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Filme sobre fim da geral do Maracanã entra em cartaz em São Paulo

TRAILER GERALDINOS from Jacqueline Filmes on Vimeo. O documentário “Geraldinos”, 11 anos após o final do setor popular, prova que o Maraca não é mais nosso. O documentário que mostra o fim da geral como um reflexo da elitização do Rio de Janeiro entra em cartaz em São Paulo nesta quinta-feira, no Cine Belas Artes, […]

28 abr 2016 - 17h06
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TRAILER GERALDINOS from Jacqueline Filmes on Vimeo.

O documentário “Geraldinos”, 11 anos após o final do setor popular, prova que o Maraca não é mais nosso. O documentário que mostra o fim da geral como um reflexo da elitização do Rio de Janeiro entra em cartaz em São Paulo nesta quinta-feira, no Cine Belas Artes, com uma sessão às 18h10 (de Brasília).

Geraldinos foi dirigido por Pedro Asbeg e Renato Martins. Frequentadores do Maracanã, os dois resolveram filmar as últimas dez partidas da geral, realizadas no ano de 2005, antes do fechamento do estádio para a reforma voltada aos Jogos Pan-Americanos 2007.

O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), um dos depoentes do filme, transcende o aspecto meramente esportivo ao analisar o fechamento do setor mais popular. “O fim da geral é o fim de uma concepção de estádio e a derrota de um projeto de cidade”, constatou.

Embora claramente separadas – e com os mais pobres à mercê dos dejetos atirados pelos mais ricos -, diferentes classes sociais estavam representadas no velho Maracanã. Na nova arena, com assentos no modelo padrão Fifa, o diretor Pedro Asbeg vê paralelos com a cidade.

“O que ocorreu no Maracanã é um reflexo daquilo que nós, cariocas, estamos vivendo há alguns anos: uma bolha imobiliária falsa e especulativa. O processo de exclusão, elitização e até de limpeza que aconteceu no estádio vem acontecendo na cidade. O Maracanã é apenas o microcosmo. Tem o mesmo endereço e o mesmo nome, mas é outro estádio”, disse.

Com preços populares e visão desfavorável, a geral colocava no mesmo plano craques consagrados e gente que reunia o dinheiro para entrar com pedidos do lado de fora. No espaço anárquico, sem divisão de torcida, os espectadores eram livres para atacar junto com seus times, xingar os técnicos incessantemente e até desprezar o jogo. “A geral era uma possibilidade”, resume o historiador Luiz Antônio Simas.

No documentário, Zico revela que tinha vontade de comemorar seus gols com o público da geral, Romário conta que começou a acompanhar futebol torcendo pelo América-RJ ao lado do pai no setor popular e Júlio César Uri Geller fala que jogadores reservas distribuíam alimentos para os fãs em troca de pedidos por suas entradas durante os jogos.

Com orçamento de aproximadamente R$ 300 mil e rico material de acervo, Geraldinos entra em cartaz em São Paulo nesta quinta-feira, no Cine Belas Artes. O documentário sobre o antigo setor popular do Maracanã terá sessões diárias às 18h10 (de Brasília) até a próxima quarta.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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