Presidente e vice do Flu são suspensos por ofensas a árbitro

30 out 2015 - 12h48

(atualizado às 13h33)

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Com a maioria dos votos da Quarta Comissão Disciplinar, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) expediu multa e suspensão ao presidente do Fluminense, Peter Siemsen, e ao vice-presidente Mário Bittencourt por conta dos protestos com relação à arbitragem de Leandro Pedro Vuaden no primeiro jogo contra o Palmeiras, válido pela semifinal da Copa do Brasil. Os dirigentes foram punidos com multa de R$ 10 mil e 60 dias de suspensão. No mesmo processo, o auxiliar técnico Pedro Faria levou gancho de uma partida. A decisão ainda cabe recurso e pode chegar ao Pleno do STJD, última instância dentro do cenário legal desportivo.

Na súmula do jogo, Vuaden, que foi acusado de conspirar contra o Tricolor carioca ao marcar pênalti em Zé Roberto, em lance de disputa de bola dentro da área, disse que expulsou o auxiliar de Eduardo Baptista após este reclamar de forma ostensiva contra um impedimento marcado em ataque do Fluminense, "jogando seu boné ao chão de forma ríspida". A expulsão aconteceu aos 25 minutos do segundo tempo, quando o jogo já estava em 2 a 1.

Mário Bittencourt (de óculos) e Peter Siemsen (à direita) foram suspensos pelo STJD
Foto: Nelson Perez/Fluminense F.C. / Divulgação

Tanto Siemsen, que na zona mista se exaltou e chegou a pedir pela renúncia de Sérgio Corrêa, superintendente da arbitragem da CBF, quanto Mário Bittencourt proferiram xingamentos no túnel que conduz aos vestiários, após o jogo, acusando a arbitragem de uma postura tendenciosa. "Safado, ladrão, pilantra, seu f... da p..., fazedor de resultados, você apita para os ricos. Eu te conheço de outros tempos, você é a vergonha da arbitragem", disparou o presidente, enquanto o vice afirmava: "você veio f... o Fluminense".

Intimado a depor pela Procuradoria, Leandro Pedro Vuaden confirmou a versão redigida na súmula e sustentou que a marcação do pênalti a favor do Palmeiras foi correta. "Já cometi vários equívocos e não tenho problema algum em assumir isso. Eu, analisando com toda a sinceridade, vi o lance e continuo com a minha posição de penalidade máxima da minha visão, do ângulo que eu estava no momento", declarou.

Ao passo que o advogado do clube, Marcelo Mendes, alegou que alguns erros ocorrem deliberadamente contra o Fluminense, o que já foi alvo de ofícios enviados a arbitragem, e não deixou de criticar o amadorismo dos árbitros no Brasil; o representante da Procuradoria, Luciano Hostins, fez sinal de reprovação com relação à conduta ofensiva dos denunciados. "Não cabe aos dirigentes o que estão fazendo. Esse tipo de acusação de que os árbitros estão prejudicando alguns clubes é desumano e possui outros meios oficiais de buscar a justiça", falou.

Os auditores do processo tiveram algumas divergências ao deliberarem sobre o prazo das suspensões, mas no fim, ficou certo que as declarações não poderiam ser enquadradas apenas como uma insatisfação. "O árbitro confirmou as palavras narradas na súmula e a defesa se limitou em justificar a conduta e não em desconstituir a natureza das declarações. Voto pela pena de R$ 10 mil e pela suspensão de 60 dias a Peter e Mario", disse Lucas Rocha, em voto que foi levado a cabo como punição definida.

Situação de Peter Siemsen no STJD ainda pode piorar

Punido nesta sexta-feira pelas declarações que fez no jogo de ida da semifinal, no Maracanã, o presidente Peter Siemsen pode ter sua situação agravada por conta da súmula do segundo e decisivo jogo, disputado na última quarta. Após a eliminação do Fluminense para o Palmeiras nos pênaltis, o mandatário tricolor disparou, dessa vez, contra o árbitro Anderson Daronco, que protocolou na súmula o xingamento.

Após a partida, Anderson Daronco assinalou o protesto, que se for levado a júri, pode causar nova suspensão por desrespeito à arbitragem. “No túnel de acesso ao vestiário da arbitragem, na passagem da equipe de arbitragem, o presidente do Fluminense Peter Siemsen batendo palmas disse as seguintes palavras: ‘Mais um ladrãozinho para o bando’, e repetiu de novo a frase”, escreveu.