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Apaixonado, Laor tem "DR" com Odílio: "vamos tomar um porre"

26 nov 2014 - 10h26
(atualizado às 14h02)
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Luis Álvaro Ribeiro de Oliveira Ribeiro, ex-presidente do Santos, teve uma surpresa na manhã da última sexta-feira, quando seu telefone tocou. Do outro lado da linha era Odílio Rodrigues, que foi seu vice até o meio de 2013 e desde então comanda o clube. Eles estavam chateados um com o outro e vinham trocando farpas pela imprensa há alguns meses.

De lados opostos na eleição do clube (Luis Alvaro apoia Fernando Silva, da oposição, enquanto Odílio está com Nabil Khaznadar, da situação) ambos desabafaram. Por quase uma hora a dupla teve uma “DR”, abreviação para as "discussões de relacionamentos", típicas dos casais. No papo, cada um expôs suas mágoas, explicou mal-entendidos, rebateu críticas públicas. O final do diálogo foi feliz, como revelou Luis Alvaro em entrevista.

–"A conversa foi tão na boa que combinamos que assim que ele deixar a presidência do Santos vamos tomar um porre, umas dez cervejas na ponta da praia, onde o convidei para ser meu vice. Vamos chorar um no ombro do outro por ter aceitado essa missão tão difícil de comandar o clube nesses anos", revelou Luis Alvaro

Laor, apelido do ex-dirigente alvinegro, disse ter ouvido muitas lamentações de Odílio, que, segundo ele, disse estar vivendo um inferno astral. Bem diferente do momento do dele, que está recuperado de um grave problema cardíaco, emagreceu mais de dez quilos e está prestes a se casar pela quarta vez. Ele se apaixonou por Andréia, sua (ex) enfermeira, há pouco mais de seis meses e já faz planos para a lua de mel. "Agora só quero continuar sendo feliz como estou agora por mais uns 15 anos... Quando vou estar com 85. Aí posso morrer tranquilo", afirma.

“Com olhos apaixonados”, como gosta de dizer, ele recebeu a reportagem do Lance! em seu apartamento, na capital paulista, e falou sobre o seu momento e o do clube de coração.

Confira a entrevista exclusiva com o ex-presidente:

Do que o você tem sentido falta desde que deixou o clube?

De poder ir ao vestiário, ir com prazer ao estádio, nunca mais fui. Adorava, tinha coragem de passar no meio das organizadas e nunca fui ameaçado. Só uma vez, quando cometi o equívoco político de falar o que eu acho em uma entrevista, quando afirmei que torceria pelo rival. E faz falta conviver com os amigos como eu convivia. Sou um cara que tento me superar sempre.

<p>Luís Alvaro emagreceu após ficar doente</p>
Luís Alvaro emagreceu após ficar doente
Foto: Djalma Vassão / Gazeta Press

Recentemente você fez críticas à gestão do Odílio e reclamou de não ter sido consultado em algumas situações, como a compra do Damião. O poder no clube também lhe faz falta?

Não sinto falta disso. As pessoas tomam suas decisões e têm que assumir a responsabilidade.

Comenta-se que, em 2009, você impôs como condição aos seu grupo que recebesse um salário para dirigir o Santos, porque não poderia abrir mão da sua empresa. Isso é verdade?

Sim, mas não nesses termos. Eu disse que sou prestador de serviço, tenho empresa há 25 anos e tinha preocupação com minha sobrevivência. E, como as pessoas do meu grupo eram presidentes de multinacionais, pedi que dessem serviço para minha empresa funcionar sem mim, contratando alguém que tivesse experiência no mercado. Eles toparam e eu concordei. Nunca recebi dinheiro direta ou indiretamente.

Você estava sempre na mídia. Sente saudade dessa exposição?

Se eu quisesse ser vereador, deputado, governador, iria precisar que a imprensa me procurasse. Mas não, pelo contrário, isso contribuiu para o meu estresse, porque alguns jornalistas não tinham pudor em me ligar 1h30. Não ter isso é um alívio.

