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7 X 1 foi pouco? Brasil sofre novo vexame e cai na 1ª fase da Copa América

13 jun 2016 - 00h28
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Em jogo marcado por arbitragem polêmica, com direito a um gol de mão validado após longa discussão entre jogadores e a arbitragem, o Brasil perdeu neste domingo para a seleção peruana por 1 a 0, e pela segunda vez na história foi eliminado na fase de grupos da Copa América, ficando em sua chave apenas à frente do frágil Haiti, a quem goleou quatro dias atrás por 7 a 1.

O único gol da partida disputada no Gillette Stadium, em Foxborough, foi marcado por Raúl Ruidíaz, que passou pelo Coritiba, aos 29 minutos do segundo tempo. O lance foi cercado de controvérsia, já que o atacante finalizou a jogada com a mão. A arbitragem comandada pelo uruguaio Andrés Cunha debateu o lance por quase cinco minutos, mas chegou à conclusão de que o lance foi legal.

O duelo entre Brasil e Peru era uma verdadeira decisão, e só uma das seleções avançaria, já que o Equador se classificou mais cedo ao golear o Haiti por 4 a 0. Independente do resultado, quem se classificasse no segundo confronto do dia pelo grupo B garantiria a liderança da chave.

Com isso, a seleção de Paolo Guerrero, que chegou aos sete pontos, pegará nas quartas de final a Colômbia, na sexta-feira, em East Rutherford. Os equatorianos duelarão com os Estados Unidos, anfitriões do torneio, na quinta-feira, na definição do primeiro semifinalista.

Além da eliminação, a derrota encerrou uma invencibilidade de 31 anos do Brasil com o adversário de hoje. A última vitória dos peruanos no duelo havia acontecido em um amistoso disputado em Brasília, em 1985. Em jogos oficiais, desde 1975 a seleção não era superada pela 'Blanqirroja'.

O novo vexame, da precoce queda na fase de grupos da Copa América, acontece menos de dois anos após a goleada para a Alemanha por 7 a 1, nas semifinais da Copa do Mundo de 2014. Além disso, atualmente, os pentacampeões mundiais estão fora da zona de classificação para o Mundial de 2018, após seis rodadas disputadas.

A outra vez em que o Brasil caiu em uma primeira fase de Copa América aconteceu na edição de 1987, quando o formato era diferente, com três grupos com três seleções. O vencedor de cada chave avançou às semifinais, fase para a qual já estava classificado o então campeão vigente, o Uruguai. O Brasil estava no grupo B e estrou goleando a Venezuela por 5 a 0, mas no segundo jogo perdeu por 4 a 0 para o Chile, que também havia derrotado os venezuelanos e avançou.

Para a partida de hoje, a seleção brasileira veio com três novidades, uma delas forçada, devido à suspensão de Casemiro, que deu lugar a Lucas Lima. Miranda, que se recuperou de lesão, voltou ao time titular, substituindo Marquinhos, e Gabriel ganhou a posição de Jonas no comando de ataque.

Os peruanos, comandados por Ricardo Gareca, ex-Palmeiras, e liderados em campo por Guerrero, do Flamengo, também vieram com algumas alterações com relação ao empate com o Equador. Corzo, Balbin e Polo entraram nos lugares de Revoredo, Tapia e Hohberg.

O apito inicial do árbitro uruguaio Andrés Cunha foi precedido por um minuto de silêncio, em homenagem às vítimas do atentado em uma boate voltada ao público LGBT na cidade de Orlando, em que um atirador matou 50 pessoas e deixou outras 53 feridas.

Desde o princípio da partida, o Brasil tentou se impôr. Aos 5 minutos, em boa escapada pela direita, Daniel Alves foi acionado e caiu após chegada de Cueva, novo contratado do São Paulo. Os pentacampeões reclamaram do lance, que não foi considerado faltoso pela arbitragem.

A primeira grande oportunidade de gol veio aos 11, quando Filipe Luís arriscou de fora da área e obrigou Gallese a fazer boa defesa. Um minuto depois, foi a vez de Renato Augusto tentar marcar, em finalização de fora da área, que não acertou o alvo.

