Barcelona abriu mão de diminuir enorme dívida para contratar Neymar
Além de ter causado uma confusão na última semana, que teve até a renúncia do presidente Sandro Rosell, a contratação de Neymar pelo Barcelona pode atrapalhar, e muito, um longo projeto do clube, de diminuir sua dívida.
Quando Rosell assumiu em 2010, a dívida do Barcelona estava na casa dos 430 milhões de euros (R$ 1,42 bilhão). Seu projeto era de chegar aos 200 milhões de euros (R$ 663 milhões) em 2015.
O planejamento previa que 2012/13 terminasse com 284 milhões de euros (R$ 941,4 milhões), o que o clube conseguiria. Mas a compra do craque fez diminuir em apenas 3 milhões de euros (R$ 9,9 milhões) e permanecesse na casa dos 331 milhões de euros (R$ 1,09 bilhão), bem perto do que quando começou o ano. Isso segundo números divulgados por Javier Faus, vice-presidente econômico, em julho do ano passado.
- Pela primeira vez na história o clube estabiliza suas receitas com as despesas. Do ponto de vista econômico, isso é muito importante - relativizou Faus na altura.
O que vale ser destacado é o período de compra e a época do balanço. Neymar foi contratado ainda durante a temporada 2012/13, mas para 2013/14. Sua compra entra nas contas do primeiro ano, mas o seu retorno não. E claro, nem as suas despesas.
Segundo números divulgados essa semana, Neymar recebe 8,8 milhões de euros (R$ 29 milhões) por ano. Valor que provavelmente o Barcelona consegue repor em vendas de camisas, ações de marketing... Isso sem falar na venda de Thiago Alcântara para o Bayern de Munique por 25 milhões de euros (R$ 82,8 milhões), que entrarão nas contas de 2014/15.
COM A PALAVRA
Amig Somoggi, especialista em marketing
Isso é completamente possível. O clube, ou empresa, se endivida esperando que o produto em questão dê um retorno maior do que o valor investido. Mas, é claro, no caso de jogadores de futebol marketing e resultado em campo têm de caminhar lado a lado. Não adianta nada você esperar o resultado no campo para começar o trabalho de marketing. O jogador é parte fundamental na engrenagem do clube. Um time carente de ídolos complica a conexão com os torcedores, fãs, etc..
Falando especificamente do Barcelona, o clube aposta em uma manobra que vem dando certo desde a estratégia de marketing que foi feita com Ronaldinho. Tendo sucesso pela segunda vez com Messi, e agora tentam o mesmo feito com Neymar.