Há quem diga que você é muito vaidoso e adorava os holofotes...

Teria aproveitado dessa fama repentina e imprevisível se fosse candidato a um cargo publico. Como já tinha tido alguma importância na história do país, por ter renegociado a divida no banco mundial e no FMI, não ligava. Não sou uma pessoa vaidosa. Se fosse, deveria estar mortificado, porque meu patrimônio diminuiu drasticamente, tive que vender ativos, meu carro tem sete anos de uso... Só estou falando com você por um compromisso com a imprensa e com o torcedor. Sou um cara “low-profile”, tenho filhas maravilhosas, já escrevi um livro de poemas, tive um sítio de reflorestamento, portanto plantei árvores... então o que eu posso esperar da vida? Sou realizado, e agora com um agravante: vou me casar no ano que vem.

Como conheceu sua noiva, já que estava tão doente?

Depois que saí do Santos fiquei 60 dias no hospital. Depois saí e voltei mais duas vezes ou três para fazer tudo quanto é exame. Na última vez, no começo desse ano, minha vida se resumia entre a minha cama e a minha privada. Fiquei em depressão. Eu pensava em suicídio. Não assistia jogos do Santos, não lia jornal, só queria morrer. Mas aí você pensa nas suas convicções, religiosas e éticas. Não podia perder de mim mesmo. Aí, em abril, uma das minhas filhas disse que eu estava acabado, que precisava contratar uma enfermeira. Eu não quis. Aí ela me pegou: “E se for uma enfermeira bonita, agradável, para dividir suas angústias?” Então, escolhi uma. Durante o tempo em que foi minha enfermeira tentei dar um xaveco, mas ela logo mostrou os princípios da profissão, que não poderia ter um caso com o paciente. Mas eu disse: “Você é enfermeira e eu sou paciente até sete da noite, depois você é mulher e eu sou homem.” No final do contrato eu não estava com segundas, sim com as últimas intenções. Eu já estava melhor, mais magro, fazendo fisioterapia e consegui que ela se interessasse por mim. A gente começou a namorar escondido e hoje estamos morando praticamente juntos. Até o fim do mês ela traz o resto das coisas para cá, vamos passar o Réveillon juntos e no começo do ano que vem talvez a gente case. Meu quarto e último casamento.

<p>Luis Álvaro e Odílio fizeram as pazes após papo no telefone</p>
Luis Álvaro e Odílio fizeram as pazes após papo no telefone
Foto: Ricardo Saibun/Santos F.C. / Divulgação

Você e o Odílio tem trocado farpas. A relação hoje é ruim?

Algumas atitudes dele me chatearam, e ele me ligou para esclarecermos. Está tudo bem. Ele sabe que está vivendo um inferno astral. Hoje ele acha que ter aceitado ser meu vice foi a pior decisão que tomou na vida e que o futebol é um terreno traiçoeiro.

Qual foi o teor da conversa?

Eu coloquei três ou quatro pontos que estava aborrecido, falei para a imprensa, de mim ele não falou nada, acho que só o aborreci com algumas entrevistas que dei, criticando contratações que ele fez ou o individuamente que fez. Ele também me tranquilizou dizendo que vai cumprir com avais pessoas que dei quando ainda era presidente.

Como você acha que ficará marcado na história do Santos?

Como um cara sério, que nunca recebeu um centavo do Santos. Vou ser lembrado como um cara que ajudou a resgatar o amor próprio do santista. Tenho inimigos? Sem dúvida, porque quando se chega onde cheguei com o Santos é normal despertar ciúmes. E ciúmes de homem é terrível, principalmente quando se contraria projetos de poder. Eles vão continuar falando. Até hoje eu ando pelas ruas e sou elogiado até por torcedores de outros clubes.

Fonte: Lancepress! Lancepress!
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