Aos 23, mais reclamação dos brasileiros, quando Lucas Lima caiu em dividida com Balbin. Miranda, principalmente, questionou Andrés Cunha sobre os motivos da falta não terem sido marcadas. Dunga também revoltado, mas nada disso mudou a opinião do árbitro.

Titular pela primeira vez na seleção, Gabriel ficou muito perto de abrir o placar aos 26, quando recebeu de Elias, girou em cima da marcação e bateu no canto direito de Gallese, que se esticou todo e defendeu com a ponta dos dedos.

O Brasil voltou a criar uma boa oportunidade de gol aos 35 minutos, quando Filipe Luís acertou ótimo cruzamento da esquerda e achou Willian na área. O meia emendou de primeira, mas finalizou por cima do travessão.

Aos 40, em boa trama que teve a participação de quase todos os jogadores do setor ofensivo, Gabriel recebeu na intermediária e soltou uma bomba, parando em mais uma defesa de Gallese.

Nos minutos finais da etapa inicial, em rara ação ofensiva, foi a vez da seleção peruana reclamar de pênalti. Flores carregava a bola e caiu após Renato Augusto chegar na marcação. Andrés Cunha, que estava perto do lance, não marcou falta.

A 'Blanqirroja' voltou mais ofensiva para o segundo tempo, graças a entrada de Yotún no lugar de Balbin. Logo aos 3 minutos, após falta de Miranda no ex-lateral do Vasco, Cueva bateu com veneno, mas parou na defesa de Alisson.

Acuado, diante da marcação mais alta e bem mais forte do adversário, o Brasil não conseguiu levar perigo nos 15 primeiros minutos. Os peruanos, no entanto, apesar de mais organizados na defesa, não conseguiam repetir a eficiência no setor ofensivo.

Aos 18, na primeira boa ação verde e amarela, Daniel Alves cruzou da direita, Renato Augusto ajeitou com o peito e Philippe Coutinho soltou a bomba de primeira. A bola, no entanto, explodiu no corpo de Rodríguez, para o perigo ser afastado em seguida.

Em contra-ataque veloz, aos 26, Renato Augusto arrancou, passou bem por dois adversários e serviu Coutinho, que cortou para o meio e bateu fraco, para defesa tranquila de Gallese.

Houve polêmica mais uma vez aos 30, quando Ruidíaz marcou após cruzamento da direita, no primeiro momento, o uruguaio Andrés Cunha validou o gol. Depois disso, foram quase cinco minutos de discussão entre a equipe de arbitrgem, que confirmou a validade, mesmo com o atacante peruano empurrado a bola para as redes com a mão.

A seleção brasileira tentou reagir após ficar atrás no placar, o que resultaria em eliminação precoce. Aos 38 minutos, após bola alçada da direita na área, Gil subiu mais que os defensores peruanos, mas testou por cima do gol.

Nos acréscimos, aos 47, o Brasil teve a grande chance de empatar, quando Hulk, que havia entrado no lugar de Gabriel, cruzou da direita, Elias se esticou todo, mas não conseguiu finalizar com precisão e só tocou na bola, parando em defesa fácil de Gallese.

Ficha técnica:.

Brasil: Alisson; Daniel Alves, Miranda, Gil e Filipe Luis; Elias, Renato Augusto e Lucas Lima; Willian, Philippe Coutinho e Gabriel (Hulk). Técnico: Dunga.

Peru: Gallese; Corzo, Ramos, Rodríguez e Trauco; Balbin (Yotún), Vílchez e Polo; Cueva (Tapia), Flores (Ruidíaz) e Guerrero. Técnico: Ricardo Gareca.

Árbitro: Andrés Cunha (Uruguai), auxiliado pelos compatriotas Nicolás Tarán e Richard Trinidad.

Gol: Ruidíaz (Peru).

Cartões amarelos: Lucas Lima e Renato Augusto (Brasil); Yotún (Peru).

Estádio: Gillette Stadium, em Foxborough (Estados Unidos).

EFE   
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