Lembre 8 momentos bons e ruins da parceria do Flu com Unimed
Há quem acredite que brigas e divergências são comuns e até saudáveis para qualquer relacionamento. São inevitáveis, mas podem fazer o casal evoluir. Essa ideia é questionável, mas pode ser aplicada ao casamento entre Unimed e Fluminense. Ao longo dos 15 anos de parceria, eles tiveram muitos bons e maus momentos. Resta concluir se isso realmente fez bem ao clube.
A princípio, a Unimed salvou o Fluminense do fundo do poço, já que o time tinha caído para a Série C durante a década de 90. Depois vieram títulos importantes, mas também muitas confusões e polêmicas. A parceria acabou em baixa, após um vexame em 2013 e decepções em 2014. Mas isso não pode apagar o que aconteceu antes.
Relembre oito bons e maus acontecimentos da parceria e tire suas conclusões:
Criação e consolidação de ídolos
A Unimed sempre gostou de contratar astros, então virou comum ver grandes jogadores serem repatriados pelo Fluminense. Fred, Darío Conca e Deco são os principais exemplos, já que eram muito caros e conseguiram sucesso. Além deles, é possível citar ainda jogadores mais baratos, mas que ficaram muito valorizados no time, como Diego Cavalieri, Thiago Neves e Washington.
Crescimento do Centro de Treinamento
Principal estrutura do Fluminense, o CT de Xerém foi criado em 1983, mas passou por uma grande reformulação em 2007. É importante para as categorias de base e atualmente conta com seis campos de treinamento, um de jogo, prédio administrativo, concentração e o Hotel Concentração Telê Santana.
Campeonatos Cariocas
Quando o Fluminense começava a se reerguer, em 2002, conquistou um Estadual, que teve pouca importância na época por causa de problemas com a Rede Globo, mas foi importante para resgatar o orgulho tricolor. Depois vieram conquistas em finais contra Volta Redonda (2005) e Botafogo (2012).
Copa do Brasil de 2007
Após ter sido vice-campeão da competição em 2005, o Fluminense lavou a alma. O time aproveitou uma edição em que muitas surpresas avançaram e foi campeão sem enfrentar times grandes. Bateu o Figueirense na final e começou a construir o time que faria outras boas campanhas.
Vice-campeão na Copa Libertadores de 2008
Ainda que os torcedores não gostem de lembrar dessa decepção, é preciso valorizar a participação do time. O Flu chegou muito perto do título e só perdeu nos pênaltis para a LDU.
Vice-campeão na Sul-Americana de 2009
Entra no mesmo critério da Copa Libertadores: em uma competição que merece ser mais valorizada, o Flu eliminou times como Universidad de Chile e Cerro Porteño-PAR. O problema foi perder na decisão para a LDU novamente, inclusive com goleada por 5 a 1.
Campeonato Brasileiro de 2010
O Fluminense não era campeão brasileiro desde 1984 e teve que esperar até a última rodada para confirmar a taça. Cruzeiro e Corinthians tinham chances, mas o time tricolor venceu o Guarani por 1 a 0 e foi campeão. Darío Conca teve atuações impressionantes na temporada e foi decisivo.
Campeonato Brasileiro de 2012
Dessa vez a conquista foi mais tranquila, com três rodadas de antecedência. O título foi comandado por Fred, artilheiro da competição com 20 gols. Foi a última grande conquista do casamento entre Fluminense e Unimed.
Renato Gaúcho
Desde 2002, Renato Gaúcho se tornou o técnico preferido da Unimed. Ele passou pelo clube cinco vezes e teve razoável sucesso, mas também se tornou símbolo de divergências: mesmo quando a diretoria não queria contratar o treinador, Celso Barros usava a influência da empresa para colocá-lo no time.
Desastroso quadrado mágico
Em 2004, a Unimed resolveu bancar as contratações de Edmundo, Ramon e Roger para formar um quadrado com Romário na frente. Mas nenhum deles estava no auge, sofreram com problemas físicos e não fizeram nada marcante. O time ficou em 9º no Campeonato Brasileiro.
Cuca ou Muricy?
As divergências entre Unimed e Flu sobre técnicos foram muito comuns e sempre ficaram públicas. Em 2010, Cuca tinha salvado o time do rebaixamento na temporada anterior, então a diretoria queria mantê-lo. Mas a Unimed resolveu investir mais e contratar Muricy Ramalho.
Ratos
Muricy foi campeão no Fluminense, mas também protagonizou divergências com a Unimed. O que irritou especialmente foi quando ele denunciou um problema inusitado na estrutura: a existência de ratos nas dependências do clube. O fato foi comprovado, e o CT do Fluminense teve que passar por inspeção
Abel ou Luxemburgo?
Foi o caso mais evidente de interferência da Unimed no futebol do Fluminense. Em 2013, antes mesmo do técnico Abel Braga sair, a empresa começou a negociar com Vanderlei Luxemburgo. Depois que houve uma derrota para o Grêmio, em julho, aconteceu a troca, apesar da diretoria ter ficado contrariada.
Última queda de braço
Ainda que nenhuma das partes possa confirmar, o principal motivo para a saída da Unimed é a divergência entre o presidente do clube, Peter Siemsen, e o dono da Unimed, Celso Barros. Ao longo do ano, eles trocaram diversas acusações. O mandatário queria que o Flu tivesse mais autonomia no futebol. Já Barros alega que Siemsen não honra acordos entre eles e faz cobranças indevidas. Para piorar, parte da oposição no Fluminense ainda queria o fim do contrato com a Unimed.
Rebaixamento moral
Após montagem errada do elenco, troca de treinadores e desentendimentos fora de campo, o Fluminense praticamente caiu para a Série B do Campeonato Brasileiro. O rebaixamento só não aconteceu porque a Portuguesa foi punida pelo STJD, após muitas briga nos tribunais. O caso ainda está sendo investigado pelo Ministério Público, pois há suspeita de corrupção.
CT Celso Barros
Desde 2013, o Fluminense tem um terreno e um planejamento para construir um novo centro de treinamentos. As obras sofreram muitos atrasos e agora a previsão é que tudo esteja pronto em 2016. A ideia inicial era batizar o local como CT Celso Barros. Agora provavelmente o presidente Siemsen vai pensar em outro nome.