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De Whatsapp a mutirão: a gestão criativa do "novo" Vila Nova

Presidente Guto Veronez trabalha com soluções alternativas para colocar colorados na Série B

5 jul 2015 - 07h45
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Após uma temporada desastrosa em 2014, o Vila Nova tenta se reerguer neste ano para voltar a fazer frente aos rivais em cenário regional e até mesmo nacionalmente. O time colorado mudou a gestão e, com um presidente executivo jovem e de ideias criativas, o clube conseguiu o primeiro objetivo que era subir para a primeira divisão do Campeonato Goiano. Na Série C, o time luta com outras forças para voltar à segunda divisão. Com criatividade e ajuda da torcida, o Vila Nova, do presidente Guto Veronez, 44 anos, trilha um caminho diferente daquele observado no ano passado.

O Vila Nova viveu um período de instabilidade política que parecia não ter fim. O clube trocava de presidente executivo quase como quem mudava de treinador. Guto Veronez foi o quinto em um período de três anos. No entanto, desde que assumiu o cargo e implantou seu método de trabalhar, as brigas políticas cessaram e o Vila Nova vive um período de paz.

Presidente Guto Veronez posa ao lado do troféu de campeão goiano da 2ª divisão
Presidente Guto Veronez posa ao lado do troféu de campeão goiano da 2ª divisão
Foto: João Paulo Di Medeiros / MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra

Os sete primeiros meses de Guto na presidência do clube foram repletos de ações criativas, diferentes daquelas que eram vistas até então no clube. Sendo que a principal mudança foi a aliança com a torcida colorada. Como o Vila Nova ainda depende muito da receita oriunda das bilheterias, ter o colorado ao lado é fundamental na visão do dirigente.

De enquete a mutirão, o Vila Nova viu de tudo um pouco em 2015. O clube tomou como estratégia consultar seus torcedores através de enquetes sobre ações que deveriam ser adotadas no clube. Foi assim, por exemplo, que Guto Veronez mediu a aceitação de uma camisa preta como terceiro uniforme para a disputa da Divisão de Acesso do Campeonato Goiano.

Para fugir das taxas de aluguel entre outras despesas pagas para jogar no Serra Dourada, a diretoria decidiu mandar os jogos no seu estádio particular, o Onésio Brasileiro Alvarenga. Foi aí que surgiu outra ideia abraçada pela torcida: o mutirão. O clube convocou seus fãs através das redes sociais e da mídia local com o intuito de receber ajuda. Os colorados colocaram a mão na massa e trabalharam voluntariamente na pintura do estádio que passou a ser a casa do Vila Nova na Série C. Através de patrocinadores, o Vila Nova conseguiu automóveis para sortear em seus jogos. Com isso, o colorado passou a comprar rifas como ingresso para os jogos.

Vila Nova jogou segunda divisão estadual com camisa preta
Vila Nova jogou segunda divisão estadual com camisa preta
Foto: Vila Nova/Divulgação / Divulgação

Guto Veronez entrou no clube como diretor de comunicação. Naquele momento, o empresário percebeu que as informações vazavam com muita facilidade. Em sua gestão como presidente, Guto inovou também nesta área. O presidente participa de um grupo no aplicativo Whatsapp onde estão reunidos setoristas e jornalistas de diversas empresas que cobrem o dia a dia do Vila Nova. O próprio presidente se encarrega de divulgar as novidades no clube. Faz isso de forma igualitária através deste grupo.

Confira trechos da entrevista com o presidente Guto Veronez:

- Política do clube

O Vila sempre ferveu politicamente e hoje não temos essa preocupação. Minha preocupação é primeiro classificar o Vila Nova entre os quatro na Série C. O primeiro objetivo já alcançamos que foi voltar o Vila Nova ao Campeonato Goiano. A gente espera, sem dúvida alguma, que os jogadores consigam esse objetivo.

Guto comemora eleição com a esposa Lau Veronez e a pequena filha Layla
Guto comemora eleição com a esposa Lau Veronez e a pequena filha Layla
Foto: João Paulo Di Medeiros / MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra

- Situação financeira

Não foi fácil e não vai ser fácil chegar ao fim deste ano. Nós continuamos mantendo as contas em dia, mas com o sacrifício de algumas pessoas que estão ajudando com dinheiro próprio. Isso é errado. Temos que preparar a instituição, o Vila Nova não tem que dar lucro, ele tem que administrar os recursos que ele tem e ser campeão. O que alimenta um clube de futebol é ele ser o melhor do campeonato que ele disputa.

- Mentalidade vencedora

O único título que eu abriria mão para ser segundo ou terceiro é o da Série B, que nos daria o acesso para a Série A. Mas vamos lutar sempre para ficar em primeiro, os atletas compraram essa ideia e os funcionários do clube também.

- Papel da torcida

Falar da torcida do Vila mexe um pouco comigo, porque ela é algo fantástico. Faz um papel primordial, a existência do Vila Nova é devido a sua torcida. Não é um time que tem uma torcida, é uma torcida que tem um time. Eu gosto de ir para a arquibancada, mas estou um pouco afastado, pois as pessoas querem ‘resenhar’, devido meu cargo, e eu gosto de ver os jogos, anotar nomes de jogadores. Acho que o Vila Nova em 2015 sem a torcida teria fechado suas portas. A torcida abraçou o clube até por uma questão de sobrevivência.

Diretoria usou redes sociais para convocar torcida para mutirão no OBA
Diretoria usou redes sociais para convocar torcida para mutirão no OBA
Foto: Instagram / Reprodução

- Ações criativas

São ferramentas que ao longo de nossa experiência de trabalho aprendemos a lidar. A enquete é para ir no anseio do que os nossos torcedores estão buscando e sinalizar que estamos no caminho certo. A rifa, o mutirão e outras coisas são criatividades que temos ao lado de outros diretores. Sempre visando o melhor para o clube, nunca em benefício próprio.

- Perspectiva

Estamos otimistas, sabemos que o caminho é árduo, um caminho muito difícil, mas com muito trabalho e dedicação vamos conseguir esse êxito que é devolver o Vila Nova para a Série B. Depois ter um 2016 com muitas glórias.

Fonte: MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra
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