Apesar de o técnico Luiz Felipe Scolari ter se irritado com o pedido de liberação de Neymar e vetado a participação do craque em uma nova despedida pelo Santos, o clube alvinegro ainda não desistiu de ter o atacante na partida contra o Grêmio, neste sábado, na Vila Belmiro, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro.
Desapontada com o último jogo de Neymar, em Brasília e com a torcida do Flamengo sendo maioria, a diretoria alvinegra quer promover uma festa de "adeus" ao craque. Para isso, usa o argumento de que a CBF abriu exceção ao Barcelona e deveria fazer o mesmo com o Santos.
"Estamos partindo de um princípio que nos fortalece. O jogo do Brasil contra a Inglaterra é no dia 2 (no Maracanã), e a Seleção está liberando o Neymar para pegar um avião em seguida, ir para Barcelona, fazer exames médicos e ser apresentado. Se o Barcelona pode, o Santos também pode", afirma o vice-presidente Odílio Rodrigues, em entrevista à TV COM, de Santos.
O camisa 11 estará concentrado com a Seleção no Rio de Janeiro e teria de pegar um helicóptero para se integrar ao elenco alvinegro e participar do duelo válido pela terceira rodada da Série A. "Essa é a nossa proposta e vamos continuar tentando", completou Odílio.
Após 228 jogos, com 138 gols marcados e seis títulos conquistados com a camisa alvinegra, o atacante Neymar selou sua transferência para o Barcelona e deu adeus à Vila Belmiro nesta sexta-feira. Em transação de 25 milhões de euros (R$ 66 milhões), aquele que é considerado o principal jogador do clube alvinegro desde Pelé se despede do time que o revelou e encerra passagem vitoriosa. Confira, a seguir, alguns dos principais momentos do jogador pela agremiação santista:
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Maior promessa do Santos após a saída de Robinho rumo ao Real Madrid, o atacante Neymar, 17 anos, estreou no time profissional da equipe da Vila Belmiro no segundo tempo do jogo contra o Oeste, em vitória santista por 2 a 1, pela 12ª rodada do Campeonato Paulista de 2009; o primeiro gol saiu dias depois, contra o Mogi Mirim
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Entretanto, o jovem jogador não conseguiu fazer valer seu talento em sua primeira decisão como profissional. Em duelo pessoal contra o veterano e ídolo Ronaldo, Neymar fez a primeira de três finais contra o Corinthans em cinco anos no Paulista de 2009; perdeu por 3 a 1 na Vila, empatou por 1 a 1 no Pacaembu e foi vice
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Ainda em ascensão, Neymar passou a ser titular incontestável do Santos somente em 2010. E também começou a colecionar polêmicas e desafetos. Um deles foi o goleiro Rogério Ceni, graças ao seu excesso de paradinhas em cobranças de pênalti, que irritaram o atleta tricolor. Mesmo assim, o camisa 11 santista seguia fazendo gols atrás de gols
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Neymar passou a ser o principal nome do time do Santos em 2010 e comandou a equipe na conquista de seu primeiro título como profissional: o do Campeonato Paulista de 2010, vencido após decisão contra o Santo André, em que o camisa 11 fez dois gols, com um time de garotos que fez bonito em toda a competição.
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Ao lado do ídolo Robinho e também do amigo Paulo Henrique Ganso, Neymar foi protagonista da primeira Copa do Brasil da história do Santos. O clube venceu a competição principalmente graças às suas atuações na Vila Belmiro, que despacharam Atlético-MG, Grêmio e Vitória, e incluindo uma expressiva goleada por 10 a 0 em cima do fraco Naviraiense
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As boas atuações de Neymar pelo Santos renderam apelo popular pela convocação do jogador ao Mundial de 2010, mas Dunga ignorou e viu a Seleção cair nas quartas de final. Em agosto, já com Mano Menezes no cargo, o Brasil viu o camisa 11 estrear pela primeira vez com a camisa verde e amarela: marcou um dos gols da vitória por 2 a 0 contra os Estados Unidos.
