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Chapa de empresários lança candidatura e garante que não vai "vender" o Flamengo

28 ago 2012 - 18h36
(atualizado às 23h07)
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Cirilo Junior
Direto do Rio de Janeiro

Com promessas ambiciosas, um grupo de empresários rubro-negros lançou, nesta terça-feira, a chapa para a disputa das eleições para a presidência do Flamengo, tendo como nome principal Wallim Vasconcellos, ex-diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Prometendo uma mudança radical no modelo de gestão do clube, o candidato negou que tenha intenção em transformar o Flamengo em clube-empresa. As eleições estão previstas para dezembro.

Wallim Vasconcellos (à direita) descarta "Flamengo S/A" se for eleito na Gávea
Wallim Vasconcellos (à direita) descarta "Flamengo S/A" se for eleito na Gávea
Foto: Cirilo Junior / Terra

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"Não vamos vender o clube. Não queremos Flamengo S/A. O clube não vai virar empresa, e sim, vai ser gerido como empresa, com profissionais contratados e remunerados, com metas a atingir. A gestão será absolutamente profissional", afirmou Wallim, que considera que os clubes brasileiros ainda não estão preparados para se tornarem empresas.

A promessa da chapa, que conta com nomes experientes no mundo dos negócios como Luiz Eduardo Baptista (presidente da Sky), Rodolfo Landim (ex-Petrobras e EBX), Carlos Langoni (ex-diretor do Banco Central) e David Zylberstjazn (ex-diretor da ANP) é mudar completamente o modelo de administração do clube. Para isso, admitem que encontrarão resistências e muitas dificuldades dentro da conturbada política rubro-negra.

"Não é porque somos do mundo dos negócios que achamos que sabemos de tudo. Por isso conversamos com várias correntes do clube para tentar entender o que acontece lá. Não temos envolvimento com a política do Flamengo, somos uma nova corrente, e achamos que o modelo de poder está viciado, tem que mudar", observa o candidato.

Entre essas correntes, estão os ex-presidentes Marcio Braga e Kleber Leite, que já manifestaram apoio à chapa "Fla Campeão do Mundo". Wallim se apressa a negar qualquer negociação de algum tipo de contrapartida pelo apoio. "Marcio e Kleber não querem nada em troca, e nem vão querer. Já deixaram isso claro", destacou.

Ao lado de Wallim, Baptista, que preside a Sky, ressalta que o grupo de executivos não têm nenhum tipo de projeto pessoal ligado ao Flamengo. Explica que a tentativa de assumir o comando de clube é fruto da frustração com os rumos que as últimas administrações deram ao Flamengo nos últimos anos.

"Somos pessoas realizadas, e estamos entrando nessa disputa apenas pela paixão ao clube. Ficamos entristecidos pela situação que o Flamengo chegou. Vemos os nossos filhos sofrendo cada vez que o time perde, e isso nos chateia. É questão de honra fazer um bom trabalho e fazer o clube melhorar", explica Wallim.

Por não serem frequentadores assíduos do clube e não serem figuras conhecidas dos sócios, Wallim e Baptista salientam que terão que fazer um trabalho de "formiguinha" na campanha. Lembram que um movimento parecido ocorreu em 1976, quando Marcio Braga era um nome desconhecido, entrou na disputa e chegou à presidência.

"A partir de agora, é nos apresentarmos, fazer campanha boca a boca, mostrar para os sócios nossas propostas. O sócio não gosta de improviso. É isso que vemos no Flamengo de hoje", observa Baptista.

Eles admitem que não conhecem a fundo a realidade do clube, e admitem não saber o que vão encontrar, caso vençam as eleições e assumam o clube. Por isso, defende um modelo de transparência, com divulgação de balanços trimestrais, apresentação de contas na internet e realização de auditorias.

Baptista cita o atual modelo de gestão do Santos como um exemplo de inspiração que a chapa pretende implementar no Flamengo. A ideia é que os empresários formem uma espécie de conselho consultivo, que se reúna até duas vezes por semana, para direcionar os rumos do clube. Quem vai colocar a mão na massa serão executivos contratados no mercado.

A chapa entra nas eleições respaldada pelo apoio do maior ídolo da história do Flamengo. Zico já endossou a chapa dos rubro-negros executivos, e vai pedir votos para Wallim. O candidato, no entanto, nega com veemência qualquer intenção em ter Zico participando de sua administração. O plano para o eterno Galinho de Quintino envolve transformar o ídolo num embaixador do Flamengo ao redor do mundo.

"Esperamos ver o Zico com o Iraque aqui no Brasil, na Copa de 2014. Esse é o grande projeto dele", comentou Wallim.

O futebol será a prioridade principal de uma hipotética gestão Wallim, garante o candidato. Entre as promessas, está a adoção de um código de conduta para jogadores e demais profissionais do setor, estabelecimento de metas quantitativas e qualitativas e remuneração variável em função do atingimento dessas metas.

Outro plano é ter um estádio próprio. A prioridade é disputar a concessão do Maracanã, classificada por Wallim como a casa rubro-negra. Para isso, admire até mesmo se associar a outras empresas, caso seja vantajoso para o Flamengo. O plano B seria a construção de uma arena multiuso para 50 mil espectadores, feita em parceria com entes privados e governamentais. Até mesmo a ampliação da Gávea para 20 mil torcedores é avaliada pela chapa. Wallim pondera que o investimento na Gávea dependeria de avaliações junto à prefeitura sobre o impacto na região em que o estádio está instalado.

Para os esportes olímpicos, a ambição principal é que o Flamengo se torne um dos três maiores fornecedores de atletas na Olimpíada de 2016, no Rio. Wallim garante que vai focar no trabalho nas categorias de base de esportes como judô, basquete, ginástica olímpica e remo, entre outros.

Fonte: Terra
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