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Anhangabaú vira ponto de encontro de nigerianos e refugiado congolês

17 jun 2013 - 19h41
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A culpa pode ter sido da temperatura baixa, do pequeno apelo do jogo, do horário pouco conveniente ou até de uma mistura de tudo isso. O fato é que pouco mais de 200 pessoas compareceram ao Vale do Anhangabaú na tarde desta segunda-feira para assistir em um telão ali instalado à partida entre Taiti e Nigéria, que acabou com vitória por 6 a 1 da equipe africana. O espaço pode receber até 50 mil pessoas.

A grande maioria dos espectadores era formada por nigerianos, como o técnico de informática Prince Mohammed, que está há 16 anos no Brasil. "Para nós, esse jogo foi um treino. Nós queremos enfrentar a Espanha e vencer a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. As pessoas dizem que isso é difícil, mas só quem corre atrás de alguma coisa consegue conquistá-la. É igual àquela menina por quem todo mundo está apaixonado", filosofou., temos boas chances de garantir uma vaga na semifinal", disse.

O verde e branco da bandeira do Palmeiras, mesmas cores da flâmula da Nigéria, fez Alex Ayo criar uma empatia imediata com o clube paulistano logo que chegou ao Brasil, em 2010. "O Verdão está ruim, mas logo vai voltar", garantiu.

A proximidade geográfica e cultural trouxepara o lado da Nigéria  também imigrantes de outros países africanos radicados em São Paulo. O congolês Gerry Antonio, de 33 anos, era um dos que comemorava cada lance de perigo criado por Oduamadi e pelos outros atletas nigerianos. Ele chegou ao Brasil como refugiado, há quatro meses, e ainda aguarda que a Polícia Federal emita seus principais documentos para conseguir um emprego. Mesmo assim, a recepção que teve em São Paulo já o fez trocar de torcida.

"Se o Brasil enfrentar a Nigéria, eu torço para o Brasil. Aqui não tem guerra, não tem tantos problemas com a questão de direitos humanos como tem no Congo", diz ele, que é corintiano e fã de Neymar, Sheik e Romarinho.Taiti - O rótulo de "azarão" foi o principal trunfo do Taiti para atrair um pequeno grupo de torcedores para o seu lado. O mecânico Jorge Andrade, por exemplo, disse que estava apoiando "o de vermelho", em referência à cor da camisa da equipe da Oceania: "É mais fraco, né?". A maior parte da torcida taitiana, assim como o resto do público que compareceu ao Anhangabaú, era formada por algumas dezenas de trabalhadores da região.

O Taiti é uma ilha localizada na Polinésia Francesa, no meio do Oceano Pacífico, e conta com uma população de menos de 180 mil habitantes. O país não tem uma liga profissional de futebol, e dos 23 atletas convocados pelo técnico Eddy Etaeta, apenas um tem o futebol como fonte única de renda. No elenco que veio ao Brasil, há estudantes, desempregados, um vendedor de celular e até um alpinista.

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