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Ao L!Net, artilheiro Alex fala sobre momento no Coritiba: 'Estou satisfeito'

29 abr 2013 - 09h28
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Principal contratação do Coritiba para a temporada 2013, Alex retornou à sua casa, onde começou a jogar em 1995. Em 1997, deixou o Alto da Glória e passou por Palmeiras, Cruzeiro, Flamengo, Parma (ITA) e Fenerbahçe (TUR), clube pelo qual se tornou um dos maiores ídolos, ganhando quase tudo que disputou.

Quinze anos depois, o "Menino de Ouro" voltou às origens e reafirmou o status de ídolo da torcida coxa-branca. Brigando pela artilharia do Paranaense, Alex mantém o discurso honesto e a humildade que o acompanhou ao longo da carreira. Ao mesmo tempo em que elogia os novos tempos pelos quais passa, o Coritiba, na questão de estrutura, admite que a equipe ainda deixa a desejar nos gramados e não vem se apresentando bem com frequência. E cobra uma aproximação maior da torcida com o clube.

Em entrevista ao LANCE!Net, o apoiador de 35 anos também mostra muito carinho com os turcos e declara que pretende se tornar técnico de futebol quando encerrar a carreira.

Como avalia seu desempenho na volta ao Coritiba?

Dentro do que esperava. Não tinha expectativas absurdas, queria dar sequência ao que vinha fazendo no Fenerbahçe. Sabia que, no início, encontraria dificuldades, devido às diferenças do futebol turco. Mas posso dizer que estou satisfeito até agora.

Você está brigando pela artilharia do Campeonato Paranaense. Como você vê esse seu lado goleador?

Para mim, não é novidade. Quando estava no Cruzeiro, briguei pela artilharia em dois Mineiros, e no Brasileiro de 2003. Na Turquia, fui artilheiro de uma Copa da Turquia e duas vezes da Liga. Sempre marquei gols. Mas nunca tenho a expectativa de ser o artilheiro da competição.

Inclusive, está chegando à marca de 400 gols...

Isso mostra que costumo fazer gols. Mas não penso muito nisso. Até brinquei que demorou 18 anos para acontecer e vai acontecer a qualquer hora. Não penso ou fico planejando.

Você acredita que o Coritiba tem um certo favoritismo para esta decisão contra o Atlético?

O favoritismo é colocado por vocês da imprensa. Eu respeito o Atlético. A gente sabe que serão 180 minutos de dificuldade e que temos que melhorar bastante para conquistar o tetracampeonato.

Alex é celebrado após marcar um dos seus 13 gols no Paranaense (Foto: Felipe Gabriel/Lancepress!)

O que acha do desempenho do Coritiba no Paranaense?

Ainda não achamos uma regularidade, mas dentro do regulamento conseguimos a nossa vaga na decisão. Mentalmente, nós não somos uma equipe forte e venho dizendo isso desde que cheguei. Acredito que esta seja a briga maior: encontrarmos equílibrio mental de uma equipe forte, determinada. Mas não sei dizer por que vem acontecendo isso.

Pensando na decisão, como você avalia o Atlético?

É um time que cresceu muito no segundo turno. Deram uma conotação ao time que é mentirosa. Eles têm jogadores jovens, mas com qualidade, senão não estariam no Atlético. O crescimento deles foi visível.

Você tem sido decisivo para o Coritiba na maioria dos jogos. Acredita que pode ser eleito o craque do campeonato?

Nem me preocupo muito com isso. Há bons jogadores, que se destacaram, mas não parei para pensar se eu fui o melhor do Estadual. Acredito que o nível da competição foi abaixo do que eu esperava, mas apareceram bons jogadores e boas equipes.

Como está o assédio dos fãs neste retorno a Curitiba?

Está muito tranquilo. Dos lugares onde eu joguei, Curitiba é um dos mais tranquilos. Nem me sinto jogador de futebol. Eu vou à escola das minhas filhas, ao supermercado... A procura do público é bem menor do que foi em Belo Horizonte, do que era em São Paulo. Na Turquia, então, nem tem comparação.

Por falar na Turquia, como está sua relação com os turcos?

A minha ligação com os turcos é enorme. Só não sou mais jogador do Fenerbahçe. Quando eu saí, usei uma frase bem verdadeira: naquele momento saía o jogador e entrava mais um torcedor. Assim como acompanho o Palmeiras e o Cruzeiro, clubes dos quais aprendi a gostar, e onde tenho amigos. Não tem como apagar o que aconteceu entre nós.

O carinho e as homenagens dos turcos ainda mexem com você?

