PUBLICIDADE

Gobbi pressiona arbitragem e cutuca Cruzeiro: "sei ser palhaço"

23 nov 2010 - 19h23
(atualizado às 20h12)
Compartilhar

O diretor de futebol Mário Gobbi apareceu na sala de imprensa do CT Joaquim Grava, na tarde desta terça-feira, com algumas anotações para o discurso que faria em defesa do Corinthians. Mas pouco leu - ergueu a voz, irritado, e gesticulou de maneira aparentemente espontânea contra as insinuações de favorecimento ao seu time no Campeonato Brasileiro. Era a sua vez de dar um show.

Diretor (à esq.) reclamou das insinuações contra o Corinthians
Diretor (à esq.) reclamou das insinuações contra o Corinthians
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

"Tudo tem um limite. O negócio é montar um picadeiro? Sei ser palhaço também. Estou com vontade de sentar a ripa em todos os jogos em que formos prejudicados!", berrou Gobbi. A ira do dirigente era contra a revolta de presidente, técnico e jogadores do Cruzeiro na partida contra o Corinthians, por causa do polêmico pênalti assinalado em Ronaldo. Para ele, as reclamações pressionaram o experiente Carlos Eugênio Simon no jogo contra o Vitória.

"Há muito tempo, digo que os formadores de opinião deveriam ter cautela em suas declarações. Muita gente falou em esquema para beneficiar o Corinthians no ano do seu centenário. Isso influenciou o Simon, que é um árbitro nota 10, com louvor. Ele entrou em campo sabendo que poderia errar contra o Corinthians, mas nunca a favor. Esse espírito norteou o árbitro no Barradão. Ficou claro", afirmou Gobbi.

O diretor de futebol se referiu especificamente ao pênalti marcado a favor do Vitória, que decretou o empate por 1 a 1 e prejudicou o Corinthians na disputa pelo título brasileiro. No lance, no final do primeiro tempo, o volante Ralf tocou a bola com a mão dentro da área. "Não foi pênalti! Não existe interpretação! O jogador não teve o dolo de tocar na bola! O que conta é a intenção!", esbravejou o dirigente corintiano.

Apesar de chiar pelo pênalti, Mário Gobbi também reconheceu que Simon pode ter errado contra o Vitória na mesma partida. "Na hora, achei que não havia impedimento no lance do gol anulado. Foi legal", mencionou. "Também não seria erro apitar pênalti naquela dividida do Julio Cesar, no segundo tempo. Fiquei em dúvida, mas não vi a jogada pela televisão", completou.

Nem essas duas jogadas foram suficientes para acalmar Mário Gobbi. "Disseram que havia esquema até para ganharmos a Libertadores. Não sei que esquema é esse, pois não ficamos com a Libertadores e com o Paulista e ainda estamos atrás no Brasileiro. Quem vai me devolver os pontos que perdemos agora? Houve um pênalti no Jonas no jogo entre Fluminense e Grêmio, foram dois gols anulados do Ronaldo contra o Guarani e mais esse pênalti do Vitória agora... Cadê o apito amigo?", enfezou-se.

Mas o diretor de futebol subiu sozinho no "picadeiro". O técnico Tite não quis acompanhá-lo como "palhaço" e também pressionar a arbitragem a duas rodadas do término do Campeonato Brasileiro. "Repito tudo o que falei no final do jogo contra o Vitória. Em condições normais, aquele pênalti jamais seria apitado. Ponto final. Não vou mais falar de arbitragem. Prefiro deixar os caras trabalharem em paz", disse o treinador.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
Compartilhar
Publicidade