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Pressão da Ferj fez CBF vetar jogos do Flamengo em Brasília, diz clube

26 fev 2016 - 22h21
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Com Maracanã e Engenhão impossibilitados de receber jogos devido à Olimpíada do Rio de Janeiro, o Flamengo desejava mandar seus jogos do Campeonato Brasileiro no Mané Garrincha, em Brasília. A negociação para transformar a capital federal na casa rubro-negra estava bem encaminhada, porém nesta sexta-feira houve uma reviravolta. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), pressionada pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) vetou a ideia.

"Estava combinado que Brasília seria sede do Flamengo no Brasileiro de 2016. Esse pedido se justifica porque o Rio de Janeiro não está com estádios em condições de receber jogos. Para minha surpresa, hoje (sexta-feira), soube que por pressão da Federação do Rio a CBF vetou. Isso atrapalha todos os nossos planos", afirmou o presidente rubro-negro Eduardo Bandeira de Mello à ESPN Brasil.

O mandatário flamenguista revelou que esteve em Brasília para tratar pessoalmente com as autoridades locais sobre a utilização do Mané Garrincha por parte do clube. "Em Brasília, eu me reuni com as autoridades esportivas, estava tudo certo, mas tive essa notícia desagradável, o que vai nos forçar a agir de outra maneira. O plano era jogar uma quantidade expressiva de jogos em Brasília, não todos. Até porque o Maracanã deve estar disponível em outubro", declarou.

A decisão da CBF surpreendeu Bandeira de Mello que assegurou que a entidade havia sinalizado positivamente com a ideia, mas mudou de posição por pressão da Ferj, que se tornou adversária política do clube.

"Pelo estatuto da Ferj, eles podem fazer tudo. O Flamengo tem direito de obedecer e ficar calado. A CBF pode passar por cima da determinação da Ferj. Tanto pode que já havia sinalizado positivamente pela mudança. Mas, pelo que vi e aconteceu, toda a mudança, a reforma da CBF, é tudo jogo de cena deles. A iniciativa do Flamengo não prejudica ninguém. Quem o Flamengo prejudica? Absolutamente ninguém. Querem nos prejudicar. Não vi nenhuma razão objetiva nisso", finalizou o dirigente rubro-negro.

Veja a nota de repúdio à decisão da CBF divulgada pelo Flamengo:

Diante da impossibilidade de contar com o Maracanã e o Engenhão em 2016, o Clube de Regatas do Flamengo e o Fluminense Football Club solicitaram à CBF ainda em 2015 a liberdade de escolher e definir dois estádios, sendo um considerado sede, outro considerado sede adjunta, em um ou dois estados Brasileiros, para exercer seus mandos de campo. Com a ausência de resposta oficial no ano passado, em janeiro deste ano foi encaminhado um novo ofício à entidade.

Nesta sexta-feira, 26 de fevereiro, foi com absoluta incredulidade e revolta, que o Clube de Regatas do Flamengo recebeu a informação de que seu pleito foi injustificadamente negado. Diante de fato tão lamentável, o Clube de Regatas do Flamengo afirma que:

Nenhum argumento plausível justifica tamanha arbitrariedade, visto que não existe neste momento um estádio capaz de comportar a torcida do Flamengo no Estado do Rio de Janeiro.

Como já dito, há meses o Flamengo aguarda uma resposta da CBF. Nos causa estranheza esta negativa, já que a entidade havia nos dado aval técnico e jurídico, sinalizando a aceitação do pedido.

O Flamengo é forçado a acreditar que esta mudança de postura está ligada à realização da Primeira Liga e ao visível desconforto que o sucesso deste torneio amistoso causa à Federação Estadual do Rio de Janeiro, aliada da CBF, e responsável pela realização do Campeonato Estadual. Basta comparar a qualidade dos jogos e quantidade de público presentes nos respectivas partidas.

O Flamengo entende que a CBF deveria estar preocupada em aumentar a média de público em suas competições oficiais. Constranger o clube de maior torcida do Brasil e indiscutível recordista de bilheteria da competição a sediar seus jogos em estádios com capacidade reduzida e com menor estrutura, como os disponíveis no momento no Estado do Rio de Janeiro, é um desserviço ao torcedor, mais uma lamentável depreciação do futebol brasileiro originada em decisões tomadas por aqueles que têm por dever proteger o esporte nacional.

Com essa decisão arbitrária, na qual aspectos políticos obscuros se sobrepuseram aos aspectos técnicos, a CBF está atingindo não apenas o Flamengo, mas a totalidade dos clubes, dos torcedores, dos patrocinadores que investem no futebol brasileiro e dos detentores dos direitos de transmissão, que hoje estão reféns de uma entidade sob suspeição.

O Clube de Regatas do Flamengo espera ter a seu lado todos os clubes na luta contra a burocratização que impede o desenvolvimento do futebol brasileiro. E não irá se curvar, tampouco se calar, diante do arbítrio de quem quer que seja.

Clube de Regatas do Flamengo

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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