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Blatter clama por ajuda para que reputação da Fifa não “caia na lama”

29 mai 2015 - 09h47
(atualizado às 09h50)
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No discurso de abertura do 65º Congresso Anual da Fifa, em Zurique, na Suíça, Joseph Blatter voltou a citar as sombras que tomaram conta do futebol na última semana. O suíço clamou novamente por um "futebol limpo", mas desta vez assumiu sua parcela de responsabilidade como presidente da entidade e pediu ajuda às federações para devolver a transparência e a ética à principal organização futebolística.

"Os eventos dessa semana causaram uma tempestade. Há uma sombra sobre o futebol e sobre esse Congresso por causa dos eventos que ocorreram. Não podemos deixar que a reputação da Fifa seja jogada na lama. Não podemos, porque aqueles que estão por trás disso, se forem julgados culpados, são indivíduos, não representam toda a organização", declarou Blatter.

Sete membros da Fifa foram presos na manhã de quarta-feira pelas autoridades suíças a pedido do departamento de justiça dos Estados Unidos por casos de corrupção em acordos de marketing, venda de direitos de transmissão de eventos e na escolha de sedes da Copa do Mundo.

"Eu posso aceitar que o presidente da Fifa seja responsável por tudo, mas eu queria dividir essa responsabilidade com vocês, ou pelo menos com o Comitê Executivo que está aqui. É o governo de vocês. É o nosso governo", acrescentou, convocando os presentes para colocar a Fifa "de volta nos trilhos".

No comando da entidade máxima do futebol desde 1998, Blatter vai concorrer a mais uma reeleição na tarde desta sexta-feira. Seu único adversário é o príncipe jordaniano Ali Bin Al Hussein, que representa uma reformulação na Fifa. Até a última quarta-feira, Blatter era o favorito disparado e o príncipe Ali tinha poucas chances, mas os escândalos divulgados fizeram Blatter perder apoio importante nos bastidores e a disputa segue em aberto. Para vencer, o candidato precisa de 2/3 dos 209 votos possíveis. Caso nenhum dos dois atinja o número, haverá uma segunda rodada em que basta uma maioria simples - metade dos votos mais um - para garantir a vitória.

"Não é coincidência que isso esteja acontecendo pouco antes das eleições. Nem todos podem ter uma conduta ética porque vivemos em um mundo muito amplo e impossível de controlar", disse.

As palavras do atual presidente foram interrompidas por uma ativista pró-Palestina, que invadiu o Congresso com uma bandeira. Blatter aguardou que ela fosse retirada do recinto pelos seguranças antes de continuar, pedindo "disciplina, respeito e jogo limpo" no esporte mais popular do mundo.

"Peço ao futebol que volte a se unir novamente. Vou lugar pela transparência, para evitar a corrupção. Quero um futebol limpo", completou.

Após o discurso de Blatter, uma ameaça de bomba na sede da Fifa fez a organização evacuar a sala do Congresso. A polícia fez uma varredura no local e não encontrou o artefato, e assim, o Congresso seguiu normalmente. Após o almoço, os participantes voltarão ao salão para dar início às eleições presidenciais.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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