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Futebol Americano

Patriots e Seahawks decidem Super Bowl ofuscado por polêmicas "bolas murchas"

30 jan 2015 - 17h23
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"Assombrado" pela polêmica das bolas esvaziadas em uma das finais de conferência, o Super Bowl, a final da temporada da NFL (liga profissional de futebol americano dos Estados Unidos), será realizado neste domingo, colocando frente a frente o New England Patriots, do baladado Tom Brady, marido de Gisele Bündchen, e o atual campeão Seattle Seahawks.

Disputado desde 1967, o jogo único protagonizado pelo vencedor da Conferência Nacional (NFC) e da Conferência Americana (AFC) acontecerá neste ano em Glendale, no Arizona, no estádio da Universidade de Phoenix, que já foi palco da decisão em 2008, quando o New York Giants bateu justamente os Patriots por 17 a 14.

O Super Bowl é o maior evento esportivo dos EUA, tendo alcançado em fevereiro de 2013 o expressivo número de 47,8% dos televisores do país ligados na partida, um recorde histórico. Por isso, o preço médio de uma inserção comercial durante o evento deste ano será de US$ 4,5 milhões (R$ 11,6 milhões).

Além da disputa para conhecer o melhor da bola oval na temporada, outra atração costuma ser o show do intervalo, sempre com grandes atrações mundiais. U2, Sting, Justin Timberlake, Paul McCartney, Rolling Stones, Madonna e Beyoncé foram alguns dos astros que subiram em palco montado no gramado.

Neste ano, a responsabilidade de entreter o público será de John Legend antes do apito inicial, e Katy Perry, acompanhada de Lenny Kravitz, no intervalo. Aqui também não faltou polêmica, já que a cantora foi acusada de pagar para se apresentar no jogo, o que ela e a organização da competição negaram.

A caminhada até o Super Bowl de Patriots e Seahawks foi semelhante, com ambos liderando suas conferências na temporada regular após 16 rodadas. Tanto o time de Massachusetts como o de Seattle venceram 12 vezes e perderam quatro, na AFC e NFC, respectivamente.

Com o desempenho, ambos entraram direto nas semifinais de conferência. O detentor do título pegou primeiro o Carolina Panthers, vencendo por 31 a 17. Em seguida, veio a virada espetacular sobre o Green Bay Packers, por 28 a 22, na prorrogação, levando assim o título da NFC.

Os Patriots, por sua vez, estrearam nos playoffs eliminando o Baltimore Ravens, campeões de 2013, em grande jogo, que terminou 35 a 31. Na decisão da AFC, a equipe de Brady massacrou o Indianapolis Colts por 45 a 7, mas depois de terminado o duelo, a polêmica das bolas murchas surgiu.

A NFL anunciou que estava investigando que 11 das 12 bolas usadas nas jogadas ofensivas pelos Patriots, no primeiro tempo, estavam mais vazias que o especificado, o que acabou sendo confirmado posteriormente. Um funcionário do clube é considerado o principal suspeito.

Bill Belichick, técnico do New England, garantiu em entrevista coletiva concedida logo na chegada ao Arizona, que todas as suspeitas de "trapaça" por parte de sua equipe são infundadas.

"Tenho 100% de certeza que seguimos as regras do jogo ao pé da letra. Não sou um cientista, nem um especialista em bolas de futebol. Só posso dizer o que sei", afirmou o treinador aos jornalistas.

Com as bolas mais vazias do que o normal, os lançamentos de Brady e as recepções dos jogadores dos Patriots ficariam facilitadas, especialmente por a partida acontecer em dia de chuva forte.

Alheio a tudo isso, os Seahawks têm um objetivo claro neste Super Bowl: ser o primeiro bicampeão desde 2005, quando justamente os Patriots levantaram a segunda taça consecutiva, vencendo o Philadelphia Eagles.

As estatísticas ajudam o time de Seattle. Em 11 oportunidades, oito vezes o vencedor do ano anterior conseguiu revalidar o título da liga, uma "taxa de sucesso" de quase 73%.

Já a tarefa dos Patriots pode ser mais complicada se for considerado o histórico recente em decisões. Além deste ano, a dupla Brady/Belichick chegou a outros cinco Super Bowls. Venceu os primeiros três, mas, apesar de favorita, perdeu os dois últimos para o New York Giants (2008 e 2012).

Na primeira destas decisões, inclusive, a equipe foi à final de forma invicta, conquistando 18 vitórias, um recorde da liga, mas acabou derrotada por Eli Manning, irmão de Peyton Manning, principal rival de Brady no posto de melhor quarterback da atualidade.

Para impedir o início de uma dinastia dos Seahawks, o ataque de New England, um dos melhores da história nos últimos anos, terá que superar a igualmente impressionante defesa adversária, a melhor da liga neste ano tanto em corridas como em passes.

Além dos passes precisos de Brady e as jogadas inusitadas chamadas por Belichick, a esperança do torcedor está no tight end Rob Gronkowski, que já anotou 14 touchdowns em recepções na temporada, dois deles nos playoffs. Será dele a missão de receber as bolas mais decisivas, tendo como desafio superar o cornerback Richard Sherman.

Considerado um dos pilares defensivos de Seattle, o número 25 é dúvida para a partida, devido a possibilidade do nascimento de seu primeiro filho, previsto para essa ou a próxima semana. Caso a criança nasça antes do Super Bowl, o atleta pedirá dispensa, e já recebeu confirmação que será liberado pelo técnico Pete Carroll.

"Ele sabe que tem uma oportunidade de encarar uma grande decisão. Sempre que nossos jogadores têm que optar entre um assunto pessoal ou de família, é a família que vem primeiro. Eles precisam decidir o que é melhor pra si mesmos, e eu os apóio nisso", disse o comandante dos Seaahawks.

Para tirar o foco da defesa das ações de Brady, os Patriots também precisarão estabelecer o jogo corrido, um dos poucos "defeitos" ofensivos da equipe, que ocupa apenas a 18ª posição da liga no quesito, com o running back LeGarrette Blount.

A fraqueza do adversário é a principal força do ataque dos Seahawks. Marshall Lynch, chamado de "A Besta" pelos torcedores do atual campeão da NFL, foi o principal responsável por levar a equipe ao segundo Super Bowl consecutivo. Ele comandou a virada sobre os Packers carregando a bola 25 vezes e conquistando 157 jardas, novo recorde da franquia na pós-temporada.

Além dele, outro que gosta de avançar com os pés é o quarterback Russell Wilson, que correu para 849 jardas na temporada regular, marca superior a de muitos running backs, que são especialistas neste quesito, contribuindo assim para que os Seahawks também fossem a melhor equipe da liga em corridas.

Ao conduzir a equipe à mais uma decisão, Wilson se tornará o quarterback mais jovem da história a participar de duas edições do Super Bowl, com apenas 26 anos e 64 dias.

O jogo também será marcado por vários outros recordes. Com seu sexto Super Bowl na carreira, Brady se tornou o quarterback com mais aparições na decisão, superando o lendário John Elway. E também ajudou o New England a empatar com o Dallas Cowboys e com o Pittsburgh Steelers, que também disputaram oito decisões da NFL.

EFE   
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