Antônio Lopes afirma que nunca teve contato com Luciano Bivar

21 mar 2013 - 17h43

(atualizado às 18h16)

Antônio Lopes e Emerson Leão estiveram nesta quinta-feira no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio de Janeiro, para depor sobre o caso Leomar, que teria sido convocado para a Seleção Brasileira, em 2001, graças a uma propina paga por Luciano Bivar, presidente do Sport atualmente e na época. Assim como ocorreu com Bivar, na última terça-feira, o depoimento dos dois não foi aberto à imprensa, pois o relator do caso, Miguel Cançado, ainda está coletando as informações para decidir se será aberto um julgamento.

Antes de ser interrogado, Antônio Lopes, coordenador técnico da Seleção na época da convocação de Leomar, afirmou que não conhece Luciano Bivar pessoalmente e que é preciso citar nomes para que o caso fique claro.

- Eu não sei o que ele quis ao levantar essa polêmica. Eu não o conheço e nunca estive com ele. Só o vi agora, através da mídia. Ele foi bastante infeliz com essa declaração, que depois ele até desmentiu. Espero que ele possa deixar claro para o justiça o que aconteceu. Ele tem que dar nome aos bois, se não, acho que ele é quem deve ser punido - disse.

Leão, que em 2001 era o técnico do Brasil, seguiu o mesmo discurso de Lopes. O treinador ainda aproveitou para justificar a convocação do volante Leomar.

- Na época, o comando da CBF pediu para que nenhum jogador da europa fosse convocado. O que diminui o nível. Também pediram para nenhum jogador de time grande do Brasil ser convocado. Diminui mais ainda. Assim, convoquei quem estava se destacando em suas localidades. Não houve nada de propina ou influência - declarou.

Depois de colher o depoimento dos dois, o relator Miguel Cançado também falou com a imprensa, mas não se aprofundou no caso. Segundo ele, os interrogatórios feitos até agora agradaram, mas a decisão final, sobre se haverá julgamento ou não do caso, só será anunciada quando realmente estiver decidida.

- Nós estamos colhendo os depoimentos para averiguar se vai ser preciso um julgamento. Ainda não vou adiantar nada, pois a decisão final não está tomada. Temos que ouvir o Leomar, que é uma peça fundamental nessa investigação, mas ainda não temos uma data agendada - disse Cançado, que também comentou que Bivar pode ser punido mesmo sem julgamento:

- Mesmo que não seja preciso um julgamento para o caso, o Luciano Bivar pode sim ser punido por levantamento de falso testemunho. A punição pode vir de várias formas: pagamento de indenização, afastamento ou até banição do futebol. Mas não vou adiantar nada, porque queremos manter a investigação em sigilo.