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Futebol Americano

Cheerleaders processam Buffalo Bills por abuso e exploração

23 abr 2014 - 09h22
(atualizado às 09h27)
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<p>Integrantes da torcida Buffalo Jills processam a tradicional franquia dos Bills</p>
Integrantes da torcida Buffalo Jills processam a tradicional franquia dos Bills
Foto: Buffalo Bills Cheerleaders

Cinco ex-cheerleaders do Buffalo Bills, uma das franquias mais tradicionais da NFL (Liga Nacional de Futebol Americano), abriram um processo contra a equipe, nesta terça-feira. Elas alegam ter trabalhado por horas em jogos e eventos públicos sem receber pagamento. Além disto, garantem ter sofrido abusos por parte de seus contratantes, que teriam, entre outras coisas, pedido para tocar em seus corpos e vê-los em um “teste de movimento”.

Este é o terceiro processo aberto por cheerleaders contra uma equipe da NFL em 2014. Antes dos Bills, Oakland Raiders e Cincinnati Bengals também foram acionados por algumas de suas líderes de torcida – por atrasos salariais - e acabaram obrigados a indenizá-las.

O caso movido contra a franquia de Buffalo diz que as cheerleaders dos Bills, as chamadas “Buffalo Jills”, foram contratadas ilegalmente como funcionárias independentes, estando sujeitas a políticas que violam leis de trabalho, como o pagamento de U$ 8 por hora, por exemplo.

Duas integrantes da torcida “Jills” concederam uma coletiva de imprensa nesta terça-feira com o advogado Frank Dolce. “Nós somos torcedores dos Bills”, declarou Dolce. “Queremos que, definitivamente, a nossa organização e outras franquias da NFL respeitem os direitos dessas líderes de torcida”, disparou.

As cheerleaders do Buffalo Bills não recebem para trabalhar em jogos e treinos, e são obrigadas a fazer, por temporada, de 20 a 35 aparições em eventos de comunidades carentes. Na maioria deles, porém, também não há remuneração, segundo o processo. Além disto, de acordo com a acusação, elas têm que pagar U$ 650 para comprar seus uniformes e não são reembolsadas após realizar viagens e gastar com outras despesas.

A ação civil, que busca indenização não especificada e pagamento de honorários dos advogados, nomeia a empresa Stejon Productions Corp, que assumiu a gestão da "Jills" em 2011, além da Citadel Communications Co. e do próprio Buffalo Bills.

A presidente da Stejon, Stephanie Mateczun, disse que não poderia comentar sobre as reivindicações, assim como o representante do Buffalo Bills, Scott Berchtold, que afirmou que a política da franquia é de não discutir litígios pendentes. Já um porta-voz da Citadel não foi encontrado para falar sobre o tema.

No processo, as cheerleaders são identificadas apenas pelo primeiro nome e pelas iniciais dos sobrenomes. Isto porque “a identificação representa um risco de dano físico ou mental de retaliação”, de acordo com a ação.

As queixas descrevem que as líderes de torcida receberam "tratamento humilhante e degradante”, sendo obrigadas a usar biquínis em vários eventos, como em um torneio de golfe anual no qual foram “leiloadas como prêmios” e submetidas a “comentários sexuais degradantes e a toques inapropriados”.

"Todos ficavam diante de nós, de pé, com uma prancheta. Eles nos obrigavam a pular e balançar os seios para ver quais partes do nosso corpo ficavam sacudindo”, revelou uma das líderes de torcida, identificada como Alyssa U.

Ela, aliás, também contou que recebeu somente U$ 420 pelos serviços prestados ao Buffalo Bills durante toda a temporada 2012/13 da NFL. Outra líder de torcida da franquia, Maria P. disse ter sido remunerada em apenas U$ 105 no ano inteiro. 

Fonte: AP AP - The Associated Press. Todos os direitos reservados. Este material não pode ser copiado, transmitido, reformado o redistribuido.
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