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Balotelli, o 'bad boy' italiano que conquistou a torcida brasileira

17 jun 2013 - 18h16
(atualizado às 18h25)
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Além de Neymar e Lucas, a torcida brasileira ganhou um novo 'xodó', que também disputa a Copa das Confederações, mas não com a camisa verde-amarela, o polêmico atacante italiano Mario Balotelli que no último domingo marcou o gol da vitória por 2 a 1 da 'Squadra Azzurra' sobre o México.

Oito minutos depois de balançar as redes, 'Super Mario' foi substituído e deixou o campo ovacionado aos gritos de "Ah, é Balotelli".

Não foi apenas com sua boa atuação contra os mexicanos que o atacante caiu nas graças do povo. Além do seu indiscutível talento, 'Balo' agrada com seu jeito moleque e sua irreverência.

Poucas horas depois de desembarcar no Rio de Janeiro, no dia 10 de junho, o jogador de 22 anos não quis saber de descansar no hotel e foi logo passear na praia. Em seguida, postou a mensagem "Eu amo o Brasil" na sua conta da rede social Twitter, que tem mais de 800.000 seguidores.

O primeiro dia de Balotelli no Brasil não parou por aí. Durante à tarde, recebeu a visita de Roberto Dinamite, presidente do Vasco, um dos primeiros times a incluir jogadores negros no seu elenco. Os dois craques trocaram camisas durante uma solenidade organizada para marcar a luta de ambos contra o racismo.

Nascido em Palermo de pais ganeses, o atacante do Milan foi vítima de preconceito desde que começou sua carreira. Muitas vezes, os torcedores de times rivais gritavam insultos racistas ou cantaram hinos como "não existem negros italianos".

No Maracanã, Balotelli decidiu a partida com seu talento e força física. Aos 33 da etapa final, quando a partida estava empatada em 1 a 1, recebeu um lançamento de Giaccherini, livrou-se da marcação de três zagueiros ao ganhar o lance no corpo e na raça e fuzilou o goleiro Corona da pequena área.

Na comemoração, mostrou sua outra cara, cheia de polêmicas. Tirou a camisa, imitando o gesto do superherói Hulk, como fez na semifinal da Eurocopa, quando marcou os dois gols da vitória por 2 a 1 sobre a Alemanha. Como o gesto é proibido pela Fifa, o jogador levou um cartão amarelo e já está pendurado, já que dois cartões levam à suspensão automática para a próxima partida.

Depois da partida, levou um puxão de orelha do técnico Cesare Prandelli. "Disse a ele simplesmente que todo mundo já viu seus músculos e que deve parar de tirar a camisa", revelou o treinador depois da partida.

"Há uma regra de suspensão depois de receber dois cartões amarelos e eu não sabia. Peço desculpas. Não tirarei mais a camisa, juro", disse o jogador ao sair do gramado.

Antes mesmo de fazer o gol, Balotelli tinha dado outra amostra do seu temperamento explosivo ao tirar sua chuteira antes de jogá-la no gramado para reclamar de um pênalti não marcado pelo árbitro chileno Enrique Osses.

No início do mês, o camisa 9 prejudicou sua equipe nas eliminatórias europeias para a Copa do Mundo de 2014 ao ser expulso no empate sem gols com a República Tcheca por ter xingado um árbitro assistente. Depois de levar o cartão vermelho, saiu de campo enfurecido, chutando as paredes do túnel que levava ao vestiário do estádio.

"O futebol permite descarregar suas frustrações no terreno de jogo e não fora dele", reagiu Prandelli, que mesmo assim se rendeu ao charme do jogador. "Todo mundo gosta do Mario", reconheceu. No Manchester City, seu compatriota Roberto Mancini perdeu a paciência com o atacante, que apesar de ter contribuído com 12 gols na conquista do título da Premier League no ano passado, acabou se destcando mais pela indisciplina. Fora de campo, colecionava multas de trânsito e sempre estampava as capas dos tabloides.

Com seu companheiro de clube Stephan El Shaarawy, de origem egípcia, Balotelli simbolizou as mudanças do futebol italiano ao formar a dupla de ataque da 'Nazionale' em várias partidas das eliminatórias.

A Federação Italiana (FIGC), lançou uma campanha com o slogan: "no futebol, a única cor que conta é a da camisa".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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