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Animado com Aécio, Ronaldo quer seguir na vida política

Ex-atacante diz que envolvimento em campanha o fez sentir um gostinho a mais pela política: "sou uma pessoa do bem e, podendo multiplicar o bem para o Brasil, para o mundo, vou fazer"

28 nov 2014 - 12h47
(atualizado às 13h04)
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Um dos maiores apoiadores da candidatura de Aécio Neves à presidência da República, Ronaldo se envolveu de corpo e alma na campanha do amigo. Mesmo com a derrota nas urnas, o ex-jogador vê de forma positiva o empenho a e assume ter “gostado da coisa”. Em São Paulo para a realização do BSOP Millions, o maior torneio de pôquer da América Latina, o “Fenômeno”, que é embaixador do PokerStars no mundo, conversou com exclusividade ao Terra e mostrou animação ao comentar sobre um possível cargo político no futuro.

“Olha, eu fiquei tão envolvido com a política que eu senti sim (um gostinho especial), não vou enganar. Foi muito bacana. Eu me envolvi muito e diretamente, participando da campanha, indo nas ruas com ele, ou sozinho, fazendo os eventos, envolvendo as pessoas... Pena que não conseguimos vencer”, disse.

Quando perguntado pelo Terra se essa empolgação o faria aceitar um cargo político, como de Ministro do Esporte, em um possível governo do PSDB, Ronaldo não cravou sua resposta, mas mostrou muita animação em comentar a hipótese.

Ronaldo admite entrar para a política para "trabalho bonito":

“Eu sou uma pessoa do bem e, podendo multiplicar o bem para o Brasil, para o mundo, vou fazer. Seria uma oportunidade histórica de fazer coisas boas e programas bons, ainda mais através do esporte que tem muita credibilidade com a população. Acho que dá para fazer um trabalho muito bonito”, contou, fazendo questão de lembrar que não havia nenhuma pré-acordo caso Aécio vencesse a eleição.

Entre outros temas abordados na conversa com o Terra, Ronaldo também falou sobre sua experiência como membro do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo, sua ligação com o Corinthians e o que ele espera do novo presidente do clube paulista, retorno de Dunga à Seleção Brasileira, Marco Polo del Nero à frente da CBF, Bom Senso, seus famosos saltos no Instagram, além, é claro, da sua paixão pelo pôquer.

Confira, na íntegra, o bate-papo que Ronaldo teve com o Terra:

Terra – Todos já sabem sobre sua paixão pelo pôquer. Você pretende virar profissional e levar o esporte realmente a sério?

Ronaldo -

Cara, eu levo muito a sério o pôquer. Acontece que minha capacidade é que não é tão grande como era no futebol (risos), mas eu tenho me esforçado e estudado muito para melhorar meu jogo.

Terra – Você acha que é possível entrar no calendário de competições?

Ronaldo -

Acho que o pôquer é tão democrático que todo mundo pode competir. O que eu tenho que fazer é estudar e aprender mais as estratégias para competir nesses torneios grandes. Eu tenho participado de muitos torneios grandes e pego muita experiência nessas participações, mas precisa estar convivendo nesse meio, nesse ambiente, e eu não tenho tido muito tempo. Esse ano foi um ano com grandes eventos, conturbados, e não tive muito tempo de me dedicar ao pôquer, mas o próximo ano espero estar mais tranquilo.

Terra – Você postou uns vídeos curiosos em seu Instagram, pulando cerca de um metro. Era um treino específico para alguma coisa?

Ronaldo -

Não, não era nada especial, são só treinamentos mesmo. Eu voltei a treinar forte agora, fazendo treinos funcionais, CrossFit, jogando tênis... Tenho praticado muitos esportes, aquilo (de pular), era um exercício do caixote, comecei a tentar ver o meu limite e cheguei a 113 cm. Me "estabaquei" em uma antes (risos). São apenas exercícios. Desafio alguns amigos para ficar mais divertido.

Terra – Como foi a experiência de participar do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo?

Ronaldo -

Minha avaliação é muito boa. Fazer parte do Comitê Organizador foi uma experiência enriquecedora para mim. Eu aprendi muito nesse projeto e administração. O brasileiro é um povo muito desconfiado né, ainda mais em um evento grande como foi a Copa do Mundo. Todo mundo teve a desconfiança, mas minha participação foi só no Comitê, não teve nada partidário. Eu gostei muito, principalmente do resultado final. Ninguém imaginava que seria uma Copa tão boa quanto foi no Brasil. As pessoas realmente celebraram o futebol, foi um mês de paz, um mês de alegria, com um nível técnico muito alto, muitos gols e acho que esse evento vai ficar marcado.

