Renato Gaúcho muda "tristeza" no Grêmio e se protege contra assédio

Herói da conquista do Mundial Interclubes de 1983, ao marcar os dois gols do tricolor na decisão contra os alemães do Hamburgo, Renato Gaúcho agora tem o desafio de conduzir o Grêmio ao topo das grandes conquistas, algo que não acontece desde 2001, quando o tricolor gaúcho conquistou a Copa do Brasil.

Só que ao contrário de 1983, quando com seu jeito irreverente e dribles desconcertantes desarmava as defesas adversárias, desta vez Renato Gaúcho terá que colocar em prática tudo o que aprendeu com treinadores como Ênio Andrade, Valdir Espinosa e até mesmo Telê Santana, seu desafeto na época em que defendeu a Seleção Brasileira.

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O treinador gremista aceitou realizar uma rápida entrevista com o Terra, mas com a condição de não falar em questões pessoais, como a sua filha Carol Portaluppi, modelo de 19 anos que sempre chama a atenção dos torcedores pela sua beleza e descontração.

Esta é a segunda passagem de Renato Gaúcho no comando técnico do Grêmio. Em 2010, ele pegou o time tricolor na zona do rebaixamento e levou o tricolor para o G-4, garantindo classificação para a Copa Libertadores do ano seguinte. A situação neste ano é um pouco melhor: quando substituiu Vanderlei Luxemburgo, o Grêmio não estava ameaçado, e o grupo desta temporada é bem superior ao de 2010. O objetivo também é outro. Agora o pensamento é o título, ou do Brasileiro ou da Copa do Brasil.

“Eu trabalho para isto, para fazer o melhor para o clube que é ganhar títulos. É difícil pegar um trabalho em andamento, corrigir os erros e dar sequência, mas estamos no caminho certo”, admitiu Renato Gaúcho.

Até o momento, o técnico comandou o Grêmio em sete partidas, com duas vitórias, dois empates e três derrotas. O time ainda não tem um esquema definido. Já atuou no 3-5-2 e no 4-4-2, mas é bem verdade que a chegada de Renato Gaúcho deu outro animo aos jogadores do Grêmio, que andavam cabisbaixos na época de Luxemburgo.

“Quando cheguei eu senti um grupo triste e abatido e tratei logo de mudar esta situação. O jogador precisa estar feliz para render o seu melhor dentro de campo, e é isto que eu quero deles, mas isto é uma situação muito particular com o grupo. O mais importante é que isto já foi resolvido e o ambiente é o melhor possível”, destacou o treinador gremista.

Na época em que brilhava nos gramados vestindo a camisa 7 do Grêmio, Renato Gaúcho não abria mão de usufruir das coisas boas da noite, mas nunca deixou que as incursões noturnas o atrapalhassem nos treinamentos. Ele era sempre o primeiro a puxar a fila nos trabalhos físicos. Hoje, com o assédio dos torcedores a todo o momento, Renato evita sair e prefere uma rotina bem mais leve em relação à da época em que era jogador.

“É difícil sair aqui. Até no hotel existe movimento e assédio, o que dificulta até mesmo para transitar no saguão. Minha rotina é trabalhar e ficar no quarto do hotel, até porque com jogos a toda hora a gente tem pouco tempo livre. Então eu fico no meu quarto assistindo aos jogos dos futuros adversários. Até os jogos da Série B eu acompanho. Isto também faz parte do meu trabalho”, responde Renato Gaúcho.

Em relação aos favoritos para conquistar o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil o treinador gremista adota o discurso do politicamente correto. “No momento eu acho que a disputa está muito acirrada. No Brasileiro esta muito cedo para se apontar um favorito, e na Copa do Brasil, por ser um torneio de tiro curto, muita coisa pode acontecer”, finalizou Renato Gaúcho.