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Reserva na várzea, Elias era "apenas mais um" nos Leões

7 ago 2009 - 17h05
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Muitas vezes, por opção tática, Elias sentava no banco nos jogos dos Leões da Geolândia, equipe amadora pela qual jogou em 2006. O que agora pode parecer absurdo ou insensato, na época era visto como normal pelos jogadores e dirigentes do time. E ainda é assim.

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"Ele nunca reclamou de ficar no banco. Ele respeitava a decisão do time. E quando entrava, entrava bem", explica Carlos Roberto Nei, 47, que dividia o banco com Elias e hoje é dirigente do time.

Para os jogadores dos Leões que atuaram com o camisa 7 do Corinthians, ele era só mais um. Não se destacava no elenco e nem era acima da média. Bom jogador sim, mas craque não. "Ele não era diferenciado. Com a gente aqui ele não se sobressaía", lembra Antônio Leite da Silva, o Café, 32, volante dos Leões.

O goleiro Fabinho, 34, com passagens pelo futebol paraguaio, confirma. "Ele não era diferente do resto do time. Tanto é que às vezes ficava no banco. Ele era atacante, mas quem fazia gol mesmo era o Tininha", diz. Em 12 partidas disputadas com os Leões em 2006, Elias marcou quatro gols.

Tininha, por sua vez, balançou as redes em 12 oportunidades, uma impressionante média de um gol por jogo. No entanto, ele minimiza e limpa a barra do amigo corintiano.

"Não tinha essa, ele fazia muito gol também. Ele disse que quando tiver uma folga no Campeonato Brasileiro, vem ver a rapaziada jogar aqui na várzea", espera.

Os colegas lembram de um Elias calado, que não era muito dado a brincadeiras e pouco dividia sua vida pessoal com os companheiros de equipe. "Ele mais jogava do que conversava", brinca o volante Tiquê, 27. "Dei vários passes para ele fazer gol", vangloria-se.

No entanto, eles se lembram do jogador se lamentando nos vestiários sobre sua condição de "sem clube". Elias tinha saído do Palmeiras e ido para o Náutico, clube no qual não deu certo e teve que voltar, sem ter onde jogar. "Ele ficava triste, lamentava com a gente", conta Tiquê.

A reviravolta aconteceu quando Elias foi para o São Bento, depois de atuar na várzea. Sob o comando do ex-corintiano Freddy Rincón, ele foi recuado para a meia e se destacou. Depois vieram Juventus, Ponte Preta e, finalmente, o Corinthians. No último, foi eleito pelo companheiro Ronaldo o melhor jogador do título do Campeonato Paulista de 2009.

Tininha, artilheiro dos Leões, era titular no lugar de Elias
Tininha, artilheiro dos Leões, era titular no lugar de Elias
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Fonte: Especial para Terra
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