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Maxi marca diferença com Messi e responsabiliza Caio Jr. por boa fase

Atacante argentino hoje é sensação do Brasileiro pelo Vitória e não é mais lembrado apenas como primo de Lionel Messi, como acontecia no Flamengo

11 ago 2013 - 07h43
(atualizado às 10h21)
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<p>Maxi Biancucchi agradece a Caio Júnior por não ser lembrado mais apenas como primo de Messi</p>
Maxi Biancucchi agradece a Caio Júnior por não ser lembrado mais apenas como primo de Messi
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Diferente do que acontecia quando jogava pelo Flamengo, Maxi Biancucchi não é mais visto exclusivamente como primo de Lionel Messi. Sensação do Vitória no Campeonato Brasileiro, o jogador conseguiu uma guinada em sua carreira nesta temporada e já chama mais atenção por seu futebol do que pelo parentesco que não esconde, mas tenta se diferenciar. 

É o que fica claro em uma conversa do atacante com a reportagem do Terra nesta semana. "Não gosto de misturar as coisas", avisa o atacante de oito gols neste Campeonato Brasileiro e um favorito por não ser lembrado mais apenas como primo de Messi. "O grande responsável é o Caio Júnior", diz Maxi Biancucchi, referindo-se ao técnico do Vitória. "Ele apostou em mim, me passa muita confiança e me deixa tranquilo", diz Maxi.

Confira na íntegra a entrevista em que Maxi Biancucchi, além de falar de sua boa fase e da relação com Caio Júnior, relembrou sua passagem pelo Flamengo, falou sobre os estrangeiros que estão atuando bem em outros clubes brasileiros e sobre a adaptação a Salvador.

<p>Messi acompanha atentamente a carreira do primo, mas os dois quase não se falam por telefone</p>
Messi acompanha atentamente a carreira do primo, mas os dois quase não se falam por telefone
Foto: Getty Images
Terra - Maxi, hoje dá pra dizer que, pelo menos na Bahia, você está sendo mais falado do que seu primo, o Messi.

Maxi Biancucchi - Não, não... Eu trato de marcar essa diferença entre eu e ele. Sempre falo que eu faço meu trabalho e que ele é o melhor do mundo. Não gosto de misturar as coisas, e o pessoal aqui fala mais de brincadeira mesmo.

Terra - Mas o que eu queria dizer é: o Messi tem tido noção do sucesso que você vem fazendo no futebol brasileiro?  

Maxi Biancucchi - Não sei. Já tem tempo que não converso com ele e a gente não é muito de ligar um para o outro. Mas eu acho que sim, porque ele está sempre ligado nos campeonatos que eu ou o meu irmão (o atacante Emanuel Biancucchi, do Olímpia, do Paraguai) estamos jogando.

Terra - Você já é o artilheiro do Brasileiro até o momento. Onde pensa que pode chegar neste campeonato e onde acha que o time do Vitória pode chegar?

Maxi Biancucchi - Nosso objetivo é ficar no G-4. Sabemos que é um campeonato difícil, com bom times. Mas a gente também sabe que o nosso grupo tem qualidade, que podemos entrar nessa Libertadores, que todo mundo quer. Espero que seja assim e que a gente possa alcançar o nosso objetivo.

Terra - O Caio Júnior já conhecia o seu futebol, porque foi seu técnico no Flamengo. De que forma ele tem contribuído para você marcar mais gols no Vitória?

Maxi Biancucchi - O primeiro grande responsável pela minha fase é ele, porque ele me trouxe. Ele me conhece, confia em mim e pediu minha contratação. A partir daí, ele começou o trabalho dele comigo, montou uma equipe e me deu muita liberdade para mim na frente. O Caio me passa muita confiança e me deixa muito tranquilo.

Terra - Um ambiente de menos pressão, como o Vitória, em relação ao Flamengo, tem te ajudado a render mais? Muitos acusam o Flamengo de ter sido um time desorganizado nos últimos anos e que agora começa a retomar o rumo. Como você sentiu o clube no período que passou por lá?

Maxi Biancucchi - São duas coisas diferentes. O Flamengo é um mundo diferente, por causa da imprensa, que fica muito em cima. Já faz muito tempo que eu passei por lá e não adianta falar se teve alguma coisa boa ou errada. Tenho uma lembrança muito boa do Flamengo, foi uma das melhores coisas que eu vivi, mas infelizmente não deu certo. No Vitória eu encontrei um grande grupo, um vestiário muito bom, com jogadores que são grandes pessoas. E isso ajuda muito no dia a dia, ter um grupo muito qualificado e que também é de boas pessoas. Isso é muito importante para tudo dar certo dentro de campo.

Terra - Ter passado pelo Flamengo foi o maior desafio da sua carreira?

Maxi Biancucchi - Jogar no Flamengo é muito importante pelo que o clube representa no Brasil e em nível mundial. Todo mundo sabe o que é o Flamengo. Mas cada clube tem a sua história, e eu também passei pelo Cruz Azul, que é um clube organizado e muito importante no México, e pelo Olímpia, que também é grande, antes de chegar aqui. Sou feliz em cada uma das minhas etapas.

Terra - Quais jogadores do grupo do Vitória você já conhecia antes e como eles te ajudaram a se adaptar?

Maxi Biancucchi - Quando eu cheguei aqui, estavam David Braz e Fabrício, que jogaram comigo no Flamengo e me receberam e me ajudaram no início, quando eu passava mais tempo com eles. Depois, o Cáceres, com quem eu nunca tinha jogado junto, mas que eu já conhecia dos tempos de Paraguai. Também chegou o Escudero, que eu não conhecia, mas que, por sermos argentinos, ficamos amigos muito rápido.

