Kleber nega pedido para deixar Grêmio e aceita pressão da torcida

A parada no Campeonato Brasileiro para a disputa da Copa das Confederações proporcionará benefícios para quase todos os time e jogadores que estão envolvidos na competição, menos para o atacante Kleber, do Grêmio, que voltou a conquistar espaço no time e vinha em ascensão.

Prejudicado por uma cirurgia que realizou no tornozelo no final de 2012, o jogador abriu esta temporada vendo o chileno Eduardo Vargas assumir a titularidade no ataque tricolor. Com poucas oportunidades recebidas pelo técnico Vanderlei Luxemburgo, o “Gladiador”, como é conhecido, esteve perto de deixar a Arena para buscar novos ares em outro clube.

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Em entrevista exclusiva para o Terra, porém, o atacante disse que quer permanecer na equipe, embora admita que um mal entendido quase o afastou do Grêmio no início do ano, e ainda afirmou que o torcedor tricolor tem razão de cobrar melhores resultados após as campanhas decepcionantes no Campeonato Gaúcho e na Copa Libertadores.

Veja a entrevista:

Terra - Você recebeu uma sequência de três jogos antes da parada do Brasileiro e fez um gol contra o São Paulo. Você acredita que esta parada vai te beneficiar?

Kleber -

Para mim não. Precisava de sequência de jogos e infelizmente talvez perca um pouco deste ritmo que eu vinha ganhando. Mas também vou ter um tempo para aperfeiçoar outras coisas. O grupo vai ficar mais junto para poder melhorar coisas que está errando.

Terra - A arrancada do Grêmio neste Brasileiro é razoável (dos 15 pontos disputados conquistou oito), mas existe uma cobrança em relação ao desempenho dentro de campo. Você acha justo?

Kleber -

As coisas têm se acumulado. Realmente a gente não está mal no campeonato. Poderia estar melhor, mas a gente sabe que isso vem acumulando lá do Campeonato Gaúcho e da Libertadores. A cobrança é grande pelo grupo que foi formado, com jogadores de nome e vitoriosos por onde passaram. O torcedor está certo em cobrar porque a gente sabe que está longe de apresentar o que se espera. Acho que está mais em nós jogadores parar e pensar no que a gente pode mudar. Por isso acho que é boa esta parada no Brasileiro. Para a gente poder ver o que precisa mudar e voltar diferente depois da Copa das Confederações.

Terra - Recentemente surgiu um boato de que você estava descontente com a reserva e teria pedido à direção para ser negociado. É verdade? Você pediu para deixar o Grêmio?

Kleber -

Não. Em momento algum pedi para ir embora. O que chegou a mim é que o Vanderlei Luxemburgo, no começo do ano, queria abrir mão de mim. Fui conversar com o Rui (Costa executivo de futebol do Grêmio). Eu estava vindo de uma lesão, e realmente isto me chateou. Estava recém-operado, vindo de uma fratura, voltando a fazer fisioterapia e saber que está sendo negociado e sem ninguém falar nada. Aí fui à diretoria e eles disseram que não aconteceu nada disto. Prefiro acreditar na diretoria. Hoje se o Grêmio quiser conversar, se eu não estou nos planos, a gente senta e conversa, mas a minha ideia é ficar, ganhar títulos, fazer história aqui no Grêmio. Agora, se tiver alguma coisa, a gente senta e conversa sem problema nenhum.

Terra - Mas o Vanderlei Luxemburgo chegou a falar que você estava fora dos planos para esta temporada?

Kleber -

Não. Para mim não. Como eu falei, sentei com eles (dirigentes) e não admitiram. Prefiro acreditar no que eles me disseram. Mas foi o que fiquei sabendo pela imprensa, pessoas, amigos e diretoria de outros clubes que também me falaram que eu estava fora dos planos. Como a direção negou tudo, prefiro acreditar na direção do Grêmio.

Terra - Você acha que pelo que mostrou nestes três jogos pode permanecer como titular?

Kleber -

Isto aí é problema do Vanderlei Luxemburgo, um problema até bom. Ele é que vai ter que saber o que vai fazer. A gente não tem que ficar preocupado com isso. O que a gente tem que fazer é melhorar para melhorar o nível do grupo, saber que os outros jogadores estarão pressionados pelos que estão no banco. Se eu jogar, vou entender que eu preciso estar sempre bem, porque quem está no banco vai querer tomar espaço, como tem que ser em time grande. Às vezes a gente sabe que tem muito jogador que joga por nome. Infelizmente tem isso na maioria dos clubes do Brasil e eu acho que não pode ser assim em um clube como o Grêmio.