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Por Libertadores, Grêmio "enrola" credores e escapa ileso

1 set 2009 - 16h27
(atualizado às 16h38)
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No Beira-Rio, a frase de "precisamos fazer uma grande venda por ano" é praticamente um dogma. Em 2009, no entanto, o Internacional foi além e negociou seu ataque titular. Alex, em janeiro, e Nilmar, no meio do ano. O rival Grêmio, de olho em uma vaga na próxima Copa Libertadores, abdicou de qualquer negociação apesar de propostas por três titulares. Assim, deu o "calote" nos credores.

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Réver, destaque do Grêmio, foi um dos jogadores procurados que permaneceram no Olímpico
Réver, destaque do Grêmio, foi um dos jogadores procurados que permaneceram no Olímpico
Foto: Roberto Vinicius / Futura Press

Com dívidas trabalhistas e afins, o Grêmio inovou há alguns anos, criando o que se chama de condomínio de credores. A cada negociação de jogador, parte desse dinheiro é automaticamente desviado e distribuído entre eles, amortizando o montante. Em 2009, no entanto, eles ficaram de mão abanando.

"Quando assumimos (no fim de 2008), havia um atraso que herdamos e não deixamos surgirem novos. Abrimos mão das negociações porque contamos com a paciência e o 'gremismo' de nossos credores. Sem ter um time forte, fica difícil de colocar isso em dia. E assim, isso se reflete no quadro social e nas vendas, entre outras coisas", explica o presidente Duda Kroeff, em entrevista exclusiva ao Terra.

Esse "calote" gremista, de acordo com o presidente, é bem conduzido pelo departamento financeiro, já que judicialmente o clube fica vulnerável a intervenções caso não siga saldando as dívidas. "Vale a pena fazer esse sacrifício agora e os credores têm essa compreensão. Há diálogos diários com eles", explica.

Na avaliação da direção do Grêmio, atualmente o nono colocado e a quatro pontos do G-4, perdendo jogadores seria impossível escalar a tabela de classificação e brigar pela Copa Libertadores, competição que garante um aumento significativo nas receitas. Então, por ora, os credores precisão aguardar e torcer pelo time crescer na Série A.

"Ainda temos recebíveis de vendas antigas, como parcelas do Lucas e um dinheiro da ida do Ronaldinho Gaúcho para o Milan (a cláusula de solidariedade dada ao clube formador)", conta o presidente. Em janeiro, porém, ele diz que dificilmente o Grêmio "escapa de vender pelo menos um jogador".

Com isso, fica refletido o quanto o calendário incompatível com o europeu ainda prejudica o futebol brasileiro. "Em janeiro, é mais fácil e há mais tempo para contratar jogadores", crê Duda, que ainda reforçou o elenco com Lúcio, Fábio Rochemback e Renato Cajá.

"Foram contratações praticamente sem ônus, sem precisar pagar aos clubes onde estavam. Aumentamos um pouco a folha salarial, que foi aliviada com a saída do Alex Mineiro, do Orteman, e mais um ou outro".

Quem mais não vendeu

Além do Grêmio, também Avaí, São Paulo e Palmeiras foram clubes que conseguiram, de certa forma, passar ilesos pela janela. Líder do Brasileiro, o clube de Palestra Itália recebeu assédios por alguns de seus titulares, como Diego Souza e Pierre. Mas ficou com todos.

Em entrevista coletiva, o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo sentou ao lado dos mandatários da Traffic, parceira do clube, para anunciar que não sairia nenhum jogador além de Keirrison. A atitude enérgica de Belluzzo manteve os atletas com a camisa palmeirense, que segue líder na competição.

Postura enérgica também teve o São Paulo, que bateu o pé pela permanência de Miranda, que teria recebido propostas de 12 milhões de euros (cerca de R$ 34 milhões) do futebol europeu. Zagueiro de Seleção Brasileira, ele não recebeu uma oferta capaz de convencer o presidente Juvenal Juvêncio - e ficou.

Fonte: Terra
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