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Apoiador espanhol Fran Mérida é a Europa no Atlético-PR

24 mar 2013 - 13h16
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Sempre foi normal ver jogadores brasileiros migrando para a Europa, e a "importação" de europeus nunca foi comum. Mas um empresário espanhol quer transformar este fato em cotidiano no futebol brasileiro, e através de sua empresa sonha com mais conterrâneos por aqui. O primeiro foi Fran Mérida, do Atlético-PR.

– Celso Petraglia (presidente do Furacão) percebeu essa chance. La atrás, vi a grande estrutura e o projeto do clube – disse Santiago Gerardo, dono da Holding Sports, ao LANCENet!, para depois explicar a escolha por Fran Mérida.

– O Fran foi criado no Barcelona, passou pelo Arsenal, é um camisa 10. Se ele se adaptar, pode fazer história no Brasil.

De fato, os atributos fazem sentido. Santiago levou Petraglia para conhecer as instalações da base do Barça, e o dirigente ficou encantado, tanto que já quer fazer o conceito de todas as categorias jogarem da mesma forma.

Além do mais, o Furacão conta com uma estrutura que não deve nada a nenhum clube da Europa, o que ajudou a seduzir o jogador recém-contratado.

– Eu estava na Segunda Divisão da Espanha (no Hércules) e surgiu essa oportunidade – explica Fran em entrevista exclusiva ao L!Net.

Reforço do Atlético Paranaense já vestiu a camisa do Arsenal (Foto: Divulgação)

MOMENTO FAVORÁVEL

Mesmo com apenas 23 anos, o Brasil já é o quarto país de Mérida. Jogou na Espanha, na Inglaterra e em Portugal. Garante que se adapta bem, saiu muito novo de casa, e que optou pelo Brasil pelo momento favorável em vários aspectos:

– Grandes jogadores estão vindo, a hora é de crescimento, e tem o atrativo de conhecer um novo futebol e uma nova cultura.

Santiago, que foi goleiro de clubes como Atlético de Madrid e Getafe e estudava durante sua carreira, que terminou aos 28 anos para se dedicar aos negócios, acha que o sucesso de Fran no Brasil pode abrir portas em duas vias:

– Na Espanha, querem ver como ele vai se sair, outros podem se adaptar. E vai valorizar muito o clube, lá já se fala no Atlético.

BATE-BOLA

Fran Mérida

Apoiador do Atlético-PR, em entrevista ao LANCE!Net.

Por que você mudou tanto de clube?

Ainda não encontrei uma estabilidade e não sei o motivo, mas gostaria de encontrar aqui.

Por que saiu do Barça para o Arsenal ainda na base?

Tive a chance de jogar no profissional lá ainda muito jovem, para mim foi importante para dar confiança, achei que era o certo.

Seus parentes o apoiaram na vinda para o Brasil?

Minha família sempre respeitou minhas decisões. E se eu fico feliz, eles ficam felizes. Eles me falaram que se eu tivesse certo em fazer essa troca, então era para eu fazer. Eu disse que sim, estava 100% certo e confiante, então eles me apoiaram e estão sempre comigo.

Sua irmã (Sara) é jogadora, poderia vir atuar no Brasil?

(Risos). Não sei, ela está jogando na primeira divisão da Espanha nos últimos três anos e agora voltou de uma lesão no joelho, mas logo estará de volta. Se ela quiser vir aqui para o Brasil jogar e morar comigo, eu estarei aqui para ajudá-la.

Gostou da estrutura que viu?

Muito, poucos no mundo têm. Vamos poder aproveitar muito.

Ainda sonha com seleção?

Agora não é o meu objetivo, está muito, muito longe, nem penso nisso. Quero ir bem aqui.

Conhecia o Atlético?

A verdade é que não conhecia muito bem o Brasil, conhecia alguns jogadores que jogavam na Europa, até tinha alguma referência, sabia de longe, mas sabia pouco.

COM A PALAVRA

Santiago Gerardo

Dono da Holding Sports, empresa que gerencia Fran Mérida

"Nós o trouxemos para cá vendo que é um dos clubes mais modernos do Brasil. E o primeiro que trouxemos para o Atlético foi o Pedro Botelho, que era do Arsenal. Tivemos mais conhecimento e, naquele momento, o Atlético estava na Série B, eu vi que ele tinha excelentes instalações, que quer um futuro, e que quer uma fábrica, um modelo de futebol. Nós conversamos, e ele (Mário Celso Petraglia, presidente do clube) quis conhecer o Barcelona e o Real Madrid. Eu ajudei, montamos uma entrevista para ver como funciona lá, achei que seria importante. Petraglia gostou dos dois modelos que viu na Espanha. Florentino Pérez (presidente do Real) conversou com ele, são dois grandes homens de negócios, depois estivemos em Barcelona, que era o que ele mais queria conhecer. Depois tentamos unificar, o Barcelona tem uma formação muito boa lá em La Masía."

ESPANHA VIRA REFERÊNCIA

Duas Eurocopas e uma Copa do Mundo na sequência. Títulos que credenciaram a Espanha a virar um país exportador, e o Brasil é apenas mais um na lista. De acordo com levantamento recente do “AS” (ESP), são 40 países que contam com espanhóis em clubes de elite, e cerca de 200 jogadores. Sinal não apenas do sucesso da Fúria e dos seus principais clubes dentro de campo, mas também da globalização e de economias fortes.

– Movimenta muita coisa, há uma valorização, o espanhol não ia para Alemanha, Inglaterra. Hoje tem vários, antigamente, nem se pensava isso – diz Santiago.

OS OUTROS EUROPEUS DO FURACÃO

Poloneses

Mérida não é o primeiro europeu a jogar no Furacão. Os mais conhecidos vieram da Polônia: Piekarski e Nowak. Os meias até tiveram algumas boas apresentações no fim da década de 1990. O primeiro ainda jogou pelo Flamengo, e o segundo foi para o Wolfsburg e morreu aos 29 anos, vítima de uma doença degenerativa.

O húngaro que não estreou

Em 2003, o Furacão contratou o atacante Tüske, hoje no Budaörsi. Ele sequer chegou a fazer uma partida oficial pelo clube.

Bósnio e croata

Ainda passaram, sem brilho, o goleiro croata Kranjcec e o bósnio Pintul.

Fonte: Lancepress! Lancepress!
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