Antes de Bahia x Santos, Fonte Nova recebe estátua restaurada de Pelé
Quarenta e dois anos depois de sua primeria apresentação ao público, foi reinuaugurada no início da noite deste domingo, na Arena Fonte Nova, em Salvador, a estátua de bronze que reproduz o ex-craque Pelé segurando a taça Jules Rimet. O monumento, encomendado à artista plástica Lucy Viana Medina, havia sido inaugurado na mesma situação de hoje, antes de um confronto entre Bahia e Santos no estádio.
A restauração da homenagem a Pelé erguento a taça que era dada ao vencedor da Copa do Mundo até 1970, foi feita pela artista plástica Márcia Magno, a pedido da Fundação Gregorio de Mattos (FGM), órgão municipal responsável pelas ações culturais e preservação da memória de Salvador.
Segundo o presidente da FGM, o diretor de teatro Fernando Guerreiro, a iniciativa é fundamental dentro da perspectiva de renovação da capital baiana, que tem recebido queixas de moredores e turistas sobre seu péssimo estado de conservação. "Essa é a primeria de muitas e foi escolhida pela importância para a cultura local. O estádio não poderia ficar funcionando sem o Pelé", comemorou.
A primeira versão da obra ficava do lado de fora, na entrada na antiga tribuna de honra. Entretanto, em 2007, vândalos danificaram o equipamento, levando seus braços e a taça do tricampeonato mundial. Na época, a polícia suspeitou de moradores de rua que costumavam dormir na região e vender objetos de metal a ferros velhos para comprar drogas, mas nada foi comprovado.
Agora, o "Pelé" fica na área externa do estádio, porém, no limite de suas grades. "O ideal é que haja um dia em que ela possa ficar com acesso livre ao público, mas infelizmente isso ainda não é uma realidade", lamentou o secretário de turismo, cultura e desenvolvimento de Salvador, Guilherme Bellintani.
Quem representou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na cerimônia foi o diretor de competições da entidade, Virgílio Elísio. Baiano, ele destacou a importância histórica da peça no cenário da Fonte Nova. "Para o torcedor que tem tradição no futebol baiano, estátua era um ponto de encontro", recordou.
Sob intervenção
O evento acontece em um momento complicado para o Bahia. Apesar de ter voltado a jogar na Fonte, o clube está sob o comando do interventor Carlos Rátis. No último sábado, o advogado organizou, no próprio estádio, uma votação para modificar o estatuto do clube e permitir as eleições diretas para a presidência. Durante a madrugada, apoiadores do presidente afastado Marcelo Guimarães Filho tentaram reverter a situação na Justiça, mas sem sucesso.
Cotado como pré-candidato ao cargo, Virgílio Elisio declarou que não havia se fechou à possibilidade de concorrer à presidência do clube, mas após algumas conversas, decidiu apoiar o chefe da Casa Civil do Estado da Bahia, Fernando Schmidt, que deixará o cargo no governo para disputar a cadeira.