PUBLICIDADE

Em clima de crise, Palmeiras empata com Bahia e mantém jejum

18 ago 2011 - 22h54
(atualizado em 19/8/2011 às 00h13)
Compartilhar
Dassler Marques
Direto de São Paulo

Não foi desta vez que o Palmeiras encerrou seu jejum de vitórias. Contra o Bahia, nesta quinta-feira no Canindé, a equipe do treinador Luiz Felipe Scolari ficou no empate, por 1 a 1, e ampliou o clima de crise que envolve o clube nos últimos dias. Agora, já são cinco partidas consecutivas sem sentir o gosto da vitória.

Com boatos de que Felipão poderia deixar o cargo por desavenças com o vice de futebol Roberto Frizzo e em momento tecnicamente ruim, o Palmeiras ainda foi vaiado pelos pouco mais de 6 mil torcedores que foram ao Canindé. "Time sem vergonha", entoou parte do público.

Se Valdivia encerrou um jejum de quase quatro meses sem marcar, Kleber chegou à nona partida sem conhecer o sabor do gol, naquela que já é sua pior sequência com a camisa do Palmeiras. Marcos falhou no gol do Bahia e admitiu ao fim do jogo. "A culpa é minha, não vi me anteciparem. Não sou coitado, mas é erro meu", falou.

Com o empate, o Palmeiras fica com 28 pontos mas, pelos critérios de desempate, continua atrás do Botafogo, na sexta posição. O cenário futuro é preocupante, com clássicos contra São Paulo e Corinthians nas duas próximas rodadas. O Bahia, com 20 pontos, segue em 13º.

Palmeiras empata em casa e chega a cinco jogos sem ganhar

Uma partida talvez mais importante pelo extracampo do que pelo que ocorreria nas quatro linhas. Afinal, nos dias que antecederam ao jogo, o Palmeiras se viu envolvido em mais uma crise que teve Luiz Felipe Scolari e o vice de futebol Roberto Frizzo como protagonistas e como coadjuvantes o atacante Ricardo Bueno, do Atlético-MG, e o treinador Paulo César Carpegiani.

Desde a noite de quarta, por meio de notas oficiais, desmentidos e conversas - Felipão falou com Carpegiani e o presidente Arnaldo Tirone -, o Palmeiras tentou amenizar o ambiente turbulento, com agravante de um jejum de quatro jogos sem vitória, para voltar a ganhar contra o Bahia. "Colocam isso (de demissão) por interesses e fica uma situação ridícula", criticou Scolari antes de a bola rolar.

E, quando a bola enfim rolou, o que se viu no Canindé foi uma partida extremamente competitiva, aberta e cheia de possibilidades. Sobretudo porque Dinei, a 9min, deixou o campo lesionado e deu lugar a Maikon Leite, que havia treinado entre os titulares no lugar de Luan na terça. Com tantos jogadores rápidos em campo, Palmeiras e Bahia fizeram um espetáculo bastante razoável.

O Bahia, que começou o primeiro tempo com a marcação à frente e tentando pressionar a saída de bola palmeirense, ameaçou em falta firme batida por Marcone, para fora. Maikon Leite, que havia acabado de entrar, acertou a trave em bonito arremate de fora da área. Logo depois, foi Cicinho quem recebeu de Valdivia após jogada ensaiada e bateu por cima do gol defendido por Marcelo Lomba. Maikon reapareceu e quase fez, na grande área, em passe de Luan.

Enquanto o time baiano tentava encaixar contragolpes, o Palmeiras se mandava até mais do que o habitual. Henrique, aos 25min, chutou de canhota de fora da área e acertou Lomba. O Bahia respondeu com sua melhor possibilidade antes do intervalo: Jobson conseguiu ganhar de Cicinho, seu marcador quase pessoal, e rolou para Júnior, desajeitado, tentar fazer de calcanhar, sem sucesso.

O Palmeiras, aos 29min, voltou a assustar com finalização quente de Valdivia, bem espalmada por Lomba, mas cedia espaços na defesa. Em um desses momentos, Jobson apareceu pela esquerda e, sem ângulo, exigiu trabalho de Marcos.

Em busca do gol, os palmeirenses ainda levaram muito perigo em dois momentos: Marcos Assunção, em falta de longe que passou perto do travessão, e Kleber, que bateu de fora da área e acertou a trave do Bahia. Sem marcar, o Palmeiras completou seis tempos (um contra o Coritiba, quatro em dois duelos contra o Vasco e um contra o próprio Bahia) sem ir às redes.

Mas o jejum tinha de acabar, e assim foi aos 8min. Luan abriu para Cicinho, que foi à linha de fundo, venceu a marcação de Ávine e cruzou por baixo para Valdivia, na pequena área, desviar para o gol de Marcelo Lomba. Foi o primeiro gol do chileno com a camisa palmeirense desde 24 de abril.

Quando o Palmeiras ameaçava tomar conta da partida com mais posse de bola, o Bahia chegou à frente e cresceu com mexidas de René Simões. Após boa jogada pela direita, Diones recebeu e, praticamente embaixo da trave, livre, conseguiu perder gol incrível. Em seguida, deixou o campo para a entrada de Jones. E a igualdade do Bahia então chegou graças a uma hesitação de Marcos. Em falta batida de longe, o goleiro saiu mal da meta, Titi se antecipou e desviou de cabeça para o fundo das redes aos 22min. O zagueiro estava adiantado, mas a arbitragem validou o gol.

Os palmeirenses se perderam com o empate e, só nos minutos finais, conseguiram esboçar alguma pressão. Maikon Leite desperdiçou duas boas possibilidades nos acréscimos. Assim, o Palmeiras não saiu de campo com a vitória que encerraria o incômodo jejum naquela que já é a pior sequência do ano.

Palmeiras 1 x 1 Bahia

Gols

Palmeiras: Valdivia, aos 8min do segundo tempo

Bahia: Titi, aos 22min do segundo tempo

Palmeiras: Marcos; Cicinho, Thiago Heleno, Henrique e Gerley; Márcio Araújo (Chico) e Marcos Assunção; Kleer, Valdivia e Luan (Tinga); Dinei (Maikon Leite)

Treinador: Luiz Felipe Scolari

Bahia: Marcelo Lomba; Marcos, Paulo Miranda, Titi e Ávine; Fahel; Diones (Jones) e Marcone; Carlos Alberto (Ricardinho); Júnior (Reinaldo) e Jobson

Treinador: Rene Simões

Cartões amarelos
Palmeiras: Thiago Heleno, Valdivia, Gerley, Luan, Kléber

Bahia: Titi, Carlos Alberto, Ávine

Árbitro
André Luiz de Freitas Castro (GO)

Renda e público
R$ 188.695,00 / 6266 pagantes

Local
Estádio do Canindé, em São Paulo

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade