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Arsenal "dá aula" de aproveitar estádio e organizar pré-temporada

4 ago 2013 - 08h42
(atualizado às 11h46)
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Pouco adianta ter altos investimentos, reformas, cadeiras novas, pinturas, coberturas ou qualquer outro retoque para modernizar os estádios. Principalmente em épocas de pré-temporada, é fácil ver como o futebol europeu "dá uma aula" de organização para o futebol brasileiro. Neste final de semana, foi a vez do Arsenal ensinar a melhor maneira de aproveitar um estádio moderno e fazer uma preparação interessante para os campeonatos que terá pela frente em 2013 e 2014. Já no Brasil, os clubes mal aproveitam as pausas nos campeonatos para lucrar e estão longe de saber o que fazer nas novas arenas construídas para a Copa de 2014.

<p>Asenal cria campinho para crianças brincarem antes dos jogos</p>
Asenal cria campinho para crianças brincarem antes dos jogos
Foto: Allan Brito / Terra

Inaugurado em julho de 2006, o Emirates Stadium, do Arsenal, logo se tornou um símbolo da modernização do futebol. Depois de sete anos, o local parece novo até agora, com facilidade de transporte, principalmente pelo metrô; acessos espaçosos, variados e bem sinalizados; e uma limpeza exemplar em todos setores. O resultado de tudo isso - e outros fatores, é claro - se reflete em um público de 59.554 pessoas, mesmo em um jogo de pré-temporada, contra o Napoli, sendo que faltaram cerca de 800 pessoas apenas para que o local estivesse completamente lotado.

Evidentemente não são todos estádios no Brasil (e no mundo) que podem ter tamanha estrutura para facilitar a diversão do torcedor. Mas algumas ações feitas pelo Arsenal poderiam servir de exemplo para clubes brasileiros - chama atenção a quantidade de atividades elaboradas fora do campo para fazer com que o torcedor saia de casa mais cedo e evite "congestionamentos" de carros e de pessoas nos metrôs: existem espaços de jogos para crianças, uma máquina tecnológica que testa "marmanjos" como goleiros, além de várias lojas oficias para aproveitar a empolgação dos fanáticos.

Porém, é necessário destacar também um fator que chama atenção negativamente: apesar do público ser muito educado e comportado, isso faz com que a partida fique "fria" em alguns momentos. Antes, em direção ao estádio, praticamente não são ouvidos cantos da torcida ou gritos de incentivos. Durante o jogo, por longos minutos é possível perceber quase um silêncio entre os torcedores, que ficam sentados e apenas aplaudem a cada jogada mais relevante.

A grande quantidade de turistas explica em partes esse comportamento da torcida. Mesmo um jogo de pré-temporada aparecem pessoas do mundo todo - na Emirates Cup existem times de Portugal (Porto), Turquia (Galatasaray) e Itália (Napoli). Mas não eram apenas torcedores desses times que estavam vendo o jogo. O Emirates Stadium já virou um ponto turístico e atrai gente do mundo inteiro a cada partida, inclusive brasileiros.

Natural de São Caetano, em São Paulo, Cássio Almeida está passando as férias na Inglaterra e saiu de Liverpool para Londres só para assistir o jogo do Arsenal e conhecer o estádio: "a partida (contra o Napoli) nem deve ser tão boa, mas vale a pena para ver tudo isso aqui", afirmou ele, apontando para estrutura do local. E ele ainda "ganhou" um bom jogo, já que os times empataram por 2 a 2, em uma partida agitada e com emoção até o fim.

Os jogadores também ficam animados, já que podem aproveitar partidas como essas para buscar a melhor adaptação e conhecer futuros adversários. "É um estádio bonito e para nós são jogos muito bons, já que preciso ter chances e mostrar meu valor. E também dá para já ir conhecendo um pouco de alguns times que podemos pegar no futuro", apontou o goleiro Rafael, do Napoli.

Enquanto tudo isso acontece na Europa, um cenário triste é visto no Brasil: as pré-temporadas são curtas demais e fica difícil até fazer grandes torneios amistosos para atrair torcida e dinheiro. Quando os jogos começam, até mesmo nos estádios recém-reformados ainda acontecem problemas básicos, na venda de ingressos, como ocorreu no Maracanã, nesta semana e em outras anteriores. A temporada europeia nem começou de falta e já trouxe uma lição para os clubes brasileiros.

Fonte: Terra
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