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Blatter vê humilhação e sombras para se afastar de escândalo

28 mai 2015 - 12h35
(atualizado às 13h17)
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Presidente da Fifa, Joseph Blatter adotou tom de lamentação para falar sobre o escândalo de corrupção que resultou na prisão de sete dirigentes da entidade, entre eles o brasileiro José Maria Marin. O mandatário suíço se eximiu de culpa pelos ocorridos e disse que os casos descobertos pelo FBI são uma sombra e representam humilhação na história do futebol.

Blatter durante discurso de abertura do Congresso da Fifa em Zurique
Blatter durante discurso de abertura do Congresso da Fifa em Zurique
Foto: Walter Bieri / AP

Sete membros da Fifa foram presos na manhã de quarta pelas autoridades suíças a pedido do departamento de justiça dos Estados Unidos por casos de corrupção em acordos de marketing, venda de direitos de transmissão de eventos e na escolha de sedes da Copa do Mundo.

"Os eventos de ontem causaram uma grande sombra sobre o futebol. Ações de indivíduos trouxeram vergonha e humilhação para o futebol e exigem ações imediatas de todos, e não podemos deixar que a reputação da Fifa seja manchada", disse o suíço em pronunciamento na abertura do 65º congresso da entidade internacional, nesta quinta.

As prisões ocorreram na manhã de quarta, véspera da abertura da assembleia da Fifa que definirá o próximo presidente da entidade. No cargo desde 1998, Joseph Blatter tenta o quinto mandato e terá como único adversário o príncipe jordaniano Ali bin al-Hussein, que ganhou força para o pleito de sexta após o escândalo de corrupção.

Antes da abertura do congresso da Fifa, representantes da Uefa, associação europeia de futebol, reuniram-se e decidiram apoiar o príncipe na eleição. O presidente Michel Platini pediu expressamente que Blatter desistisse da candidatura. Do lado de fora do prédio da entidade, manifestantes pediram a renúncia e prisão do suíço.

Manifestantes atacaram Blatter na porta do congresso da Fifa
Manifestantes atacaram Blatter na porta do congresso da Fifa
Foto: Gian Vaitl / AP

Por isso, Blatter tentou afastar a imagem do escândalo de corrupção, atribuindo os casos a ações individuais em vez de um esquema instaurado na Fifa e nas filiadas. Na tarde de quarta, a entidade decidiu banir dos quadros os dirigentes envolvidos no caso.

“Sei que muitas pessoas me consideram responsável pelos problemas da comunidade global do futebol, mas não posso monitorar a todos o tempo todo. Não podemos permitir que a ação de alguns destrua o trabalho duro e árduo de muitos, a maioria que trabalhou tão forte e intensamente pelo futebol. Esses culpados pela corrupção no futebol são minoria”, afirmou.

Foram presos em Zurique José Maria Marin, vice-presidente da CBF, o presidente da Concacaf e vice-presidente da Fifa, Jeffrey Webb; o presidente da Federação da Costa Rica, Eduardo Li; ex-funcionário da Federação da Nicarágua, Julio Rocha; o ex-vice presidente da Conmebol e antigo mandatário da Federação Uruguaia, Eugenio Figueredo; o presidente da Federação Venezuelana de Futebol, Rafael Esquivel; e o ex-dirigente da Federação das Ilhas Cayman Costas Takkas.

Jack Warner, ex-presidente da Concacaf e ex-vice presidente da Fifa, entregou-se às autoridades na noite de quarta. Os outros indiciados pela justiça americana são Nicolás Leoz, ex-presidente da Conmebol, e os empresários Aaron Davidson, Alejandro Burzaco, Hugo e Marianko Jinkis e José Margulies.

O brasileiro José Hawilla, dono da empresa de marketing esportivo Traffic, foi indiciado em dezembro passado por conspiração de fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução de justiça na investigação americana. Considerado culpado, ele concordou em devolver mais de US$ 150 milhões.

Foto: AFP
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