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Advogado que investigava corrupção se desliga da Fifa e faz críticas

17 dez 2014 - 17h20
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O advogado Michael Garcia anunciou nesta quarta-feira seu desligamento do Comitê de Ética da Fifa. O norte-americano era responsável pelas investigações de corrupção no processo de escolha de Rússia e Catar como sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, respectivamente. Como motivo para sua saída, Garcia citou falta de liderança dentro da entidade.

"É a falta de liderança nessas questões da Fifa que me leva a concluir que meu papel neste processo chegou ao fim", afirmou o advogado. O que também frustrou Michael Garcia foi o pouco uso e a falta de transparência com seu relatório de 430 páginas sobre o caso, que foi entregue à entidade no mês de novembro, e ainda não foi publicado.

O juiz do Comitê de Ética da Fifa, Hans-Joachim Eckert, absolveu as candidaturas de Rússia e Catar alegando que haviam apenas irregularidades isoladas no processo de escolha das sedes. Eckert ainda chegou a criticar o relatório do advogado, dizendo que nele havia "numerosos materiais incompletos e representações errôneas dos fatos".

Michael Garcia pediu que a decisão inicial do Comitê de Ética a respeito das irregularidades fosse revista, e teve seu recurso negado nesta terça-feira. Em seu desligamento, o advogado declarou, em tom de crítica, que "nenhum comitê independente ou investigador sozinho pode mudar a cultura de uma organização".

Em comunicado oficial, o presidente da Fifa se disse surpreso e lamentou o desligamento de Michael Garcia. "Estou surpreso com a decisão do Sr. Garcia. O trabalho do comitê de ética continuará da mesma forma e será parte central das discussões do comitê executivo nos próximos dois dias", declarou Joseph Blatter.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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