<p>Maxi Biancucchi é oartilheiro do Campeonato Brasileiro com oito gols</p>
Maxi Biancucchi é oartilheiro do Campeonato Brasileiro com oito gols
Foto: Giuliano Gomes / Gazeta Press
Terra - O Caio Junior foi seu técnico no Flamengo e foi o responsável por te trazer novamente para trabalhar contigo. Como é sua relação com ele? Vocês continuaram se comunicando durante o período em que estiveram distantes?

Maxi Biancucchi - Lembro que, quando eu cheguei no Flamengo, o Caio veio conversar comigo, porque ele queria me recuperar. Eu não estava em um bom momento futebolístico e ele tentou me dar uma moral. Infelizmente, não deu certo e eu acabei saindo, fui jogar em um clube importante do México (o Cruz Azul), e eu e ele desenvolvemos trabalhos diferentes. Aqui no Vitória ele conheceu meu empresário, e acho que se lembrou de mim e acreditou que eu poderia ajudar nesse trabalho dele e me chamou para vir para cá.

Terra - Nesse tempo que vocês ficaram distantes, você jogou no México e depois foi para o Olímpia, um dos principais clubes do Paraguai, que é o país em que você desenvolveu a maior parte de sua carreira. Como você avalia as diferenças e as semelhanças entre esses campeonatos?

Maxi Biancucchi - São todos bem diferentes. No México os times e os técnicos trabalham muito a posse de bola e não é fácil, porque lá tem altitude, horários diferentes de jogo, como por exemplo meio-dia. É difícil jogar por lá, mas o jogo é sempre com a bola no chão. No Paraguai é um pouco mais "pegado", com muita raça, e um pouco parecido com o futebol argentino, e como eu já joguei Libertadores por times de lá, fiquei mais com essa sensação. Aqui no Brasil o futebol tem muito mais liberdade, os laterais gostam de atacar e os próprios treinadores gostam de jogadores que saibam subir ao ataque.

Terra - Jogadores estrangeiros têm voltado a atuar, e muito bem, no Brasil. A que você atribui o sucesso deles no Campeonato Brasileiro?

Maxi Biancucchi - Acho que o Brasileiro tem melhorado muito e hoje é um dos melhores do planeta pela qualidade dos jogadores que têm aqui, e também por causa de muitos jogadores que estão voltando da Europa. Esses estrangeiros que vieram são jogadores de qualidade, que já demonstraram seu futebol jogando bem em vários países, como o Forlán, o Guerrero, o D'Alessandro... Jogaram bem fora do país e estão demonstrando isso aqui também.

Terra - Por que você crê que atletas de mais renome da América do Sul, como é o caso de Forlán, D’Alessandro ou Vargas, têm escolhido o Brasil para jogar?

Maxi Biancucchi - Algumas coisas. Primeiro, a estrutura dos clubes no Brasil é muito boa. Mas eu acho que, principalmente, é porque o brasileiro gosta de jogar bola, e no futebol daqui há liberdade de jogar. No futebol argentino, por exemplo, é cada vez mais difícil de jogar, por causa da pegada mais forte, há muita pressão e muitos poucos espaços. Acho que aqui você consegue jogar e fazer um bom futebol.

Terra - Sua boa passagem pelo Vitória ja está atraindo a atenção de outros clubes. Você sonha em atuar na Europa?

Maxi Biancucchi - Não, acho que sonho não. Gostaria de jogar, mas não é uma obsessão. Gosto de viver o presente, de me focar no dia a dia e, se acontecer algo depois, veremos. Hoje eu estou muito focado aqui, no Vitória.

Terra - O futebol brasileiro também acabou sendo porta de entrada de alguns jogadores para a seleção argentina, como Guiñazú, por exemplo, que foram convocados atuando por aqui. Sonha em um dia jogar ao lado do Messi, na seleção?

Maxi Biancucchi - Todo jogador gostaria de atuar na seleção do seu país. Mas, hoje, a Argentina tem os melhores atacantes do mundo, então é um pouco difícil. Sonho todo mundo tem, mas também isso é uma coisa que está meio longe.

Terra - Seu empresário deu uma entrevista falando que você estaria sendo procurado por outros clubes para assinar pré-contrato. Você pretende continuar no Vitória?

Maxi Biancucchi - Hoje eu estou no Vitória e o clube tem prioridade para renovar o meu contrato, que é de um ano. O clube tem prioridade para fazer uma nova proposta para que a gente possa analisar essa proposta. Não adianta você estar em um clube e dar prioridade para qualquer proposta que venha de outro clube. Não, isso não. Eu queria deixar claro que a prioridade é do Vitória, mas que também tenho que pensar no que vai ser melhor para mim e minha família. Mas, como eu falei, eu penso no dia a dia e estou muito focado. Quando chegar o dia de pensar se é a hora de ir embora ou de renovar, aí vamos analisar.

Terra - Você já está completamente adaptado a de Salvador? O que tem feito nas horas vagas na cidade?

Maxi Biancucchi - A adaptação foi muito tranquila porque eu também sou muito tranquilo, gosto muito de ficar em casa e não sou de sair. Quando tenho um tempinho, fico no condomínio, dou uma volta com minha esposa. Salvador é uma cidade muito agradável, muito bonita, mas ainda não deu tempo de conhecer nada por aqui, não fui a nenhuma parte. Tenho uma filhinha de três anos e outra que está vindo.

Terra - Ela vai se chamar Vitória, não é? Será que você vai criá-la aqui em Salvador?

Maxi Biancucchi - Seria bom (risos).

Fonte: Paço Virtual - Comunicação, Consultoria e Projetos LTDA - ME - Especial para o Terra Paço Virtual - Comunicação, Consultoria e Projetos LTDA - ME - Especial para o Terra
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