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África do Sul já teme prejuízos com "legado" da Copa 2010

3 jan 2011 - 12h13
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Políticos e dirigentes sul africanos temem pelo futuro dos estádios construídos no país especialmente para a Copa do Mundo de 2010. O Green Point, na Cidade do Cabo, que custou 450 milhões de euros (cerca de R$ 992 milhões), é o caso mais urgente, já que a companhia Sail&Stade France desistiu do contrato para se tonrar responsável do local, tendo em vista os altos custos da tarefa.

Porth Elizabeth, Durban e Johannesburgo também possuem estádios novos e estão lidando com o problema. Segundo o jornal espanhol Ás, a Fifa diponibilizou para a África do Sul 100 milhões de dólares por meio do Fundo de Legado do Mundial. O valor é considerado irrisório, se levado em conta que a entidade lucrou mais de dois bilhões e meio de euros - livres de impostos - com o evento.

No dia da criação do fundo, Joseph Blatter, presidente da entidade, disse que: "a Fifa não é um circo, que chega no país, levanta um punhado de barracas e, quando o espetáculo acaba leva tudo consigo. O dinheiro não é tão importante para nós".

O estádio Green Point foi construído por exigência da Fifa. A Cidade do Cabo já possuia outras três instalações, que também foram usadas na Copa. Atualmente, as autoridades locais estimam em 4,6 milhões de euros anuais(cerca de R$ 10 milhões) o custo para mantê-lo.

O prefeito da cidade, Don Plato, é contrário a decisão de demolir o estádio, e ainda está em busca de um financiador. O líder cita ao Ás os shows de U2 e Neil Diamond, além do amistoso contra os Estados Unidos como bons exemplos recentes de fonte de renda. Em 2002, após a Copa do Mundo, Japão e Coreia demoliram estádios, após passar pelo mesmo problema.

Mas no Cabo, assim com em Porth Elizabeth e Durban, os políticos ainda negociam com clubes de futebol locais a possibilidade de assumir como base os estádios da Copa - ou usá-los de forma ocasional. Algo semelhante com que aconteceu com o Botafogo e o Engenhão, construído no Rio de Janeiro especialmente para os Jogos Panamericanos de 2007.

Segundo fonte do Ás, o governo da África do Sul exagerou ao afirmar que o Mundial trouxe mais de meio milhão de empregos para o país. Economistas locais dizem que o número não passa de 200 mil, sendo que muitos dos trabalhos foram temporários, sem possibilidade de renovação.

Apesar das melhoras na infra-estrutura das cidades e do crescimento do PIB, em um país que passava por uma crise financeira, as dívidas estão começando a ameaçar a África do Sul.

Os estádios são o principal problema financeiro após a primeira Copa do Mundo na África
Os estádios são o principal problema financeiro após a primeira Copa do Mundo na África
Foto: AP
Fonte: Redação Terra
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