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Blatter admite ser difícil escapar da política em escolha de eventos esportivos

4 out 2013 - 14h12
(atualizado às 14h57)
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A política está intrinsecamente ligada às decisões para escolha das sedes de grandes eventos esportivos, disse o presidente da Fifa, Joseph Blatter, nesta sexta-feira, ao discutir a decisão de conceder a Copa do Mundo de 2022 ao Catar.

"Não se outorga um evento esportivo de alto nível como a Copa do Mundo ou a Olimpíada sem a presença do elemento político", afirmou o suíço em entrevista coletiva.

"Estivamos em Buenos Aires para a (votação da) Olimpíada de 2020 e você tinha o mundo político inteiro, a nata política de todos os países, ali. O mesmo aconteceu em Zurique quando escolhemos as sedes das Copas de 2018 e 2022, todos os candidatos estavam presentes. Alguém poderia achar que também era uma cúpula política europeia ou asiática", afirmou.

"Não é possível evitar a presença de forças políticas tentando influenciar a decisão, porque estas competições projetam uma imagem tal que não só esportistas querem estar intimamente ligados a elas. Políticos querem participar, querem estar lá quando a decisão é tomada".

No mês passado, Blatter admitiu que importantes políticos europeus pressionaram a Fifa para escolher o Catar como sede da Copa do Mundo.

"Houve influência política direta. Chefes de Estado europeus aconselharam membros eleitores da Fifa a votar no Catar por causa dos grandes interesses financeiros ligados àquele país", disse Blatter ao jornal alemão Die Zeit.

Michel Platini, presidente da Uefa e possível sucessor de Blatter, já declarou ter jantado com o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy e com o chefe do governo de Catar antes da votação, mas negou que o político francês tenha lhe pedido para votar no país do Oriente Médio.

A Confederação Internacional de Sindicatos (Ituc, na sigla em inglês) afirmou nesta sexta-feira que a Fifa deveria fazer uma nova votação para escolher um local que "respeite os trabalhadores", após denúncias de maus tratos no Catar.

A Ituc acrescentou que a proposta de Blatter de fazer uma visita de cortesia ao emir do Catar foi uma reação inadequada aos relatos de que dezenas de operários imigrantes morreram no país durante o verão local.

"A Fifa tem o poder de fazer com que os direitos dos trabalhadores seja uma condição para o Catar sediar a Copa do Mundo de 2022", disse Sharan Burrow, secretária-geral da Ituc, em comunicado.

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