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Neymar seguiu como astro e craque do Santos em 2011. Mas as polêmicas seguiram com o jogador, que quase colocou tudo a perder na Copa Libertadores. Em atuação de gala contra o Colo Colo, pela primeira fase, o camisa 11 fez dois gols, um deles de placa, mas foi expulso por comemoração irreverente e quase prejudicou a equipe
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Para auxiliar o jogador fora das quatro linhas, o Santos fez com que seu gerente de novos negócios Eduardo Musa virasse uma espécie de "babá" do camisa 11, auxiliando o atleta e tentando livrá-lo das polêmicas. Funcionou, e o atacante passou a se segurar nas polêmicas e passou a se destacar apenas pelo bom futebol
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Neymar confirmou a parceria de sucesso firmada com Ganso no Campeonato Paulista de 2011. Em vingança contra o arquirrival Corinthians, o jogador fez o gol do título santista na Vila Belmiro e se firmou como dono do Estadual pela segunda vez consecutiva, somando seu terceiro título pelo clube da Vila Belmiro
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E Neymar se firmava cada vez mais como maior ídolo do Santos na era pós-Pelé na Copa Libertadores. Sem vencer o torneio há 49 anos, o camisa 11 carregou o time do Santos praticamente sozinho, já que o meia Paulo Henrique Ganso seguia lesionado, e levou a equipe de volta à decisão continental.
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Neymar fez o primeiro gol da final contra o Peñarol e comandou a equipe alvinegra em um dos títulos mais importantes de sua história, o maior desde que Pelé deixou a Vila Belmiro. O Santos voltava a ser grande no cenário internacional e, de quebra, se credenciou para disputar o Mundial de Clubes após quase 50 anos
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As boas atuações de Neymar com a camisa santista transformaram o jovem santista no principal nome da Seleção Brasileira. Mesmo assim, o atacante não foi capaz de ajudar o País na Copa América, sendo eliminado ainda na etapa de quartas de final contra o Paraguai, nos pênaltis
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No fim do ano, a sorte continuou distante de Neymar. O jogador disputou o prêmio de melhor jogador do mundo pela Fifa, mas foi derrotado. O mesmo ocorreu no Mundial de Clubes do Japão, quando o Santos foi humilhado por 4 a 0 pelo Barcelona na decisão. De consolação, o camisa 11 faturou o prêmio Puskas de gol mais bonito do ano pela Fifa, graças ao tento feito diante do Flamengo meses antes, na Vila, pelo Brasileiro
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O nome de Neymar virou um dos favoritos dos tablóides europeus. Desde sua aparição no Santos, os principais veículos de comunicação gostavam de colocar o atacante como sendo negociado com diversos clubes, como Chelsea - que quase o levou em 2011 -, Real Madrid, Bayern de Munique e Barcelona, que supostamente tinha contrato verbal com o jogador há algum tempo e conseguiu, enfim, levá-lo nesta sexta
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Neymar se consolidou como "rei do Paulista" em 2012, igualando feito de Pelé e levando o Santos a novo tricampeonato estadual após mais de 40 anos. Na campanha, o camisa 11 foi novamente protagonista e atropelou o Guarani nas decisões, celebrando título no ano do centenário santista
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Se Neymar não conseguiu eliminar o arquirrival Corinthians na semifinal da Libertadores de 2012 no que foi o clássico mais importante da história, perdendo assim a chance de ser tetra continental, o jogador pode ganhar um "prêmio de consolação" meses depois. Ele ajudou o Santos a superar a Universidad de Chile e faturar a Recopa, no que foi seu sexto e último título pelo clube
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Cada vez mais famoso no cenário internacional, Neymar virou celebridade. Com contrato com o Santos que lhe rendia R$ 3 milhões, graças também ao auxílio de patrocinadores, o camisa 11 virou um dos nomes mais famosos do futebol brasileiro no mundo e disputou até amsitoso contra a pobreza organizado pelos monstros Zinedine Zidane e Ronaldo, que virou um de seus representantes de marketing pela emrpesa 9nine
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O pai de Neymar e o empresário Marcos Malaquias foram dois dos nomes que participaram de negociação com o Barcelona nesta sexta. O pai do atleta pretendia sua liberação apenas no ano que vem, pois assim teria 100% do passe para si e poderia ficar com toda a quantia da transferência. Mas o agente, que tem forte trânsito no Barcelona, conseguiu convencer jogador e diretoria e ajudou a selar a transferência para o clube da Catalunha
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Neymar se despediu do Santos sem brilho. Perdeu a decisão do Campeonato Paulista para o arquirrival Corinthians, desperdiçando a chance de transformar o time praiano no único clube na história a vencer quatro estaduais de São Paulo consecutivos na era do profissionalismo. Mesmo assim, Neymar deixará saudades na Vila Belmiro e crava seu nome como um dos maiores - se não o maior - do clube na era pós-Pelé.