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Adebayor: "uma vida na África não vale nada"

12 jan 2010 - 08h46
(atualizado às 09h43)
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Após o atentado na província de Cabinda, Angola, em que dois membros da delegação togolesa foram mortos, além do motorista de um dos ônibus, o capitão da seleção de Togo, Adebayor, deu uma entrevista ao jornal The Sun explicando como tudo aconteceu.

"A vida de um homem na África não vale nada. É uma vergonha dizer isto, mas é a verdade. Nos trataram como animais. Fomos jogar uma grande competição e se dedicaram a nos assassinar. Que mais posso dizer?", afirmou.

O atacante do Manchester City e melhor jogador da história de Togo conta com amargura os detalhes do atentado do grupo separatista em Angola, no início da Copa Africana.

"Quando chegamos à fronteira com Cabinda, vimos militares armados até os dentes e nos perguntamos porque. Após 5 km, ouvimos disparos e pensamos que seriam crianças jogando... logo nos demos conta: os terroristas teriam pistolas, mísseis, metralhadoras, fuzis... disse a mim mesmo: 'chegou o fim!'. Nos dedicamos a mandar mensagens de despedida a nossos familiares. Um companheiro estava deitado no chão com uma bala na costela e sangrava muito. Não parava de chorar e dizer que queria ver seus filhos", disse.

"Vimos que o ônibus não andava porque o motorista estava morto. Então, subiu um militar. Pensei que seria um rebelde e que iria atirar em todos mas, graças a Deus, era um segurança. Nos disse para sair do ônibus de três em três. A mim, me deixou para o final e me disse para colocar três camisetas na cabeça. Eu era um dos objetivos? Não sei", relatou.

"No sábado, nos reunimos com os jogadores e decidimos que queríamos jogar para honrar a memória de nossos companheiros mortos. Mas o presidente (de Togo) disse que não era seguro jogar", completou Adebayor.

Atacante togolês, Adebayor conta com detalhes o atentado em Angola
Atacante togolês, Adebayor conta com detalhes o atentado em Angola
Foto: EFE
Fonte: Terra
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