Árbitros envolvidos em polêmica palmeirense ficam fora de sorteio
1 nov2012 - 16h55
(atualizado às 17h39)
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O polêmico gol de mão anulado pela arbitragem na vitória por 2 a 1 do Internacional sobre o Palmeiras, na última rodada do Brasileiro da Série A, fez com que o juiz Francisco Carlos do Nascimento e o quarto árbitro Jean Pierre Gonçalves ficassem fora do último sorteio organizado pela CBF. A entidade escolheu os responsáveis por apitar as próximas rodadas das três primeiras divisões nacionais e não lembrou dos envolvidos na polêmica.
A Confederação de Arbitragem definiu os árbitros de todos os confrontos na última terça-feira, em um sistema que colocou os postulantes ao apito em duas colunas distintas. Uma esfera escolhida pelos dirigentes determinou que todos aqueles que integravam o primeiro grupo estariam qualificados para administrar os duelos das Séries A, B e C desta semana.
Enquanto Sandro Meira Ricci, que protagonizou uma série de polêmicas no empate por 1 a 1 entre Atlético-MG e Flamengo, na última quarta-feira, aparecia para arbitrar a partida entre Criciúma e Joinville, na segunda divisão nacional, os dois árbitros que comandaram Palmeiras e Inter nem sequer foram integrados ao sorteio.
Na ocasião, o argentino Barcos subiu em uma cobrança de escanteio e desviou com a mão o lançamento de Marcos Assunção para as redes. Ao notar o bandeira correndo para o centro do campo e o árbitro Francisco Carlos do Nascimento levantando o braço, o jogador passou a comemorar o gol e foi frustrado pela decisão tardia de invalidar o seu tento.
A polêmica atrasou o recomeço da partida em cinco minutos e foi levada ao STJD pelo Palmeiras. O time alega que o delegado do confronto havia se informado do lance com jornalistas e alertado Jean Pierre Gonçalves. Após ser informado do ocorrido, o quarto árbitro acionou Francisco Carlos do Nascimento e concluiu a anulação do gol de Barcos. Mas, segundo as regras da Fifa, os juízes não podem ter acesso a informações externas ou transmitidas pela televisão enquanto trabalham.
O episódio levou o clube alviverde a entrar com uma procuração no Tribunal e pedir a anulação do confronto do último sábado. O processo foi encaminhado para o STJD e manteve a pontuação obtida pelo Internacional com um asterisco na tabela oficial da CBF. Os pontos só serão computados depois de o júri tomar uma decisão na audiência marcada para este mês de novembro.
Barcos (Palmeiras 2012): Na mais recente decisão do STJD, o tribunal decidiu suspender os pontos da partida Internacional 2 x 1 Palmeiras. O motivo: o gol anulado do atacante alviverde Barcos - que foi marcado com a mão - teria sido invalidado após um auxílio externo ilegal ao árbitro da partida. Relembre outras 10 suspensões polêmicas do tribunal
Foto: Roberto Vinícius / Futura Press
Valdivia (Palmeiras 2007): Uma das primeiras decisões polêmicas do STJD aconteceu na reta final do Brasileiro de 2007. Principal jogador do Palmeiras, Valdivia foi suspenso por cinco jogos por agressões a dois jogadores vascaínos. O lance contra Alan Kardec havia sido registrado na súmula do árbitro, mas um soco em Thiaguinho foi denunciado pela procuradoria do tribunal. A suspensão tirou o chileno dos três jogos finais do time, que ficou fora da Libertadores
Foto: Gazeta Press
André Luís (Botafogo 2008): O zagueiro André Luís protagonizou uma grande confusão no Estádio dos Aflitos, em derrota do Botafogo para o Náutico por 3 a 0 no Brasileiro de 2008. Expulso, fez gestos obscenos e xingou a torcida ao deixar o campo. Acabou contido pela polícia de forma truculenta e preso por desacato à autoridade. No STJD, recebeu gancho de 12 jogos; já o Náutico perdeu dois mandos de campo e foi multado em R$ 40 mil