Terra – Você acha que sua imagem acabou sofrendo um desgaste?

Ronaldo -

Acho que eu não sofri desgaste de imagem. Acho que as pessoas, aos poucos, foram entendendo minha participação. Eu só queria o bem do meu País e estava lutando para fazer o melhor para o Brasil. Era uma oportunidade única de mostrar nosso País para o mundo.

<p>Ronaldo e Aécio Neves assistem partida juntos; amizade de longa data serviu de impulso para ex-jogador "se jogar" na campanha</p>
Ronaldo e Aécio Neves assistem partida juntos; amizade de longa data serviu de impulso para ex-jogador "se jogar" na campanha
Foto: Instagram / Reprodução
Terra – Você participou ativamente da campanha do Aécio. Sentiu um gostinho a mais pela política?

Ronaldo -

Olha eu fiquei tão envolvido com a política que eu senti sim, não vou enganar. Foi muito bacana. Eu me envolvi diretamente, participando da campanha, indo nas ruas com ele, ou sozinho, fazendo os eventos, envolvendo as pessoas... Pena que não conseguimos vencer, era o melhor projeto. De qualquer maneira, o Brasil tem que continuar  e a gente espera que façam um bom governo, apesar de toda desconfiança que existe no mercado, os problemas de corrupção... Da campanha eu tiro que o Aécio saiu muito forte, com uma oposição muito sólida e acho que ele vai saber fazer isso muito bem para a próxima oportunidade dele.

Terra – Esse “gostinho” o faria aceitar o desafio de ser Ministro do Esporte em um possível governo do PSBD?

Ronaldo -

Olha, eu entrei na campanha sem nenhum acordo com o Aécio, foi um apoio incondicional porque é um cara que eu conheço há muito tempo. É um cara que eu confio, que eu gosto, que é um grande amigo. Nunca conversamos sobre possibilidade do futuro, se eu assumiria alguma coisa. Eu abracei o projeto como um projeto que seria o melhor para o Brasil, sem nenhuma expectativa.

Terra – Mas e se o convite viesse?

Ronaldo -

Eu sou uma pessoa do bem e, podendo multiplicar o bem para o Brasil, para o mundo, vou fazer. Seria uma oportunidade história de fazer coisas boas e programas bons, ainda mais através do esporte que tem muita credibilidade com a população. Acho que dá para fazer um trabalho muito bonito.

Terra – Ainda sobre eleição, tem seu apoio definido no Corinthians?

Ronaldo - Com a ligação que eu tenho com o Andrés (Sanchez) é natural que o Roberto (de Andrade) esteja bem encaminhado para ser o presidente. Acho que esportivamente a gestão do Mário Gobbi foi muito boa, no entanto, o Corinthians de hoje é menos forte do que era na minha época e na do Andrés, porque explora pouco seu potencial.

Ronaldo elogia Dunga, mas vê Brasil traumatizado com Copa:
Terra – Como vê o retorno de Dunga à Seleção Brasileira?

Ronaldo -

Seis jogos, seis vitórias... Acho que é um bom recomeço. No entanto, nós estamos todos traumatizados com a derrota para a Alemanha. Desejo sorte. É bom sempre vencer, tem que acostumar a Seleção Brasileira a vencer seus jogos. Precisa ter uma política de aproximar a Seleção Brasileira, desde já, ao público novamente para que nas próximas competições continue esse legado e interação entre equipe e torcedor.

Terra – E como vê o Del Nero como presidente da CBF?

Ronaldo -

Temos sempre esperança que tenham mudanças para o bem do futebol. Eu tenho pouca relação e pouquíssimo contato com o Marco Polo (Del Nero) e desde já desejo a ele uma ótima gestão e que faça o melhor para o futebol brasileiro.

Terra – Como você vê o Bom Senso? O que falta para dar certo?

Ronaldo -

Apoio qualquer movimento que seja para mudar para melhor. De qualquer maneira, eu não participo do movimento, acho que, para ter força, precisam juntar todos os jogadores, os sindicatos e que tenham um planejamento melhor. No entanto, é um movimento que faz barulho e que tem as melhores intenções, até porque são colegas, amigos e pessoas que querem, realmente, mudar para melhor o futebol.

Terra – Aceitaria participar do movimento?

Ronaldo -

Eu fui convidado, não participo ativamente e ajudo quando posso, pois tenho uma agenda bastante cheia. De qualquer maneira, nunca aprofundamos nenhum assunto sobre as metas e projetos do Bom Senso.

Fonte: Terra
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