passa de 20 mil habitantes. Ganhar do Flamengo não é uma missão impossível para o time, aponta o jornalista Emanoel Barcelos, que integra a caravana.
“Tudo é possível. Dá para arrancar ponto do Flamengo aqui. Dos grandes, é mais fácil tirar pontos do Flamengo. E olha que sou rubro-negro”, observa.
Ele diz que a maioria dos torcedores que integram a caravana é flamenguista, mas que na tarde deste sábado, a torcida pelo time da cidade natal é maior. Barcelos reconhece que o grande objetivo do Quissamã é se manter na elite do campeonato estadual.
Para a dona de casa Marcia Santos, a ida ao Engenhão tem um motivo ainda mais especial. Mãe do zagueiro Douglas, ela diz que realiza um sonho ao ver o filho jogando no Engenhão, e enfrentando o Flamengo.
“Nossa torcida está muito animada, e vamos fazer muito barulho no Engenhão”, afirma.