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Paraná reduz gastos, diminui salários e muda forma de gestão

Com objetivo de subir à Série A, clube paranaense quer valores em dia e a volta da credibilidade

27 mai 2015 - 08h00
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A saída inesperada de Lúcio Flávio, ídolo da torcida, decreta de vez a nova política do Paraná. Com as promessas de subir e de pagamentos em dia, a diretoria paranista decidiu reduzir o teto salarial para cumprir com as obrigações.

Luiz Carlos Casagrande, o dirigente "faz tudo", virou presidente no dia 24 de março
Luiz Carlos Casagrande, o dirigente "faz tudo", virou presidente no dia 24 de março
Foto: Guilherme Moreira / PGTM Comunicação - Especial para o Terra

Em crise financeira desde 2008, quando disputou a Série B após a queda no ano anterior, o clube paranaense convive com débitos constantes, greves de atletas, rescisões judiciais e concentrações abortadas de última hora. Algo que ninguém na direção quer mais. Com a renúncia de Rubens Bohlen no final de março, o vice-presidente Luiz Carlos Casagrande assumiu o cargo máximo e trouxe o grupo “Paranistas de Bem”, que promete um aporte financeiro de R$ 400 mil mensais para sustentar o departamento de futebol.

“Queremos voltar a dar credibilidade ao Paraná junto com todo o grupo que veio de fora, se juntando a diretoria e vamos procurar dentro desse patamar manter os salários em dia. Não queremos que cada atleta que saia daqui com uma ação trabalhista. Então, a ideia daquilo que se projetou é chegar ao final no dia 5 de cada mês e realizar os pagamentos em dia”, afirmou o novo mandatário tricolor, no clube desde a época do Pinheiros.

Com isso, os novos diretores reestruturam todo o elenco e a comissão técnica do Campeonato Paranaense. Do time titular no Estadual, por exemplo, sobrou apenas o goleiro Marcos e o volante Jean. Os outros remanescentes Carlinhos e Cleiton estão em recuperação no departamento médico, enquanto Luiz Felipe está no banco de reservas. O restante não agradou a direção ou não aceitou reduzir o salário.

Elenco do Paraná foi todo reformulado, com 16 contratações até o momento
Elenco do Paraná foi todo reformulado, com 16 contratações até o momento
Foto: Divulgação/Paraná

A medida foi reduzir drasticamente a folha salarial, em 50%. O teto agora varia entre R$ 15 e R$ 25 mil, restando ainda dois atletas para se enquadrar na nova realidade financeira. E essa decisão partiu de Durval Lara Ribeiro, que foi o superintendente de futebol no clube até 2007, tendo um leve retorno em 2011. Agora novamente.

“Essa redução tinha de acontecer. Estive no clube até o final de 2008 e nunca falei para a imprensa de salário atrasado. Não sou diretor de ficar ouvindo cobrança de jogador. Por isso mesmo estamos nos prevenindo. Vamos manter um grupo com qualidade, mas tendo uma folha mais baixa do que antes. Só assim vamos conseguir ter um time guerreiro, que vença em campo”, garantiu Vavá. “É um corte crucial porque estávamos chegando no dia 5 do mês sem conseguir pagar ninguém. Isso tem de acabar”, completou Casagrande.

Essa atitude drástica contrasta com a declaração do meio-campista Lúcio Flávio, em sua despedida do Paraná. O jogador, que retornou em 2012, confessou que nunca recebeu em dia nos três anos de sua volta. “Entendemos as razões que o levaram a recusar a nossa oferta, que seria uma redução salarial. Ele tem compromissos financeiros que não permitem essa redução nesse momento. Estamos tristes”, lamentou Casinha. “Infelizmente, temos de cortar na carne”, decretou.

Apesar de ter o "nome manchado", o clube paranaense trouxe 16 reforços para a disputa da Série B, com a promessa de quem as contratações saberiam a tradição do Paraná: os zagueiros Rodrigo Sabiá, Léo Coelho, Rodrigo e Zé Roberto; os laterais Elbis, Fernandes e Danilo Baia; os volantes Élder e Washington; os meias Rafael Costa, Rafael Carioca e Marcos Paraná; e os atacantes Henrique, Fernando Viana e Wanderson. O número ideial considerado é de 33 atletas. A comissão técnica também foi inteira mudada e Nedo Xavier foi o escolhido para ser o técnico

Nedo Xavier tem a missão de levar o Paraná à Série A após oito anos da queda
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Foto: Divulgação/Paraná

Homem-forte nos bastidores

Além dessa mudança na diretoria, o Paraná tem outro nome forte no clube e com poder financeiro. Carlos Werner, conselheiro, tem ajudado e muito. Como exemplo, o torcedor bancou sozinho a folha de março – do futebol e social. Empresário do ramo de estruturas metálicas, com atuações menores em outros ramos, o bem-sucedido paranista ajuda o clube desde o ano passado, quando assumiu as categorias de base e transformou um local com dificuldades, sendo sempre o último a receber pagamentos e recursos, em uma estrutura melhor e com tudo em dia.

Seu projeto fez o custo no CT Ninho da Gralha sair de R$ 270 mil para R$ 100 mil mensais. Além disso, Werner bancou a reforma da quadra de futsal da sede social da Kennedy há dois meses – seu filho faz parte da categoria sub-7. “O clube tem jeito e passa pelas categorias de base, o futebol. Uma volta à Série A muda nosso rumo”, acredita. “Mas as ações trabalhistas são complexas e podem aumentar a cada dia. É uma bola de neve que não tem precisão”, ponderou.

E agora ruma ao futebol profissional. Além de pagar o débito de março, o empresário também pagou em cheque as rescisões do ex-gerente de futebol, Marcus Vinícius, e do supervisor da pasta, Fernando Leite, para evitar uma ação. No dia seguinte em que Casagrande assumiu a presidência. E na hora. Com grande recurso financeiro, o conselheiro não tira nada do seu bolso. Entre aspas. Todo o dinheiro que o torcedor paranista coloca no Paraná é fruto dos juros de sua fortuna (mais de R$ 20 milhões) obtida com sua principal empresa. Ou seja, o valor bruto segue intacto.

“Não tenho contrato nenhum com o clube. O investimento é elevado e faço por amor. O dinheiro todo é de minha pessoa física. Sou empresário e faço uma doação. A diretoria chegou a fazer uma proposta para trocar o investimento por direitos de atletas da base, mas não aceitei. Este é um dinheiro que não vou reaver”, prometeu.

Como o clube não quer explorá-lo, decidiu usar o suporte mensal prometido para manter o futebol. Mesmo assim, o presidente paranista se empolgou e prometeu o acesso antes do Campeonato Brasileiro começar com três rodadas de antecedêcia. Não por acaso. A cúpula acredita que, caso seja preciso um "empurrão de última hora", Werner estará disposto a dar um incentivo para motivar o elenco.

Fonte: PGTM Comunicação - Especial para o Terra PGTM Comunicação - Especial para o Terra
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