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Após atos de violência entre torcidas, tribunal egípcio proíbe grupos ultras

16 mai 2015 - 09h23
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O Tribunal de Assuntos Urgentes do Cairo proibiu neste sábado as atividades das torcidas organizadas de futebol no Egito conhecidas como ultras, após diversos graves incidentes que causaram a morte de cem pessoas nos últimos anos, informou à Agência Efe uma fonte judicial.

O órgão anulou uma sentença do Tribunal de Primeira Instância, que recusou a denúncia apresentada pelo presidente do clube Zamalek, Mortada Mansour, que havia pedido a proibição das atividades das ultras por estarem envolvidas em atos de sabotagem e considerá-las organizações terroristas.

Mansour apelou contra a primeira sentença e acusou os grupos de atearem fogo à sede da Federação Egípcia de Futebol, tentar assassiná-lo e matar o ex-ministro de Esportes, Alamri Farouk, invadir as instalações do Zamalek e causar ferimentos a alguns funcionários.

Está prevista para a próxima segunda-feira a segunda sessão do julgamento, que começou em abril, contra 16 pessoas acusadas de realizar atos de violência nos arredores do estádio do Cairo, que causaram a morte de 20 torcedores em fevereiro.

Durante a primeira sessão do processo, o representante da promotoria leu a lista de acusações, que inclui homícidio premeditado, vandalismo, depredação de bens públicos e privados e posse de artefatos explosivos.

Os acusados negaram todas as acusações e alguns denunciaram que confessaram esses crimes após serem torturados, segundo a agência oficial de notícias, "Mena".

Os incidentes ocorreram no dia 8 de fevereiro, durante uma partida da primeira divisão do Campeonato Egípcio entre Zamalek e o ENPPI, no Cairo.

Segundo as investigações da promotoria, "a Irmandade Muçulmana (considerada organização terrorista), em seu empenho de destruir a estabilidade do país, aproveitaram os laços de alguns de seus membros com o grupo ultra do Zamalek e forneceu dinheiro e explosivos para causar atos de violência durante os jogos do Campeonato Egípcio".

No dia 25 de fevereiro, o governo do país aprovou a retomada do campeonato, que havia sido suspenso após os incidentes, mas sem público.

Já houve casos de distúrbios antes e durante jogos de futebol no Egito, mas esses foram os mais graves desde que, no dia 1º de fevereiro de 2012, 74 pessoas morreram e 254 ficaram feridas em um confronto no estádio de Port Said entre os torcedores do Al-Masry e do Al-Ahly.

Essa tragédia sem precedentes no Egito levou as autoridades a proibirem a entrada de público nos estádios, mas a medida foi parcialmente suspensa recentemente.

EFE   
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