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Brasil vence França pela 1ª vez no palco da final de 98, e Dunga mantém 100%

26 mar 2015 - 19h14
(atualizado às 19h14)
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Depois de duas derrotas, uma delas na final da Copa do Mundo de 1998, e um empate, a seleção brasileira enfim bateu a França no Stade de France, ao fazer 3 a 1 de virada nesta quinta-feira, e se manteve com 100% de aproveitamento desde a volta de Dunga ao cargo de técnico.

O estádio em Saint-Denis não traz boas lembranças ao Brasil, que ainda perdeu no local em 2011, com gol de Benzema, e empatou em 0 a 0 em 2004 - nestas duas vezes em amistosos. Mas, desta vez, a recordação será diferente graças aos gols de Oscar, ainda no primeiro, e de Neymar e Luiz Gustavo, depois do intervalo. Varane havia aberto o placar a favor dos 'Bleus'.

No duelo dos capitães da decisão de 16 anos e meio atrás, Dunga levou a melhor sobre Didier Deschamps e manteve a campanha irreparável desde que foi recontratado pela CBF, em agosto do ano passado. Antes, ele havia comandado a seleção em triunfos contra Colômbia, Equador, Argentina, Japão, Turquia e Áustria.

A oitava vitória seguida poderá acontecer no próximo domingo, quando o Brasil medirá forças com o Chile no estádio Emirates, em Londres. No mesmo dia, a França enfrentará a Dinamarca, novamente em Saint-Dennis.

Num esquema parecido com o de jogos de grandes competições, Dunga fez mistério antes da partida e fez mistério quanto à escalação. Havia dúvidas em relação ao gol, em que Jefferson foi mantido como titular, e ao ataque, em que Roberto Firmino teve a primeira oportunidade como titular. No meio, o treinador surpreendeu e colocou em Elias em vez de Fernandinho.

Na França, Deschamps não teve duas peças importantes, o goleiro Lloris e o meia Pogba. Os substitutos foram o Mandanda e Schneiderlin, respectivamente.

Preocupados com a segurança de desportistas e do público no Stade de France, os organizadores do amistoso montaram um forte esquema de segurança para a partida devido ao alerta vermelho antiterrorismo acionado pelas autoridades.

Os 'Bleus' começaram apresentando seu cartão de visitas com uma de suas principais armas, a bola parada. Logo aos sete minutos do primeiro tempo, após o escanteio da esquerda, Benzema apareceu na segunda trave e cabeceou para grande defesa de Jefferson, que ainda se chocou contra a trave, mas se recuperou prontamente.

O Brasil incomodou pela primeira vez três minutos depois. Neymar avançou em velocidade pela meia esquerda e tocou para Roberto Firmino, que chutou em cima da marcação.

Ficando pouco com a bola, a equipe pentacampeã tinha que aproveitar as poucas oportunidades dadas pelo adversário. E uma veio aos 19, em falha da zaga francesa. Oscar fez o desarme e serviu Neymar, que bateu no canto direito baixo. Mandanda espalmou, e Elias não conseguiu aproveitar o rebote.

A França respondeu no minuto seguinte e abriu o placar em um gol bastante parecido com o segundo de Zidane na final da Copa de 1998. Valbuena cobrou escanteio da esquerda, Varane apareceu soberano pelo alto e cabeceou no canto esquerdo.

Sem conseguir entrar na área de ataque, a seleção brasileira era obrigada a arriscar de fora. Aos 29, em mais um passe de Neymar, Firmino finalizou de longe, e Mandanda desviou para escanteio.

A essa altura, os visitantes já haviam equilibrado as ações, mas continuavam sofrendo com os escanteios. Em outro deles, aos 38 minutos, Varane cabeceou novamente, mas desta vez acertou um companheiro de time.

O empate veio logo em seguida, aos 40, em boa escapada pela esquerda. Oscar tocou para Firmino, que ia perdendo a bola, mas ganhou na raça e devolveu. O meia então completou de biquinho e, apesar da pancada que recebeu de saco, acertou o canto esquerdo.

Mais ligada desde os últimos instantes do primeiro tempo, a equipe de Dunga voltou do intervalo com tudo. Logo aos quatro minutos, Elias rolou e Luiz Gustavo exigiu mais uma boa intervenção de Mandanda.

Aos dez, porém, o goleiro não conseguiu parar Neymar, que marcou o segundo. Elias puxou contra-ataque e acionou Willian, que abriu na esquerda. Aproveitando-se da movimentação de Firmino, que puxou a marcação, o capitão da seleção dominou e fuzilou de pé esquerdo para virar o placar.

Tentando se manter viva na partida, a França levou perigo duas vezes em seguida, aos 13 e aos 14, ambas com Benzema. Na primeira, o jogador do Real Madrid levantou, Sissoko pegou a sobra, mas parou na boa saída de Jefferson. Na segunda, foi o centroavante quem aproveitou cruzamento, mas chutou por cima. Esse segundo lance lembrou o gol de Henry na vitória francesa sobre o Brasil nas quartas de final da Copa de 2006.

Mas depois disso os donos da casa diminuíram a intensidade e foram castigados com uma cabeçada parecida com a de Zidane no 1 a 0 da decisão de 16 anos e meio atrás. Willian bateu escanteio da direita, Luiz Gustavo subiu livre e deixou o dele, também de cabeça, aos 23 minutos.

O Brasil desperdiçou uma ótima chance para sair de Saint-Dennis com uma goleada, porque continuou tendo o controle das ações, mas chutou pouco. Aos 32, Neymar levou pelo meio, ajeitou e arriscou de longe, mas pegou mal e isolou.

O fim do jogo foi de morno a frio. Deschamps fez muitos testes em sua equipe, enquanto Dunga até demorou a mexer, mas o fez por atacando nos últimos instantes. Quem esteve perto de um novo gol foi a França, em tentativa do jovem Fekir, aos 42 minutos. O atacante chutou cruzado e tirou tinta da trave.

Ficha técnica:.

França: Mandanda; Sagna, Varane, Sakho e Evra; Sissoko (Kondogbia), Schneiderlin e Matuidi (Giroud); Valbuena (Payet), Griezmann (Fekir) e Benzema. Técnico: Didier Deschamps.

Brasil: Jefferson; Danilo, Thiago Silva, Miranda e Filipe Luis; Luiz Gustavo (Fernandinho), Elias (Marcelo), Oscar (Souza) e Willian (Douglas Costa); Neymar e Roberto Firmino (Luiz Gustavo). Técnico: Dunga.

Árbitro: Nicolas Rizzoli (Itália), auxiliado pelos compatriotas Mauro Tonolini e Lorenzo Manganelli.

Gols: Varane (França); Oscar, Neymar e Luiz Gustavo (Brasil).

Estádio: Stade de France, em Saint-Denis (França).

EFE   
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