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Futebol Internacional

Crise na Fifa: bancos britânicos investigam se foram usados

31 mai 2015 - 10h18
(atualizado às 10h47)
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Dois bancos britânicos deram início a investigações internas para saber se foram usados para pagamentos ilegais por autoridades da Fifa, segundo informações levantadas pela BBC. O FBI citou os bancos Barclays e Standard Chartered, junto com o HSBC, na quarta-feira,no indiciamento de 14 autoridades da Fifa, suspeitos de extorsão, lavagem de dinheiro e corrupção. Entre estes 14, sete dirigentes da organização foram presos em Zurique, na Suíça, incluindo o ex-presidente da CBF, José Maria Marin.

Os bancos Barclays e HSBC não comentaram a situação, mas o Standard Chartered afirmou que está analisando os pagamentos. Segundo o correspondente de economia da BBC Joe Lynam, dezenas de bancos foram citados nas 164 páginas de documentos do FBI. Alguns são bancos muito pequenos que a maioria das pessoas nunca ouviu falar, mas três grandes bancos britânicos estão entre os citados.

FBI apreende documentos da Concacaf para investigação:

"Eles não foram acusados de nada, apenas citados pelo FBI como prova de pagamentos feitos por 'co-conspiradores' e dos bancos que eles usaram para canalizar transferências bancárias ilícitas", afirmou.

No entanto, o Barclays, Standard Chartered e HSBC vão analisar todos os pagamentos feitos em suas redes globais que podem estar ligados aos dirigentes acusados e à Fifa em geral."O HSBC e o Standard Chartered devem estar mais nervosos. Eles já pagaram multas nos últimos três anos que chegam a um total de quase 1,3 bilhão de libras (cerca de R$ 6,3 bilhões) e 650 milhões de libras (mais de R$ 3 bilhões) respectivamente para entidades reguladoras americanas por permitir lavagem de dinheiro ou por ignorar sanções americanas", acrescentou Lynam.

Fifa está envolvida em escândalo de corrupção
Fifa está envolvida em escândalo de corrupção
Foto: Ennio Leanza / AP

Investigações e eleição

As prisões de dirigentes da Fifa ocorreram pouco antes das eleições para a presidência da entidade máxima do futebol, vencida por Joseph Blatter, que deve cumprir o quinto mandato. O suíço de 79 anos foi reeleito na sexta-feira para a presidência no congresso da entidade em Zurique, derrotando o único rival - o príncipe jordaniano Ali bin al-Hussein.

Blatter teve, no primeiro turno, 133 votos contra 73 de al-Hussein. Como o suíço teve sete votos a menos que o necessário para vencer já na primeira votação, a disputa teria que ir para o segundo turno. Al-Hussein, no entanto, acabou desistindo da disputa, o que abriu caminho para a vitória de Blatter.

O jordaniano contava com o apoio da Uefa (Federação Europeia de Futebol). E até o primeiro-ministro britânico, David Cameron, está entre os muitos nomes importantes que pediram a renúncia de Blatter.

Blatter diz que não teme ser preso em investigação na Fifa:

Além da investigação do FBI, promotores suíços também lançaram um inquérito criminal separado para investigar a escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, Rússia e Catar, respectivamente. No sábado, Blatter deu uma entrevista coletiva no qual se mostrou extremamente confiante apesar das investigações.

Quando questionado sobre os danos à imagem da Fifa por causa das acusações de corrupção, ele culpou a imprensa que, segundo ele, exagerou a crise. Para Blatter, a Fifa continua sendo bem vista, especialmente em países da Ásia e África. Ele também recebeu um telegrama do presidente russo, Vladimir Putin, parabenizando pela reeleição.

Blatter vence, mas não tem mais a mesma força na Fifa:

Respondendo às críticas à sua liderança pessoal, Blatter demonstrou ainda mais confiança. "Acabei de ser eleito para um quinto mandato, não pode haver muita coisa errada comigo", afirmou. Blatter também minimizou o a importância da investigação americana lançada contra as autoridades da entidade.

Durante a entrevista coletiva ele questionou o momento escolhido pelos promotores dos Estados Unidos, afirmando que a Fifa "poderia ter sido contactada em outro momento" ao invés de poucos dias antes do congresso de Zurique.

Blatter afirmou no sábado que a Fifa poderá sair desta crise com ele no comando. "Não é mais uma tempestade, está mais fraca agora", afirmou acrescentando que 132 países tinha confiado nele na votação para a presidência. "Vou continuar lutando pelas coisas boas."

Foto: AFP
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