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"À Muricy", técnico do Guarani brilha com defesa menos vazada do País

Com apenas 34 anos, Tarcísio Pugliese tenta reerguer o campeão brasileiro de 1978 e surpreende com campanha invicta do time bugrino na Série C

22 ago 2013 - 10h28
(atualizado às 10h28)
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Tarcísio Pugliese acredita que existe preconceito com treinadores mais jovens
Tarcísio Pugliese acredita que existe preconceito com treinadores mais jovens
Foto: William Torres/Guarani FC / Divulgação

Marquinhos Santos, Enderson Moreira, Gilson Kleina e Guto Ferreira. Aos poucos, os treinadores da nova geração estão ganhando mais oportunidades e realizando trabalhos de destaques no futebol brasileiro. E um, que não teve o nome citado acima, merece atenção especial: Tarcísio Pugliese. Quando a diretoria do Guarani anunciou sua contratação para a disputa da Série C do Campeonato Brasileiro, muitos torcedores não acreditaram que alguém de apenas 34 anos conseguiria colocar a “bagunçada” casa em ordem. Mas eles estavam enganados...

Formado em Educação Física e Medicina Esportiva, ambas na Unicamp, Tarcísio Pugliese entrou na faculdade já sabendo o que queria ser: treinador. Mas precisava encontrar um jeito de entrar no mundo do futebol e sabia que teria que começar por baixo. Iniciou então como estagiário de auxiliar-técnico nas categorias de base da Ponte Preta em 1999 e depois se "aventurou" como preparador físico, passando por Nacional-AM, Águas de Lindóia, Guaratinguetá e Americano-RJ. De tanto observar os trabalhos na beira do gramado, decidiu então realizar seu desejo.

A primeira experiência como treinador foi em 2006 no Guaçuano e no ano seguinte já veio o primeiro título: Campeonato Mato-Grossense comandando o Luverdense, feito que seria repetido em 2009. Depois, Tarcísio Pugliese passou por Novo Horizonte-GO, Rio Branco-AC, São José-SP, Nacional-AM, Icasa, Oeste e Caldense. Eis que, sete anos depois de sua estreia, Tarcísio Pugliese recebeu o convite para trabalhar no Guarani. O grande desafio de sua carreira até aqui.

Tarcísio Pugliese aceitou a proposta logo de cara, mesmo sabendo das dificuldades que iria encontrar. Além da responsabilidade de comandar o único clube do interior que conquistou o Campeonato Brasileiro - em 1978 -, o treinador também precisou controlar diversos problemas extra-campo. Devido as recentes administrações, o Guarani se afundou em dívidas, convive constantemente com salários atrasados e está amargando a Série C.

Nada disso, porém, tira o sorriso do rosto de Tarcísio Pugliese em ver que o trabalho está sendo bem realizado e tem tudo para terminar com o acesso à Série B de 2014. Ao lado do Tiradentes-CE, que está na Série D, o Guarani é dono da melhor defesa do futebol brasileiro - sem nenhum gol levado em dez jogos -, não perdeu nenhum jogo no campeonato e está na liderança isolada do Grupo B. Motivos não faltam para o treinador ser melhor observado.

Em uma entrevista exclusiva ao Terra, Tarcísio Pugliese conta como entrou no mundo do futebol, acredita que ainda existe um certo preconceito com os treinadores mais jovens e garante não ter se espelhado em ninguém para seguir a carreira. Seguindo a linha de Muricy Ramalho, ele diz que não existe nenhum segredo para o sucesso do Guarani, a não ser "muito trabalho".

Confira a entrevista com Tarcísio Pugliese:

Terra - O que te motivou a virar treinador?

Tarcísio Pugliese - Desde que entrei na faculdade de Educação Física já tinha esse pensamento. Aí precisava achar um jeito de entrar no mundo do futebol, então virei preparador físico. Aos poucos fui adquirindo experiência e mudando de área até ter a primeira oportunidade como treinador.

Terra - Você se espelha ou se espelhou em algum treinador?

Tarcísio Pugliese - Não me espelhei e continuo não me espelhando em ninguém. Procuro apenas realizar o meu trabalho sem ser comparado com outros treinadores. Cada um é cada um.

Terra - Você acha que ainda existe um preconceito com os treinadores mais jovens?

Tarcísio Pugliese - Diminuiu um pouco nos últimos anos, mas ainda acredito que existe um preconceito dos clubes com os treinadores mais jovens. Hoje em dia estão surgindo vários treinadores com qualidade e alguns clubes estão apostando neles. Mas ainda existe esse preconceito.

Terra - Como você faz para ter o respeito dos jogadores apesar da baixa idade?

Tarcísio Pugliese - Apesar de algumas vezes sermos mais jovens que alguns jogadores, o respeito é adquirido com muito trabalho, dentro de campo. Nunca tive problema em relação a isso, mesmo porque entrei no meio do futebol muito cedo e já estou acostumado a lidar com toda essa situação.

Terra - O Guarani é seu grande desafio até aqui na carreira?

Tarcísio Pugliese - Desde o começo da minha carreira, os desafios só estão aumentando. E isso aconteceu mais uma vez. Mas podemos dizer sim que o Guarani é o meu grande desafio até aqui, até por tudo que representa o clube, por sua história. Além disso, aconteceram algumas coisas, que estamos conseguindo consertar, com o apoio da diretoria, de todo mundo. O Guarani ainda não possui uma estrutura de Guarani, que é um clube que com certeza merece estar na Série A. A estrutura, porém, é compatível a divisão que o clube está, então não podemos reclamar.

Terra - O Guarani nos últimos anos vinha passando por sérios problemas financeiros e isso se refletia dentro de campo. Como você fez para blindar os jogadores desses problemas extra-campo?

Tarcísio Pugliese - Não sou só eu o responsável por isso. A diretoria também vem dando todo o suporte para nós realizarmos nosso trabalho de forma tranquila. Os jogadores também estão se dedicando bastante e digo para eles que a única preocupação é jogar futebol.

Terra - Qual o segredo do Guarani?

Tarcísio Pugliese - Não existe segredo. Existe sim muito trabalho e dedicação de todos que estão empenhados em colocar o Guarani onde ele merece, que é a Série A do Brasileiro.

Fonte: André Regi Esmeriz - Especial para o Terra André Regi Esmeriz - Especial para o Terra
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