Foto: Jaqueline Maia/Diário de Pernambuco / Futura Press
Borges, Dagoberto e Jean (São Paulo 2009): Expulsos em um jogo da reta final do Brasileiro 2009 contra o Grêmio, o trio pegou gancho de três partidas pelo STJD - faltavam apenas quatro jogos para o fim da competição. Jean ainda foi liberado pelo tribunal para atuar na penúltima rodada, mas, àquela altura, já havia cumprido duas partidas de suspensão. Já Dagoberto e Borges desfalcaram o time tricolor
Foto: AP
Cuca (Cruzeiro 2010): O então técnico do Cruzeiro foi suspenso pelo STJD dos últimos dois jogos do Brasileiro de 2010, após ser expulso pelo árbitro Sandro Meira Ricci na derrota para o Corinthians, em que reclamou muito de um pênalti sobre Ronaldo. Cuca reclamou muito da punição, afirmando que não ofendeu o juiz, e se disse "impotente" diante do tribunal esportivo
Foto: Washington Alves/Vipcomm / Divulgação
Bolívar (Inter 2011): O zagueiro do Internacional rompeu os ligamentos do joelho do lateral corintiano Dodô com uma entrada forte, tendo recebido apenas cartão amarelo no lance. Porém, o STJD inovou e suspendeu Bolívar pelo mesmo período de tempo que Dodô ficaria fora dos gramados: seis meses. No ano seguinte, porém, o tribunal atendeu a recurso do Inter e reduziu a pena do colorado para quatro partidas
Foto: Jefferson Bernardes/Vipcomm / Divulgação
Felipão (Palmeiras 2012): Expulso em uma partida contra o Bahia no Brasileiro de 2012, o então técnico do Palmeiras pegou gancho de dois jogos do STJD por ter "chutado violentamente" uma bola que estava na lateral do campo. A punição aconteceu após denúncia da procuradoria do tribunal, que se baseou na súmula do árbitro Antônio de Carvalho Schneider
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Emerson (Corinthians 2012): O atacante do Corinthians levou seis jogos de suspensão por xingar o árbitro Péricles Bassols em partida contra o Atlético-MG. Expulso, ele se recusou a deixar o campo e discutiu bastante com o juiz. Porém, contestou a punição pesada comparando seu caso ao de Luís Fabiano, do São Paulo, que levou só dois jogos de gancho por situação semelhante, também contra o Atlético-MG
Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Loco Abreu (Figueirense 2012): Uma das suspensões mais inusitadas do STJD aconteceu contra o atacante uruguaio. Ao marcar um gol pelo Figueirense diante do Flamengo, Abreu beijou o escudo do Botafogo, seu ex-clube, que estava por debaixo da camisa do time catarinense. O incidente foi visto como "ato hostil" pelo tribunal e rendeu um jogo de gancho ao centroavante
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Réver e Cáceres (Atlético-MG e Flamengo 2012): Os dois jogadores se desentenderam na partida entre Atlético-MG e Flamengo pelo Brasileiro. O zagueiro atleticano deu uma cotovelada no volante paraguaio e tomou quatro jogos de gancho. Já o atleta rubro-negro não foi expulso na partida, mas o tribunal considerou que uma mão no rosto de Réver também configurou ato de hostilidade. Resultado: dois jogos de suspensão
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Ronaldinho (Atlético-MG 2012): Em outra recente decisão do STJD, o meia Ronaldinho foi punido com uma partida de suspensão por ter erguido demais o pé em uma dividida com o atacante Kleber, do Grêmio. No jogo, porém, o árbitro Heber Roberto Lopes sequer marcou falta. Com o gancho, o armador atleticano desfalcou o time diante do Internacional, que venceu por 3 a 0