Sempre que eu lembro do Fenerbahçe, vem emoções fortíssimas, porque o futebol lá tem um peso grande. O que eu vivi lá foi algo único. Me sinto privilegiado, porque foram momentos espetaculares.

Quando você voltou ao Coritiba, sempre ressaltou a mudança estrutural pela qual o clube passou, principalmente em relação à época em que você saiu. O que mudou?

A estrutura física é boa. Para aquilo que o profissional necessita, é muito boa. Claro que faltam algumas coisas, mas nada fundamental. A única coisa que eu acredito é que o torcedor tinha de ter uma participação mais ativa com o clube. Sem o torcedor, o Coritiba não vai melhorar. Na questão estrutural e administrativa, o Coritiba está muito melhor do que em relação aos anos 90, mas, como cultura e participação do torcedor, vejo pouquíssimas diferenças. Esta relação clube-torcedor está muito distante, principalmente depois de ter visto como é no Palmeiras, Cruzeiro e Fenerbahçe. Dos clubes onde eu joguei, o que tem a relação mais distante é o Coritiba

Em breve, começa o Campeonato Brasileiro. Está ansioso por voltar a disputar depois de 10 anos?

Sim, vejo com bons olhos. Claro que estou consciente de que será mais difícil. O campeonato está diferente em relação ao último Brasileiro que eu joguei, e o time tem que melhorar muito. Espero que a torcida participe de maneira mais efetiva do que foi no Paranaense, porque o nível de exigência vai ser bem maior.

Ir bem no Brasileirão pode fazer você voltar à Seleção Brasileira?

A última vez que eu estive na Seleção foi em 2003. O Felipão já está montando a seleção visando à Copa. Quando eu penso em seleção, penso como você ou qualquer outro torcedor, esperando que o Brasil encontre um time e crie empatia com a torcida, para fazer uma boa Copa.

Não ter disputado uma Copa do Mundo foi algo que faltou na sua carreira?

Eu valorizo muito mais aquilo que eu consegui na carreira. Claro que jogar uma Copa é o sonho de qualquer jogador e estive bem próximo disso, mas, por opção dos treinadores, não fui. Mas não é uma coisa que eu fique lamentando e nem penso muito no que faltou ou deixei de conquistar. Alimento muito mais o respeito que adquiri, o respeito que consegui aqui no Coritiba, no Palmeiras e no Cruzeiro. Lamento apenas as oportunidades que eu tive e não consegui aproveitar, como a passagem pelo Flamengo, pela força, camisa e história. Era um momento ruim meu e do clube e acabou não dando certo.

Alex, recebendo a marcação de Lucio Flavio, do Paraná, é o líder do Coritiba (Foto: Felipe Gabriel/Lancepress!)

Como é voltar ao clube para o qual torce?

É muito mais essa coisa do torcedor. Quando eu imaginei encerrar a minha carreira no Coritiba, e ainda jogando em um bom nível, era para mostrar ao torcedor que o clube pode funcionar melhor com a participação de todos. Não adianta ficar imaginando o Coritiba disputando de igual para igual com equipes de São Paulo e do Rio, porque a gente sabe que não vai conseguir. O Coritiba é um time municipal, da cidade de Curitiba. Nem do Estado, que é dividido por um lado gaúcho, outro paulista e alguns cariocas. Então, imaginei um Coritiba forte na cidade e região. Para mim, é uma realização de torcedor de arquibancada.

Você conheceu sua mulher graças ao Coritiba. Seus filhos também são coxa-brancas?

As minhas filhas falam muito pouco de futebol. A mais velha até acha um pouco chato e eu entendo. Ela teve uma relação forte com o Fenerbahçe, cresceu lá e viu a paixão do turco pelo futebol. E teve uma decepção quando viu alguns jogos no Couto Pereira e não teve a mesma atmosfera que teve na Turquia. Mas a nossa relação com o Coritiba é muito forte. Meu filho mais novo tem me acompanhado em vários treinamentos, vai a alguns jogos e já se diz Coxa. É uma relação forte porque o avô foi presidente do clube, a mãe cresceu no estádio e o nosso relacionamento começou por causa do Coritiba. Minhas filhas não terão uma relação tão forte com o Coxa, mas a ligação vão ter.

Tem algum objetivo traçado para após o fim de carreira?

Tenho o plano de buscar a licença para ser treinador. Quero a melhor licença que exista, que me dê o direito de ser treinador em qualquer clube. Mas isso demanda tempo. Depois que eu parar, vou estudar, buscar a licença e aí vou buscar ver de fora o futebol. Porque a visão de dentro de campo é diferente.

Fonte: Lancepress! Lancepress!
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