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Na década de 60, "sequestro" trouxe grande ídolo ao Corinthians

27 ago 2009 - 16h05
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"No Corinthians eu jogo até de graça". A frase, cunhada pelo lateral direito Zé Maria em 1970 ficou marcada, para sempre, na carreira do jogador, convocado para as Copas do Mundo daquele ano e também de 74. Antes mesmo de estrear com a camisa corintiana, com isso, ele já conquistava os torcedores. Guardadas às devidas proporções, foi "sequestrado" como Matías De Federico, reforço argentino que chegou com pompa vindo do Huracán.

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Com os mesmos 20 anos que De Federico tem, Zé Maria, em 1969, protagonizou uma grande disputa entre Corinthians e Portuguesa, seu clube naquela ocasião. No fim, como no caso do argentino, prevaleceu a vontade do jogador, que se tornaria o Super Zé, principal lateral direito da história corintiana.

"Foi mais ou menos parecido com esse caso, porque eu estava sem contrato na época, em 1969. Meu pai era o meu procurador e havia apalavrado que a Portuguesa me venderia quando tivesse oportunidade", explica Zé Maria, em contato com o Terra. "Meu pai ficou ali brigando e quando voltei da Copa do Mundo, em 1970, ele falou que o Corinthians estava disposto a qualquer negócio".

Como os dois clubes não entravam em um acordo, Zé Maria, que quando criança prometeu ao pai, corintiano, que conquistaria um título no Parque São Jorge, não titubeou: fez as malas e foi treinar com o Corinthians, antes mesmo de o negócio entre os clubes ser concretizado.

"Foi mais uma briga entre meu e os dirigentes da Portuguesa. No fim, a gente acertou com o presidente da Federação Paulista e o Corinthians pagou uma quantia, que depois foi reconsiderada e precisou aumentar", conta Zé, que fez de tudo para atuar com a camisa corintiana.

A chance da vida de Zé Maria

"Era a grande oportunidade da minha vida. Se não fosse aquela época, não sei se iria depois. Os clubes tinham bom relacionamento e já tinham outros jogadores indo para o Corinthians, que na época tinha um super time", explica.

Zé Maria, naturalmente, não se arrepende do pulso firme que teve na época. "Foi a melhor decisão da minha vida. Satisfiz meu pai e sou muito grato a ele por tudo que me ajudou. Era o time que eu gostava desde criança".

Ao contrário da legislação vigente há 11 anos com a criação da Lei Pelé, antigamente um jogador sem contrato não deixava de pertencer ao clube de origem, que mantinha o que ficou historicamente conhecido como o "passe" do atleta. Por isso, Zé Maria, mesmo ao fim de seu acordo com a Portuguesa, não pôde se transferir diretamente ao Corinthians em 1970.

Três vezes campeão paulista no Parque São Jorge, inclusive em 1977, com o fim do jejum, o Super Zé, também conhecido como Cavalo de Aço por seu vigor físico fora do comum, disputou 599 partidas com a camisa corintiana, acumulando 284 vitórias, 183 empates e 132 derrotas, marcando 17 gols - segundo dados do Almaque do Corinthians, de Celso Unzelte.

Respeitado, Zé Maria ainda acumulou as funções de técnico e jogador, em 1983. Na temporada seguinte, aos 35 anos, pendurou as chuteiras depois de rápida aparição pela Inter de Limeira.

Há 10 anos, Zé trabalha com o esporte na Fundação CASA, a antiga Febem, tentando levar a prática esportiva para a recuperação de jovens infratores. "É um trabalho muito gratificante", diz o ídolo corintiano.

Zé Maria saiu brigado da Portuguesa para se tornar uns dos maiores ídolos da história corintiana
Zé Maria saiu brigado da Portuguesa para se tornar uns dos maiores ídolos da história corintiana
Foto: Gazeta Press
Fonte: Terra
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