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Brasileiro Série C

"Paraíso dos remédios", ABC dá até protetor solar a torcedores

9 nov 2010 - 16h04
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Dassler Marques

A chance de retornar à Série B, só um ano depois do rebaixamento, dependia de um bom resultado contra o time paraense do Águia de Marabá. Por isso, o ABC mobilizou a metade alvinegra de Natal para comparecer ao Estádio do Frasqueirão no último domingo. As condições metereológicas, porém, em nada favoreciam a presença dos torcedores.

Marcado para as 9h da manhã por uma exigência da televisão, o duelo foi disputado em temperatura superior aos 40ºC, o que demandou providências no mínimo peculiares. Para refrescar os torcedores, a direção do ABC distribuiu 5 mil picolés, 7 mil copinhos d'água e protetor solar - tudo gratuitamente. Durante o jogo, as arquibancadas foram "regadas" por hidrantes.

A série de gentilezas só foi possível graças à influência do presidente Rubens Guilherme. Dono de uma grande rede de farmácias em Natal, ele possui uma série de colaboradores por perto, o que ajuda a explicar a redenção do ABC na terceira divisão nacional. "São oito redes e todos os donos são ABCdistas. Conseguimos tudo isso com nossos parceiros", conta ao Terra.

O ABC, finalista da competição, é o primeiro dos quatro clubes que conseguiram o acesso na Série C a ser abordado pelo Terra em uma série de reportagens especiais que tem início nesta terça-feira. Ao longo da semana, falaremos ainda de Criciúma, Ituiutaba-MG e Salgueiro-PE.

A fonte dos recursos do ABC

A participação de farmacêuticos no sucesso do ABC em 2010 vai muito além desse tipo de coisa. Além do presidente, há diretores e colaboradores que têm a venda de remédios como ganha pão. Eles contrataram até jogadores como o atacante Cascata, maior ídolo da torcida. Conseguiram ainda com o laboratório EMS aquele que se tornou o patrocínio master da camisa, entre outras coisas.

"Na reta final do mata-mata, contratamos o Leandrão, ex-Inter, o meia Jackson, que é bem rodado, um jovem jogador Bill, do Treze-PB, e um lateral direito chamado Sueliton. Foram contratados com o investimento de nossos colaboradores", conta o presidente Rubens Guilherme.

Rubens assumiu o clube para essa temporada e diz ter encontrado um cenário preocupante. "Fomos lanternas da Série B e ficou uma dívida de R$ 2,5 milhões, que é muito grande para nós. Só tínhamos três jogadores profissionais e estávamos sem crédito no mercado. O primeiro atleta que tentamos nem atendeu o telefone. Foi duro virar esse jogo", resume.

Melhorando o elenco aos poucos, o ABC foi campeão estadual e, na Série C, alcançou o acesso que enche o presidente de otimismo. "Conseguir isso foi uma benção. Garantimos ainda a participação na Copa do Brasil. No Nordestão, somos semifinalistas", lembra. Rubens diz que a folha salarial do clube potiguar é de R$ 400 mil mensais. "Nunca atrasamos. É compromisso da nossa gestão".

A gestão séria que impulsiona o crescimento do ABC ecoa entre os torcedores. Em 2011, o quadro de sócios saltou de 800 para 6 mil. "Até o fim do ano, queremos chegar em 10 mil", projeta o presidente Rubens Guilherme.

Torcida do ABC se refresca com banho de hidrante: vaga na Série B pintou sob sol escaldante
Torcida do ABC se refresca com banho de hidrante: vaga na Série B pintou sob sol escaldante
Foto: Frankie Marcone / Futura Press
Fonte: Redação Terra
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